Outros dois filmes de produção Netflix, um que estreou semana passada, e outro do começo de 2020. Em comum, ambos são filmes "pesados" e polêmicos, além de que os dois foram sucesso de visualizações na plataforma. Mas isso não significa que você que está lendo aqui já assistiu ambos rs. Portanto, apresento a vocês O Poço e Jóias Brutas!
Diretor: Galder Gaztelu-Urrutia
Trailer (em inglês): https://www.youtube.com/watch?v=RlfooqeZcdY
Atores principais: Ivan Massagué, Zorion Eguileor, Antonia San Juan, Emilio Buale, Alexandra Masangkay, Zihara Llana
O Poço é um filme espanhol que mistura suspense, ficção cientifica e terror. O filme se passa numa espécie de prisão muito bizarra: uma torre subterrânea com centenas de salas, uma sala por andar, e cada andar com apenas 2 pessoas.
O problema é como os alimentos são distribuídos aos detentos: através de uma enorme plataforma, inicialmente repleta de comida da mais alta qualidade, que vai descendo andar por andar, mas nunca sendo renovada. O que significa se você está nos primeiros andares, comerá como um rei; se estiver lá pelo 50o andar, comerá o resto do resto; se estiver abaixo do 100o andar, não irá comer mais absolutamente nada, já que certamente não sobrou nenhum alimento. Piorando (ou não) o cenário, ao término de cada mês todas as pessoas são aleatoriamente remanejadas para outros andares. Então é muito comum você estar no topo em um mês, e nos andares mais baixos no outro. E vice-versa.
Eu diria que O Poço é uma mistura do clássico cult Cubo (1997) com o famoso filme coreano Expresso do Amanhã (2013), porém superior a ambos. É superior ao Cubo pois consegue passar uma sensação de "morte iminente" de maneira muito mais forte, porém visualmente de maneira menos explícita. E é superior ao Expresso do Amanhã por conseguir fazer sua metáfora sobre duelo de classes de maneira muito mais visceral e realista.
Há muito debate sobre qual a mensagem que O Poço quer passar: seria uma crítica ao capitalismo? Ou uma crítica aos governos e políticos em geral? Eu não vou tanto nestas interpretações e simplifico meu entendimento com uma afirmação: sempre que houver uma sociedade dividida em diferentes classes, teremos conflitos e péssimos comportamentos, e em todas as classes.
Ah, e não posso deixar de comentar que há algumas "pistas" no filme que me fizeram pensar que nada do que vimos aconteceu no mundo real... neste caso, o filme se passaria dentro de algo como o Inferno ou Purgatório. E esta é só mais uma interpretação possível.
O Poço não é um filme "agradável" de assistir, já que é um "soco no nosso estômago", mas ainda assim é excelente, muito bem feito, seu clima de tensão e suspense te gruda na frente da tela até sabermos como o filme irá se concluir. A conclusão aliás, é satisfatória porém um pouco mais "em aberto" do que eu gostaria. Não sou contra finais abertos (aliás até os aprecio, já que eles geram discussões posteriores), mas mesmo assim eu adicionaria alguns minutos após o final para dar algumas explicações.
Em uma época de quarentena onde pessoas vão ao supermercado e egoisticamente acabam com toda a comida, máscaras e álcool gel disponíveis, O Poço é um filme atualíssimo e que nos traz muita reflexão. Nota: 8,0
O problema é como os alimentos são distribuídos aos detentos: através de uma enorme plataforma, inicialmente repleta de comida da mais alta qualidade, que vai descendo andar por andar, mas nunca sendo renovada. O que significa se você está nos primeiros andares, comerá como um rei; se estiver lá pelo 50o andar, comerá o resto do resto; se estiver abaixo do 100o andar, não irá comer mais absolutamente nada, já que certamente não sobrou nenhum alimento. Piorando (ou não) o cenário, ao término de cada mês todas as pessoas são aleatoriamente remanejadas para outros andares. Então é muito comum você estar no topo em um mês, e nos andares mais baixos no outro. E vice-versa.
Eu diria que O Poço é uma mistura do clássico cult Cubo (1997) com o famoso filme coreano Expresso do Amanhã (2013), porém superior a ambos. É superior ao Cubo pois consegue passar uma sensação de "morte iminente" de maneira muito mais forte, porém visualmente de maneira menos explícita. E é superior ao Expresso do Amanhã por conseguir fazer sua metáfora sobre duelo de classes de maneira muito mais visceral e realista.
Há muito debate sobre qual a mensagem que O Poço quer passar: seria uma crítica ao capitalismo? Ou uma crítica aos governos e políticos em geral? Eu não vou tanto nestas interpretações e simplifico meu entendimento com uma afirmação: sempre que houver uma sociedade dividida em diferentes classes, teremos conflitos e péssimos comportamentos, e em todas as classes.
Ah, e não posso deixar de comentar que há algumas "pistas" no filme que me fizeram pensar que nada do que vimos aconteceu no mundo real... neste caso, o filme se passaria dentro de algo como o Inferno ou Purgatório. E esta é só mais uma interpretação possível.
O Poço não é um filme "agradável" de assistir, já que é um "soco no nosso estômago", mas ainda assim é excelente, muito bem feito, seu clima de tensão e suspense te gruda na frente da tela até sabermos como o filme irá se concluir. A conclusão aliás, é satisfatória porém um pouco mais "em aberto" do que eu gostaria. Não sou contra finais abertos (aliás até os aprecio, já que eles geram discussões posteriores), mas mesmo assim eu adicionaria alguns minutos após o final para dar algumas explicações.
Em uma época de quarentena onde pessoas vão ao supermercado e egoisticamente acabam com toda a comida, máscaras e álcool gel disponíveis, O Poço é um filme atualíssimo e que nos traz muita reflexão. Nota: 8,0
Diretores: Benny Safdie, Josh Safdie
Atores principais: Adam Sandler, Julia Fox, Kevin Garnett, The Weeknd, Idina Menzel, Paloma Elsesser, Lakeith Stanfield, Eric Bogosian, Keith Williams Richards, Judd Hirsch
Jóias Brutas é um suspense policial de ritmo frenético, eletrizante. Na história, acompanhamos a vida de Howard Ratner (Adam Sandler), um joalheiro endividado devido seu incontrolável vício em apostas. O filme começa quando ele obtém uma valiosa pedra Opala bruta, cuja venda poderá resolver seus problemas financeiros.
O filme é violento, sarcástico, de roteiro caótico, o que faz todo sentido já que isto reflete totalmente os pensamentos do personagem principal.
Jóias Brutas ficou famoso no meio cinematográfico pela expectativa de que este seria o filme que daria a Sandler uma indicação ao Oscar na atuação. E ainda que ele tenha vencido vários prêmios com este seu desempenho, não rolou... a indicação não veio e o ator expressou publicamente seu desgosto.
Em minha opinião, Adam Sandler manda bem no papel, convence com sua atuação. Ainda assim, fiquei um pouco decepcionado: não considero sua interpretação muito "difícil"; basicamente, ele passa 2h demonstrando apenas uma emoção, que é estar alucinado/bravo xingando as pessoas.
E é exatamente pelo personagem principal ser tão "desagradável" que entendo que Jóias Brutas não é para qualquer público: alguns vão gostar, e outros odiar. No meu caso, pra variar, ficou no meio termo. Achei um filme bom e interessante, mas sem me empolgar. Nota: 6,5.