sexta-feira, 15 de julho de 2016

Crítica - Caça-Fantasmas (2016)

TítuloCaça-Fantasmas ("Ghostbusters", EUA, 2016)
Diretor: Paul Feig
Atores principais: Kristen Wiig, Melissa McCarthy, Leslie Jones, Kate McKinnon, Chris Hemsworth, Neil Casey, Andy Garcia, Cecily Strong
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=OrRd0LwInXA
Nota: 6,0
Reboot versão feminina do clássico dos anos 80 é bom!

O nome do filme é Caça-Fantasmas, mas poderia muito bem chamar Como um Trailer Ruim Pode Arruinar um Filme Bom. Afinal, quatro meses atrás, quando o primeiro trailer deste filme foi enfim revelado a reação do público foi catastrófica: o número de cliques de "Não-Gostei" era duas vezes maior que o número de cliques "Gostei" no site Youtube. E o que eu acho disto? Acho correto, já que o vídeo era mesmo bem ruim. Agora que assisti Caça-Fantasmas no cinema posso tranquilizá-los: as piadas ruins foram "jenialmente" escolhidas para o trailer e as boas ficaram no filme completo. Então, ignorem estas críticas que já começaram a surgir na Internet novamente: ou são de haters, ou são de quem não assistiu o filme ainda.

A história é mesmo um reboot da franquia. É um filme de origem, recontado do zero: tudo o que aconteceu em Os Caça-Fantasmas (1984) e em Os Caça-Fantasmas 2 (1989) é desconsiderado. Aliás, as estrelas dos primeiros filmes que ainda estão vivas aparecem fazendo pequenas pontas para agradar os fãs. Temos então as participações de Bill Murray, Dan Aykroyd, Sigourney Weaver, Ernie Hudson e Annie Potts.

Na história, Erin Gilbert (Kristen Wiig) e Abby Yates (Melissa McCarthy) são cientistas que sempre acreditaram em fantasmas mas nunca foram levadas a sério. Mas as coisas começam a mudar quando um desajustado Rowan North (Neil Casey) começa a trazer fantasmas para nossa realidade. Eis então que junto com as amigas Patty (Leslie Jones) e Holtzmann (Kate McKinnon) elas formam o grupo Caça-Fantasmas para salvar o dia.

Caça-Fantasmas é surpreendentemente engraçado, mais até que os filmes originais. O filme se modernizou bem, e também fez uma eficiente mudança de gênero. Sim, agora são as mulheres que mandam e o enredo é muito menos masculino.

O começo da história é muito bom, eficiente em fazer humor e apresentar/desenvolver os personagens. Infelizmente o filme vai perdendo gradualmente sua força até o arco final, seu ponto fraco, onde temos um conflito sem muitos desafios para as heroínas. De qualquer forma, como um todo, Caça-Fantasmas é bastante agradável e divertido.

O filme é repleto de piadas e muitas delas são bem engraçadas. Entretanto, há sim algumas piadas ruins... ou melhor dizendo, não é nem a questão da piada em si, e sim de timing. Assim como já aconteceu por exemplo em Homem de Ferro 3, há alguns alívios cômicos em momentos inapropriados.

Mas o que mais me desagradou foi de longe a atriz Kate McKinnon e sua personagem. Sua atuação é bem ruim, e a maluca engenheira hiperativa que ela interpreta é completamente fora de sintonia com o restante do filme. Terrível!

Falando em atrizes, fico feliz em ver a Kristen Wiig sendo a personagem de melhor destaque. Sempre achei ela bonita, talentosa e engraçada. E ela mostra mais uma vez aqui que estou certo a seu respeito, pois ela está muito bem... até a batalha final. De fato, cenas de ação decididamente não são seu forte, e o mesmo pode ser dito das 3 protagonistas. Sendo justo, o quarteto de rapazes de meia-idade do Caça-Fantasmas original também não era nada bom em cenas deste tipo.

Em resumo, o novo e feminino Caça-Fantasmas não deve nada a nenhum dos dois filmes originais. É do mesmo nível deles, definitivamente não é pior. Portanto, se você era fã da franquia antes, vai adorar este filme (meu caso). E se não gostava dos filmes anteriores, provavelmente não vai ser aqui que vai começar a gostar. Nota: 6,0


PS: fiquem atentos as cenas pós-créditos! Poucos segundos após o final já temos uma cena extra com a Sigourney Weaver. Depois, enquanto os letreiros aparecem, vemos boa parte do elenco dançando algo parecido com Thriller - cena aliás que era do filme mas foi cortada na edição final. E finalmente, após todos os créditos temos uma breve cena com gancho para uma futura continuação.

terça-feira, 12 de julho de 2016

Crítica - Independence Day: O Ressurgimento (2016)

Título: Independence Day: O Ressurgimento ("Independence Day: Resurgence", EUA, 2016)
Diretor: Roland Emmerich
Atores principais: Liam Hemsworth, Jeff Goldblum, Jessie T. Usher, Bill Pullman, Maika Monroe,William Fichtner, Brent Spiner
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=LwgF3bmQ1rE
Nota: 4,0
20 anos depois os aliens retornam... para um filme muito pior

Antes de qualquer coisa, uma explicação para os mais novos. Quando o primeiro Independence Day saiu nos cinemas em 1996 ele foi um enorme sucesso. Foi naquele momento nada menos que a 2ª maior bilheteria de todos os tempos e de quebra lançou o ator Will Smith para o estrelato.

