Diretor: Peter Farrelly
Atores principais: Viggo Mortensen, Mahershala Ali, Linda Cardellini, Sebastian Maniscalco, Dimiter D. Marinov, Mike Hatton
Belo road movie contra o racismo
Costumo gostar de road movies e, para ganhar ainda mais minha simpatia, Green Book: O Guia foi o filme desta safra de indicados ao Oscar que mais me comoveu na luta contra o racismo. O título desta produção já é um soco no estômago de todos: "Green Book" é o nome de um livro que realmente existiu, e que de 1936 to 1966 foi publicado e atualizado anualmente com dicas de onde os Afro-americanos poderiam comer e se hospedar sem terem problemas nos EUA.
A história, baseada em fatos reais, nos mostra uma viagem de carro feita em 1962, através de um racista sudeste estadunidense, onde o genial pianista negro Don Shirley (Mahershala Ali) aceitou o desafio de fazer uma turnê musical. Ciente dos perigos contra sua pessoa, Shirley contrata Tony Vallelonga (Viggo Mortensen) - um valentão descendente de Italianos que trabalhava como segurança de boates - para ser seu motorista e guarda-costas.
Green Book: O Guia não se destaca muito na parte técnica - com exceção da trilha sonora, já que contém algumas músicas de Don Shirley e outras músicas bacanas de Jazz e Blues - mas tem como principais virtudes o roteiro e a atuação dos atores principais Mahershala Ali e Viggo Mortensen.
Quanto ao trabalho da dupla de atores, bem, simplifico dizendo que é bem provável que esta tenha sido a melhor atuação que já assisti de ambos. Já quanto ao roteiro, que fala sobre racismo e amizade, o ponto que mais me agradou foi tratar a questão racial de maneira um pouco diferente do padrão.
Don Shirley não é o negro coitadinho, e sim, um homem bem sucedido, rico, genial, e o "patrão" da dupla. Ele sofre racismo em diversas situações, mas em Green Book: O Guia vemos a hipocrisia dos milionários brancos "intelectuais" que dizem apoiar os negros mas no fundo são tão racistas como muitos dos "caipiras ignorantes" do centro-sul estadunidense.
Green Book: O Guia traz uma bela história que deveria ser assistida e conhecida por todos. Considero também importantíssimo fazerem este filme para que o grande público possa enfim conhecer este extremamente talentoso músico que foi Don Shirley. Sua família, entretanto, criticou a produção, dizendo conter muitos erros históricos: o carro não era aquele, Shirley nunca foi tão afastado da família e da comunidade negra, comia frango frito muito antes de conhecer Tony Lip, e, principalmente, conforme as palavras do irmão de Don, Maurice, "Don Shirley nunca foi amigo de Tony Lip, este último era apenas seu motorista e empregado".
É verdade que Green Book: O Guia traz a visão de Tony sobre a história - seu filho, Nick, é um dos roteiristas do filme e garante que o que foi contado aconteceu exatamente do jeito que seu pai lhe contou. Mas quanto da história estaria mesmo "errada", afinal? Nunca saberemos pois a dupla retratada no filme faleceu em 2013. A questão é que em nenhum momento o filme ofende Don Shirley e traz uma mensagem bonita e poderosa contra o racismo. Green Book: O Guia é fraterno, inspirador e otimista. Talvez esteja faltando esses mesmos sentimentos aos descontentes da família Shirley. Nota: 8,0
A história, baseada em fatos reais, nos mostra uma viagem de carro feita em 1962, através de um racista sudeste estadunidense, onde o genial pianista negro Don Shirley (Mahershala Ali) aceitou o desafio de fazer uma turnê musical. Ciente dos perigos contra sua pessoa, Shirley contrata Tony Vallelonga (Viggo Mortensen) - um valentão descendente de Italianos que trabalhava como segurança de boates - para ser seu motorista e guarda-costas.
Green Book: O Guia não se destaca muito na parte técnica - com exceção da trilha sonora, já que contém algumas músicas de Don Shirley e outras músicas bacanas de Jazz e Blues - mas tem como principais virtudes o roteiro e a atuação dos atores principais Mahershala Ali e Viggo Mortensen.
Quanto ao trabalho da dupla de atores, bem, simplifico dizendo que é bem provável que esta tenha sido a melhor atuação que já assisti de ambos. Já quanto ao roteiro, que fala sobre racismo e amizade, o ponto que mais me agradou foi tratar a questão racial de maneira um pouco diferente do padrão.
Don Shirley não é o negro coitadinho, e sim, um homem bem sucedido, rico, genial, e o "patrão" da dupla. Ele sofre racismo em diversas situações, mas em Green Book: O Guia vemos a hipocrisia dos milionários brancos "intelectuais" que dizem apoiar os negros mas no fundo são tão racistas como muitos dos "caipiras ignorantes" do centro-sul estadunidense.
Green Book: O Guia traz uma bela história que deveria ser assistida e conhecida por todos. Considero também importantíssimo fazerem este filme para que o grande público possa enfim conhecer este extremamente talentoso músico que foi Don Shirley. Sua família, entretanto, criticou a produção, dizendo conter muitos erros históricos: o carro não era aquele, Shirley nunca foi tão afastado da família e da comunidade negra, comia frango frito muito antes de conhecer Tony Lip, e, principalmente, conforme as palavras do irmão de Don, Maurice, "Don Shirley nunca foi amigo de Tony Lip, este último era apenas seu motorista e empregado".
É verdade que Green Book: O Guia traz a visão de Tony sobre a história - seu filho, Nick, é um dos roteiristas do filme e garante que o que foi contado aconteceu exatamente do jeito que seu pai lhe contou. Mas quanto da história estaria mesmo "errada", afinal? Nunca saberemos pois a dupla retratada no filme faleceu em 2013. A questão é que em nenhum momento o filme ofende Don Shirley e traz uma mensagem bonita e poderosa contra o racismo. Green Book: O Guia é fraterno, inspirador e otimista. Talvez esteja faltando esses mesmos sentimentos aos descontentes da família Shirley. Nota: 8,0