E por falar em Will Smith, ironicamente ele é o único nome importante que não voltou para esta continuação (o estúdio diz que ele pediu dinheiro demais, já o diretor diz que Will não queria fazer ficção científica naquele momento devido o fracasso de Depois da Terra).

Desta maneira, sem o Will voltaram o diretor Roland Emmerich e também outros seis atores reprisando seus papéis. Deles, destaco o tecnólogo de Jeff Goldblum, o ex-presidente de Bill Pullman e o cientista louco de Brent Spiner, que aliás supostamente morrera no filme anterior.

Independence Day: O Ressurgimento consegue ser desinteressante para seus dois tipos possíveis de público: os que assistiram e os que não assistiram o filme anterior. Para quem não assistiu, a sensação é de chegar no meio de uma história, já que as rasas explicações do que está acontecendo não são suficientes para aproveitar o filme. Por outro lado, quem já viu estará diante de um mais do mesmo, vendo basicamente a mesma trama do primeiro Independence Day sendo que agora os personagens que você conhece tem pouca importância e são substituídos de maneira apressada por uma nova geração de atores desprovida de carisma e com atuações duvidosas.

As exceções da frase acima vão para Goldblum e Liam Hemsworth - os menos piores - tanto em atuação como em termos de personagem.

Se no primeiro filme os aliens eram muito superiores a humanidade e só perderam devido a um Deus ex machina absurdo, agora os ETs são ainda mais superiores e a maneira com que são derrotados é ainda mais idiota. Em suma, pouco no filme faz sentido, tudo que temos no roteiro são desculpas ruins para colocar efeitos especiais na tela. E haja efeitos de computador! Eles dominam o filme e pelo menos são bons... ou melhor, dentro da média das grandes produções atuais.

Em seu ato final Independence Day: O Ressurgimento melhora bastante, principalmente porque as homenagens ao filme anterior enfim acabaram. Em termos de ação e visual a batalha final é bem bacana, mas ainda assim nada original, já que mistura os designs do primeiro filme com o que já vimos em Guerra dos Mundos (2005).

Passaram-se 20 anos e não conseguiram fazer um roteiro decente para a continuação de Independence Day. E pior, o final tem um enorme gancho para outra continuação. Que demorem 40 anos para fazê-la: os 20 desta vez não foram suficientes. Nota: 4,0

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Quer mais Game of Thrones e não aguenta esperar até a próxima temporada? Talvez você encontre a solução aqui. Confira!


O mundialmente famoso seriado Game of Thrones é baseado na série de livros As Crônicas de Gelo e Fogo, do ótimo escritor estadunidense George R. R. Martin (o barbudão da foto acima). Dos 7 livros previstos para a saga, até hoje foram publicados 5: o mais recente A Dança dos Dragões saiu em 2011 e o sexto livro The Winds of Winter (ainda sem título nacional) deverá sair até 2017.

Tudo o que foi dito no parágrafo acima é bem conhecido pelos fãs de Game of Thrones. Entretanto, uma informação de conhecimento bem mais restrito é que além dos livros da saga, George R. R. Martin já publicou separadamente mais 5 contos inéditos dentro deste mesmo universo. Veja abaixo quais são eles:


As Aventuras de Dunk e Egg

Funcionando como uma espécie de spin-off dos livros principais, As Aventuras de Dunk e Egg se passam 90 anos antes dos eventos do livro A Guerra dos Tronos. As histórias mostram um homem que nasceu pobre e que tenta ser reconhecido como cavaleiro (Dunk) e um menino de 10 anos, Egg, que é seu escudeiro.

Mas quem são de fato Dunk e Egg? É aí que as coisas se tornam ainda mais interessantes. Dunk é nada mais que Sor Duncan, o Alto, que posteriormente seria Senhor Comandante da Guarda Real e se tornaria um dos cavaleiros mais lendários de Westeros. E Egg? Pois ele é na verdade o Targaryen que futuramente seria o Rei dos Sete Reinos sob nome de Aegon V. O menino Egg é o avô do "Rei Louco" Aerys II, e consequentemente bisavô da nossa querida Daenerys.

Até hoje foram publicados 3 contos de Dunk e Egg, que são: O Cavaleiro Andante (1998), A Espada Juramentada (2003) e O Cavaleiro Misterioso (2010). Felizmente para nós brasileiros a editora Leya reuniu estas 3 histórias em um único livro chamado O Cavaleiro dos Sete Reinos, lançado no Brasil em 2014. É o livro da foto acima.

George R. R. Martin disse nos últimos anos estar trabalhando em mais duas continuações desta mini-saga: The She-Wolves of Winterfell e The Village Hero. Nem ele sabe qual dos dois contos sai primeiro e quando. Martin planeja publicar entre 7 a 9 contos de As Aventuras de Dunk e Egg e provavelmente finalizar a saga quando Aegon V assumir seu trono.

A HBO já considera fazer de As Aventuras de Dunk e Egg uma série de TV para suceder seu grande sucesso Game of Thrones.


O Príncipe de Westeros

O Príncipe de Westeros é um conto publicado na antologia Rogues, de 2014, que reúne 21 contos isolados de autores e temas distintos sobre pessoas "malandras, desonestas". Felizmente este livro também saiu no Brasil, em 2015, sob nome de O Príncipe de Westeros e Outras Histórias pela editora Saída de Emergência. Sua capa é a da imagem ao lado.

A história foca na juventude de príncipe Daemon Targaryen, um personagem bem mal caráter que sonha ser Rei no lugar do seu irmão Viserys I. A história acontece pouco mais de 100 anos antes dos eventos mostrados em As Aventuras de Dunk e Egg e consequentemente, cerca de 200 anos antes de Game of Thrones.


The Princess and The Queen

Como se pode notar pelo título em inglês, este é o único dos 5 contos que até hoje permanece inédito no Brasil. The Princess and The Queen foi publicado em 2013 na antologia Dangerous Women que ainda não chegou por aqui. Embora esta história tenha sido lançada um ano antes de O Príncipe de Westeros, em termos de cronologia ela acontece imediatamente após os eventos do mesmo.

Na trama, acompanhamos a luta da Princesa Rhaenyra para se herdar o trono de seu pai Viserys I, recém falecido. O problema é que para a viúva e Rainha Alicent o novo rei deve ser seu filho Aegon. Desnecessário dizer que Princesa e Rainha entrarão em conflito e daí vem o título deste conto. Westeros entra em guerra civil, e a história traz presente temas que George R. R. Martin escreve tão bem: politicagem, batalhas, intrigas e traições. Ah, e aqui se pode ver os dragões em plena atividade. :)


Encerrado meu texto, passo a palavra para vocês. Conheciam estes contos? Já leram algum deles? Gostaram? Não gostaram? Escreva nos comentários!

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Crítica - Procurando Dory (2016)

TítuloProcurando Dory ("Finding Dory", EUA, 2016)
Diretores: Andrew Stanton, Angus MacLane
Atores principais: Ellen DeGeneres, Albert Brooks, Hayden Rolence, Ed O'Neill, Diane Keaton, Eugene Levy
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=BGNvbWeASbA
Nota: 6,0
Divertido, embora agrade mais pelo saudosismo do que pela qualidade

Continuação do excelente Procurando Nemo de 2003, como se pode perceber pelo título em Procurando Dory a protagonista passa a ser a simpática peixinha com "memória de peixe". Na história, Dory se lembra dos seus pais - os quais não vê desde a infância - e passa a buscar por eles, tentando voltar para casa. Incapaz de procurar sozinha devido seus constantes esquecimentos, ela conta então com a ajuda de seus antigos amigos Marlin e Nemo, e de um novo amigo, um polvo mal humorado de 7 pernas chamado Hank.

Quem gostou do filme anterior certamente vai gostar desta continuação. Mas não necessariamente pela qualidade - Procurando Dory é bem inferior a Procurando Nemo - e sim pelas similaridades. Afinal, trata-se basicamente da mesma história, com as mesmas piadas, mesmos personagens, e mesma estrutura de roteiro: novamente temos personagens em busca de alguém que precisa ser encontrado: agora ao invés de Nemo temos os pais de Dory.

Colocar o foco em Dory traz vantagens e desvantagens. A vantagem principal é que ela é bastante carismática devido principalmente a sua inocência e energia. Por outro lado, as piadinhas envolvendo seus esquecimentos são bem mais frequentes, e chegam a irritar.

Não há nada de significativamente novo em Procurando Dory, infelizmente. Comparando com seu antecessor aqui você ri menos e principalmente se emociona menos, já que no quesito sentimento o filme peca pelo exagero e é bastante piegas.

De qualquer forma, uma cópia bem feita de algo excepcional mantém-se como algo interessante para assistir. E não deixa de ser bacana também conhecer os poucos novos coadjuvantes, completamente pirados.

Talvez o ponto alto de Procurando Dory seja a coragem na utilização de alguns temas bem sérios. Novamente os "heróis" do filme são pessoas com limitações físicas: Nemo (barbatana), Dory (memória) e agora, a tubarão Destiny (visão). Mas principalmente, a maior surpresa é a forte crítica implícita a todos estes "aquários" (e até institutos de vida marinha) espalhados pelo mundo. A história bate várias vezes na tecla de que os peixes querem liberdade, não uma "prisão". Consciente ou não, isto é também uma resposta a enorme procura que os Peixe Palhaço (a espécie de Nemo e Marlin) tiveram para agradar as crianças que quiseram ter um "Nemo" em casa após assistirem o primeiro filme.

Longe de ser criativo, mas ainda sim divertido e como sempre um deslumbre visual, Procurando Dory é bom e interessante o suficiente para quem estava com saudades de Nemo e sua turma. Nota: 6,0


PS 1: assim com no primeiro filme, Procurando Dory tem cena pós-créditos. Alías, é uma espécie de continuação da cena do filme anterior.

PS 2: para quem assistir a versão dublada, a lamentar a participação de Antonio Tabet (Porta dos Fundos) como dublador do polvo Hank. Sua voz destoa bastante dos demais personagens, seja pelo seu timbre ou pela qualidade da interpretação. Fica cada vez mais difícil defender as versões dubladas nacionais.

PS 3: Procurando Dory arrecadou por aqui R$ 23,7 milhões em seu primeiro fim de semana e com isto bateu o recorde de melhor estréia de uma animação no Brasil (o recorde anterior era de Minions, com R$ 22,6 mi).

PS 4: como todo filme da Pixar, este também é precedido por um curta-metragem. O da vez é Piper: Descobrindo o Mundo, que mostra um filhotinho de pássaro em sua primeira tentativa de buscar o próprio alimento. Não é uma grande história, mas é fofíssimo. E mais: que espetáculo técnico! Muitas vezes não sabemos se estamos diante de pássaros e oceano reais ou de animação.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Crítica - Uma Repórter em Apuros (2016)

TítuloUma Repórter em Apuros ("Whiskey Tango Foxtrot", EUA, 2016)
Diretores: Glenn Ficarra, John Requa
Atores principais: Tina Fey, Margot Robbie, Martin Freeman, Alfred Molina, Christopher Abbott, Billy Bob Thornton
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=6nn7L6EJq0c
Nota: 7,0
Mais sério, profundo e melhor do que prometia

Esqueça o trailer repleto de piadas bobinhas, o título boçal que traduziram para o filme, e também, esqueça que a protagonista é a comediante Tina Fey. Pois apesar de todos os indícios Uma Repórter em Apuros possui conteúdo sério e quantidade apenas moderada de comédia.

Na história - baseada no livro auto-biográfico da jornalista estadunidense Kim Barker - Tina Fey interpreta uma repórter quarentona que nunca teve a oportunidade de aparecer na televisão. Quando sua emissora lhe apresenta a possibilidade de ser uma correspondente internacional no Afeganistão em guerra (e com isto aparecer ao vivo em um jornal da TV) ela não pensa duas vezes e topa o desafio. Despreparada, aprendemos junto com ela como viver em um país machista e em conflito armado.

No começo do filme, a impressão é mesmo que estamos diante de uma comédia comum. São várias as piadinhas, e a maioria delas inclusive são sobre sexo. Porém com o passar do tempo, gradativamente a história se torna mais séria, e não há muito mais do que rir.

Portanto, muito além dos clichês de comédias e filme de guerra, Uma Repórter em Apuros em primeiro lugar mostra de maneira leve sobre como é viver em um mundo masculino. Mas além disto, o filme traz assuntos como relacionamentos, ética profissional, o "se encontrar" na vida, e, por que não, diferenças culturais e os riscos e tragédias da guerra. Tudo de forma bem sutil, sem nenhum "didatismo".

Reforçado por um elenco estrelado que conta também com Margot Robbie, Martin Freeman, Alfred Molina e Billy Bob Thornton (todos muito bem), Uma Repórter em Apuros consegue entreter, educar e emocionar ao mesmo tempo. E principalmente, o faz de maneira não convencional: é muito difícil prever o que vai acontecer na história, e o que vai acontecer com a protagonista. Em tempos onde sabemos o final de um filme antes mesmo dele estrear, isto é uma enorme qualidade. Nota: 7,0

sábado, 25 de junho de 2016

Gosta de pôster? Aqui tem mais de 1000 em HD sobre filmes e séries de TV para baixar!


Achei este link tão bacana, mas tão legal, que fiz um texto apenas para partilhá-lo com vocês. São mais de 1000 pôsteres de cinema (e muitos também de séries de TV) em alta resolução e com um detalhe a mais: sem nenhum texto! Ideal para colocar na parede da sua casa, ou na tela do seu celular :)

Sem mais delongas, este é o link (clique).

E para fechar, uma imagem reduzida de um dos pôsteres que se encontram no site citado, no caso, de um filme da minha franquia favorita dos cinemas. :)


domingo, 19 de junho de 2016

Crítica - Voando Alto (2016)

TítuloVoando Alto ("Eddie the Eagle", Alemanha / EUA / Reino Unido, 2016)
Diretor: Dexter Fletcher
Atores principais: Taron Egerton, Hugh Jackman, Tim McInnerny, Jo Hartley
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=FNg0-IQIjRQ
Nota: 7,0
Leve, divertido e inspirador

Passando quase desapercebido pelo público brasileiro nos cinemas em Março deste ano, Voando Alto é baseado na história real do inglês Eddie "The Eagle" Edwards (Taron Egerton), uma pessoa tímida e excluída socialmente que sempre teve o sonho de ser um atleta olímpico. Ajudado pelo treinador em busca de redenção Bronson Peary (Hugh Jackman), a dupla treina para conseguir disputar as Olimpíadas de Inverno de 1988. O título do filme foi traduzido de maneira bem estúpida para Voando Alto, mesma tradução para o nome de um péssimo filme de 2003 estrelado por Gwyneth Paltrow e Mike Myers. Não os confunda: o novo Voando Alto é muito, muito, muito melhor.

Voando Alto lembra razoavelmente o clássico familiar Jamaica Abaixo de Zero (1993), e não foi a toa: o produtor Matthew Vaughn afirma que a idéia para o filme surgiu quando ele viu suas crianças se divertindo com a história dos jamaicanos.

Entretanto Voando Alto possui algumas características distintas do filme que o inspirou. Ele é um filme bem mais leve, colorido e divertido. E ainda assim, consegue trazer para a trama um assunto sério que o filme de 1993 pouco comenta: o perigo da morte. Curiosamente, tanto Eddie "The Eagle" Edwards quanto o time de Bobsled da Jamaica disputaram na vida real a mesma edição dos Jogos Olímpicos de Inverno.

Fazendo um personagem inocente, bastante carismático, e com os mesmos trejeitos do Eddie real, o ator Taron Egerton é a grande atração do filme. E por falar em inocência, ver a relação dos pais do protagonista com seu "filhinho" é outra novidade que encaixou muito bem neste tipo de filme de "superação esportiva".

Se Voando Alto agrada por ser bem leve, fica o alerta que na vida real as coisas não foram tão fáceis para Eddie. O filme não mostra, mas o inglês real chegou a dormir em uma instituição mental para economizar, era uma pessoa muito solitária, e principalmente seus 2 anos de treinamento (muito mais que os 6 meses que o filme cita) foram de muito sofrimento e dor. Aliás, Voando Alto tem bastante fantasia, já que tanto os personagens de Hugh Jackman quanto de Christopher Walken são fictícios.

Pelo menos em termos de resultados Olímpicos, e pela maneira em que imprensa, público e atletas o trataram por lá o filme é bem preciso, o que é muito bacana para quem curte esporte. E apesar de tantas mudanças, há de se reconhecer que elas acabaram tornando o filme bastante inspirador.

Um resumo do espírito de Voando Alto é este trecho, extraído de um diálogo do filme: "... não se trata de habilidades dadas por Deus, trata-se de nunca desistir, aconteça o que acontecer; sabendo que fazer seu melhor é a única opção, mesmo se terminar em fracasso.". Nota: 7,0


PS: na vida real a história de Eddie desagradou muitos atletas de primeira linha, que receberam menos atenção do que ele. Mais ainda, o inglês foi acusado de não levar o esporte a sério (e de certa forma ele só queria mesmo se divertir). Então em 1990 o Comitê Olímpico Internacional (COI) criou a regra apelidada de The Eddie "The Eagle" Rule que obriga que para disputar os jogos um atleta precisa ter marca entre as 30% melhores, ou ser um dos 50 melhores atletas do mundo. Curiosamente esta regra não impediu que o nadador guinéu-equatoriano Eric Moussambani ficasse mundialmente famoso nos Jogos Olímpicos de Sydney 2000 quando nadou "cachorrinho" a eliminatória dos 100 metros livres. Eric foi aos jogos devido a uma concessão da Federação Internacional de Natação (FINA), que permitia a entrada de alguns atletas sem índice para motivar o esporte em países com a "natação em desenvolvimento".

terça-feira, 7 de junho de 2016

Crítica - Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos (2016)

TítuloWarcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos ("Warcraft", China / EUA, 2016)
Diretor: Duncan Jones
Atores principais: Travis Fimmel, Paula Patton, Ben Foster, Dominic Cooper, Toby Kebbell, Ben Schnetzer, Daniel Wu
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=OOTjr18_w0A
Nota: 4,0
Warcraft é filme B que teve muito dinheiro para efeitos especiais

Após muita expectativa por todos que ainda aguardam uma boa adaptação de jogo de vídeo-game para as telonas, chega aos cinemas Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos, a aposta de 160 milhões de dólares da Blizzard - a dona/criadora da franquia nos games.

E a aposta deu errado mais uma vez. Repleto de personagens genéricos, que não são apresentados em nenhum momento da história, a história é fraca, cheia de furos, e apesar da grande produção Warcraft mais lembra filmes B por seus defeitos.

Como todo filme B que se preze, os atores em sua maioria são fracos e totalmente desprovidos de carisma, os diálogos são horrorosos (as vezes chegam a constranger - é a pior coisa do filme), e tudo o que protagonista faz - o humano Anduin Lothar (Travis Fimmel) - desde beber água ou olhar para uma janela é feito de maneira "heróica/épica"... Lastimável!

Contando basicamente com apenas ação - sem uma história pra contar - o roteiro ainda entrega um péssimo vilão. Pelo menos dá para dar um desconto para a Blizzard que não é só ela que erra nisto, vide os últimos filmes da Marvel e DC.

Tecnicamente, a trilha sonora também é bem ruim. Muito barulhenta, genérica, repetitiva, preguiçosa, e que contribui grandemente para estabelecer o exagerado clima sombrio do filme. Em termos visuais, os efeitos especiais até são bons, entretanto, a computação gráfica é tão exagerada, usada tanto, que em muitas cenas temos a sensação de estar vendo algo "falso".

Há algo bom para se falar de Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos? Bem, as lutas "mano-a-mano" dos Orcs são bem legais, a magia azul dos magos é exibida de maneira bem bonita, temática e crível, e finalmente, é uma satisfação ver que os Orcs não são vilões, nem estúpidos, nem monstros... sempre é bacana quebrar um paradigma, como este, de que todo ser grande e feio é uma besta.

Contando com uma grande quantidade de personagens vindo diretamente dos jogos de vídeo-game, talvez o jogador fanático da franquia Warcraft consiga desfrutar melhor do filme, principalmente por conhecer o "currículo" dos personagens através dos jogos. Mas para quem nunca jogou a série - meu caso - Warcraft nada mais é que uma experiência enfadonha e genérica de fantasia medieval. Nota: 4,0


PS 1: assistindo ao filme pude reparar em diversos erros de tradução. Nada muito relevante, mas ainda assim alterando levemente o sentido de algumas falas. Até nisto o filme decepciona!

PS 2: os realizadores de Warcraft foram incompetentes, porém, não se pode dizer que não foram otimistas! Afinal, na verdade o que vemos é apenas o encerramento de um arco da história, propositalmente foram incluídas diversos fortes ganchos para mais de uma continuação. Mas como o filme até este momento sequer chegou a metade de seu custo (US$ 80 milhões) em bilheterias, provavelmente seremos poupados de uma sequência.

PS 3: (atualização as 18h do dia 07/06/16) acabo de ler uma notícia que só na pré-estreia o filme já passou da marca de US$ 20 milhões na China. Olha só, talvez os chineses salvem o filme do prejuízo!

sexta-feira, 3 de junho de 2016

SEIS títulos atuais da Image Comics que você deveria conhecer


Atual terceira maior editora de quadrinhos dos EUA, a Image Comics foi fundada em 1992 por vários artistas saídos da Marvel Comics. Nomes como Todd McFarlane, Jim Lee, Erik Larsen, Marc Silvestri e Rob Liefeld resolveram fundar sua própria companhia por estarem cansados da interferência da editora em seus trabalhos, e também, para que pudessem criar personagens sem ter que ceder seus direitos autorais. Ou seja: diferentemente da Marvel e DC, na Image os personagens ficariam como propriedades de quem os criou.

Os quadrinhos da Image chamavam a atenção pela incrível beleza de seus desenhos, o que não poderia ser diferente, já que eram produzidas por alguns dos melhores desenhistas da época. Eram também quadrinhos maiores (menos quadrinhos por página), o que ajudou a indústria como um todo a abandonar o estilo das comics dos anos 80, repleta de textos e com 9 ou mais quadros por folha. Já a qualidade dos seus roteiros era bem contestada. A Image virou sinônimo de qualidade visual, mas não de escrita.

Passados quase 25 anos de sua fundação, muita coisa mudou. Hoje em dia, longe de ser um simples refúgio para desenhistas, a Image possui uma gama bem diversificada e ótimos títulos. Isto porque ela atrai dois tipos de criadores: novatos talentosos buscando sua grande chance e autores já consagrados que não encontram na DC ou Marvel espaço para produzirem obras autorais, geralmente mais adultas.

É em nome desta empolgante fase da Image com vários ótimos títulos que eu montei esta lista com SEIS títulos atualmente em produção e que recomendo fortemente. O objetivo da lista é apresentar títulos pouco conhecidos pelo público brasileiro. Portanto o excelente Walking Dead (vendido no Brasil como Os Mortos-Vivosnão está nela, já que este título todo mundo conhece. Confiram abaixo:



Black Science (2013)



Escrita por Rick Remender e desenhada por Matteo Scalera, as histórias de Black Science me lembram aqueles seriados de TV de ficção científica bem antigos, dos anos 60, mas agora totalmente remodelada para nosso tempo. Na trama, o cientista Grant McKay descobre uma máquina que permite viajar através de infinitas realidades alternativas. Quando ele decide apresentar o incrível invento para seus filhos um grave problema acontece: a máquina foi sabotada e todo o grupo é transportado contra a vontade para outra dimensão. Pior, como o aparelho está quebrado, após algumas horas eles são transportados para outra realidade, e assim sucessivamente, sem ter nenhum controle sobre seu futuro destino. Até eles descobrirem como consertar o mecanismo de viagem dimensional, eles serão jogados de uma realidade desconhecida para outra após algumas horas.

Há três coisas que chamam bastante a atenção em Black Science. A primeira são seus desenhos, deslumbrantes, que parecem parecem cenas de filme e a cada edição temos várias páginas duplas aproveitando esta qualidade do título. As duas outras são os temas frequentes do roteiro: muita ação frenética e muitas versões alternativas dos personagens se encontrando entre as realidades. Se você gosta deste tipo de história, Black Science vai agradar em cheio.

A série foi prevista para durar "por volta de 60 edições" e atualmente se encontra na edição 21. Eu já li os dois primeiros arcos (volumes 1 ao 11), e estou gostando bastante. O meu grande receio é que a trama está mais complexa a cada edição. Será que Rick Remender vai conseguir manter sua história coesa e logicamente correta até o final? O título permanece inédito no Brasil.



Chew (2009)



Chew (que se traduzindo para o português seria: "mastigar") seria uma história policial do nosso mundo atual se não fosse por uma pequena diferença: no universo deste título houve um surto de gripe aviária tão forte que só nos EUA matou 23 milhões de pessoas. Este evento resultou em duas mudanças: a carne de frango passou a ser proibida no planeta todo (e passou a ser mais lucrativa para traficantes do que drogas) e também, a partir deste surto algumas pessoas passaram a desenvolver super-poderes relacionados a... comida(!?!). Por exemplo, há um personagem que fica mais inteligente cada vez que come; outro, cujas pinturas - quando comidas - ficam com o exato gosto da comida que foi retratada, etc, e etc.

Escrita e criada por John Layman, e desenhada por Rob Guillory, o protagonista principal desta história doida é o detetive Tony Chu, cujo trabalho é justamente resolver crimes relacionados com a posse de carne de frango. Chu também tem um poder relacionado a comida: quando ele come, ele descobre tudo sobre a vida do objeto devorado. Parece um poder inútil não? Pois é, agora imagine se você está investigando algo e encontra alguém assassinado: se você comer um pedaço do defunto vai descobrir exatamente como ele morreu e quem o matou. Nojento, mas eficientíssimo!

O principal ponto forte de Chew é o humor. A história é muito engraçada e maluca. Os traços de Guillory também ajudam a reforçar este clima cômico. Chew mistura história policial com ficção científica (há alguns eventos na trama que podem ser alienígenas) e também me lembra um pouco o seriado de TV Heroes, já que a história também conta com um vilão com os mesmos poderes e objetivos do Sylar.

Atualmente, a série se encontra na edição 55 e está em seu final, já que deverá acabar na edição 60. Eu já li até a edição 40 e a história traz enormes reviravoltas a cada arco. Bem interessante! O título ainda permanece inédito no Brasil.



Invincible (2003)



Apesar de eu ter barrado o Walking Dead do Robert Kirkman desta lista, não teve como deixar este criativo escritor de fora, apresentando outro de seus títulos. Invincible é seu título clássico de super-herói. O personagem principal da revista é Mark Grayson, que é filho do super-herói Omni-Man (uma espécie de Superman deste universo). A história começa quando Mark tem as primeiras manifestações de seus poderes, o que acontece quando ele está no seu último ano do colegial.

Já vi várias tentativas da DC e da Marvel em colocar um super-herói adolescente como protagonista de um título para atrair o público jovem e nenhum deles foi tão eficiente nisto como Invincible. De assuntos como o primeiro namoro, a ida à faculdade (e tirar notas baixas por estar sempre faltando das aulas para salvar o mundo), e até mesmo o deslumbramento de ter poderes, o personagem de Mark é absurdamente crível e convincente.

Com histórias repletas de humor, ação, drama, reviravoltas, centenas de personagens, e ótimos desenhos de Ryan Ottley - que contribuem com o clima jovem e divertido - já li quase 50 edições da revista e ela continua surpreendente a cada edição. E não estou exagerando!

Kirkman não mostra sinais de cansaço com o título - que já chegou à edição 128 - e por isto não manifestou até hoje nenhum interesse em encerrar a história. Aqui no Brasil a revista chegou com o nome de Invencível, e teve seus 4 primeiros encadernados publicados pela HQM Editora. Como o último encadernado foi impresso no longínquo ano de 2012, provavelmente o que nos resta é continuar a história através das edições dos EUA.



Lazarus (2013)



Escrita por Greg Rucka e desenhada por Michael Lark, Lazarus é uma história de Máfia em um futuro pós-apocalíptico. A economia mundial entrou em colapso. Bilhões morreram de fome. E agora o mundo é governado pelas 16 Famílias mais ricas do planeta, que se comportam como os mafiosos do século XX. Várias destas Famílias possuem seu Lazarus: um parente escolhido para ser seu super-soldado, que através de melhorias genéticas (ou cibernéticas, ou etc), se torna a maior arma e escudo de cada organização. A protagonista principal é Forever Carlyle, a jovem com cerca de 20 anos portando espada na imagem acima, e que é a Lazarus de sua família.

Diferentemente de seus parentes, a soldado Carlyle possui consciência e frequentemente entra em conflitos morais, principalmente quando tem que fazer seu papel de executora. Pior ainda para ela, Forever nasceu em laboratório, mas nem desconfia. Nas primeiras histórias, metade de Lazarus é acompanhar a interessante jornada de Forever Carlyle. A outra metade são os acontecimentos que todos nós conhecemos sobre mafiosos - disputa entre as Famílias, dois irmãos de Carlyle tentando derrubar o próprio pai do controle dos negócios, etc - porém com uma linguagem ágil e atual. Ah, e não se esqueça que estamos em um mundo onde a maioria da população mundial está morrendo de fome e que temos armas e tecnologias mais avançadas do que as do dia de hoje. Isto também poderá render grandes histórias sociais e científicas no futuro, e já no segundo arco da revista a questão da pobreza é mostrada de maneira bem marcante.

Até agora li as 10 primeiras edições e elas melhoram a cada novo número. Outra coisa bacana é que Rucka se preocupa bastante com a mitologia do título e na sessão de cartas de cada edição há textos explicando o mundo de Lazarus em mais detalhes. O título se encontra atualmente no número 21, não tem previsão de término, e infelizmente até hoje não foi publicado no Brasil.



Morning Glories (2010)



Criada e escrita por Nick Spencer e desenhada por Joe Eisma, a melhor maneira de definir Morning Glories é: Lost (o seriado de TV) se passando em uma universidade. Na trama conhecemos o internato Morning Glories Academy, considerada a melhor escola preparatória dos EUA, e que recruta apenas "garotos prodígios" para suas dependências. Somos apresentados à academia através dos olhos de seis novos alunos em seu primeiro dia de aula: Casey, Zoe, Hunter, Ike, Jun e Jade. Não demora muito para que os novatos descubram que algo está muito errado: tentativas de assassinato, áreas restritas, um diretor aparentemente animalesco que vive trancado longe das pessoas, viagens no tempo, e um regime disciplinar pior que em uma ditadura. Morning Glories tem até seu monstro, que aqui não é uma fumaça assassina e sim um fantasma que consegue se materializar em estado sólido quando quer atacar alguém.

Morning Glories tem uma trama excelente, repleta de mistérios e reviravoltas. Os desenhos até são bons, entretanto Joe Eisma não é tão bom para desenhar rostos, o que me fez algumas poucas vezes ficar em dúvida sobre qual personagem estava sendo mostrado. Este quadrinho é tão instigante quanto Lost e só espero que ao contrário do seriado este título se encerre bem, explicando tudo o que é essencial.

A série foi originalmente foi criada para ter 100 edições porém deverá se encerrar na edição 50, que será lançada neste mês (junho de 2016) nos EUA. A idéia dos criadores é fazer um final que sirva tanto para encerrar a série quanto para continuá-la por mais edições, caso consigam. Morning Glories já teve os dois primeiros encadernados publicados no Brasil pela editora Panini, um em 2012 e outro em 2013 (juntos eles vão até a edição 12). Ou seja, para nós brasileiros, novamente o jeito é continuar a história através das edições gringas. Eu já li até a edição 25 - ou seja, metade da trama - e continuo bastante empolgado para descobrir as respostas para os enigmas da revista.



Saga (2012)



Saga é escrita por Brian K. Vaughan, que considero um dos melhores escritores da atualidade. É dele as duas excelentes obras Y: O Último Homem e Ex-Machina (ambas já publicadas integralmente no Brasil pela Panini). Saga é uma space opera vendida (corretamente) como uma mistura de Star Wars com Romeu e Julieta com Game of Thrones.

Na história, temos duas espécies distintas vivendo uma guerra que já dura séculos. Uma raça, bastante tecnológica, vive no planeta Aterro (Landfall); a outra, mais mística e capaz de fazer magias, vive em Grinalda (Wreath), o único satélite natural deste mesmo planeta. É neste cenário em que o ativista anti-violência Marko (de Grinalda) se apaixona pela soldado Alana (de Aterro) e eles tem uma filha. Quando a criança nasce, Marko e Alana são literalmente perseguidos por toda a galáxia. Os governos dos dois povos querem obter esta "criança proibida", e para isto utilizam não só de seus próprios exércitos como também de caçadores de recompensa. A trama, portanto, é da família fugindo pelo espaço, tentando sobreviver e não ser capturada.

Como se pode ver acima, a trama obviamente tem mesmo elementos de Romeu e Julieta e elementos de Star Wars (toda a aventura espacial em si). Já de Game of Thrones, o título empresta os temas de conspiração entre grandes famílias, um pouco de nudez e sexo, e o clima épico. Mais do que tudo isto, a história é fortemente divertida, criativa e maluca! Querem exemplos? Que tal a nave utilizada pelos protagonistas, que na verdade é uma árvore gigante? Ou ainda, que tal o animal de estimação do mercenário conhecido como "O Querer" (The Will), que é um gato espacial que fala "está mentindo" quando alguém mente?

A família protagonista - que vai ganhando amigos ao longo da história - é bem interessante, ficando muito fácil para o leitor se importar com ela. Uma outra coisa bacana é a inversão dos papéis tradicionais de "machão" e "donzela indefesa", afinal Alana é a soldado, usa armas, e isto gera vários conflitos com seu marido pacifista. Além da grande qualidade do roteiro, os desenhos da Fiona Staples são um atrativo a parte. Belíssimos, limpos e ao mesmo tempo bem detalhados, ela é mais um artista que consegue transmitir o clima de filme em seus desenhos.

Saga se encontra atualmente na edição 36 e é atualmente publicado no Brasil pela editora Devir. Isto implica em boas e más notícias. As boas: a revista é de ótima qualidade, com acabamento de luxo e capa dura. A ruim: tanta qualidade implica em alto preço: R$ 65,00 por edição. Particularmente, eu preferiria papel mais simples e preços mais baixos. Enfim... A Devir já publicou aqui os dois primeiros encadernados de Saga, o que significa ir até a edição 12, que foi até onde eu li. De todos os títulos que coloquei nesta lista, este é o que tem minha maior recomendação.




Já tinham ouvido falar de alguns destes títulos? Já os leram? Se sim, recomendam? Aguardo vocês nos comentários. Até a próxima!

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