É com muita satisfação que chego a 400 publicações no meu blog! O Cinema Vírgula começou ha 8 anos atrás, em Janeiro de 2012, e até hoje segue firme e forte, como um prego na areia! rs
Muitas pessoas me pedem para indicar filmes, então em agradecimento optei por montar uma lista com filmes que recomendo. Como alguns podem ter percebido, aqui no Cinema Vírgula eu só faço críticas de filmes que são lançamentos; desta maneira os filmes anteriores ao meu blog nunca tiveram seu espaço...
... Mas isto muda agora! A minha lista abaixo (por ordem alfabética de nome), traz 15 filmes que gosto muito e que foram lançados em até 15 anos antes do Cinema Vírgula nascer, ou seja, entre 1997 a 2011. Vamos então a esta lista "incomum" (rs) e bem variada!
Bastardos Inglórios (2009)
Eu adoro os filmes do Quentin Tarantino e então um deles tinha que estar na lista. E este em específico entra no meu Top 3 deste diretor. Seu filme sobre a Segunda Guerra Mundial é provavelmente o mais engraçado dentre todos que ele já fez, e conta com atuações e personagens muito marcantes. De quebra, o filme apresentou o ator Christoph Waltz para o mundo, graças a seu fantástico e inesquecível coronel nazista Hans Landa.
Boa Noite, e Boa Sorte (2005)
Para quem gosta de política, e/ou história, e/ou jornalismo, este filme é imperdível. Baseado em uma história real dos anos 50, o filme mostra tudo relacionado à importante transmissão exibida pela CBS do jornalista Edward R. Murrow entrevistando o então senador Joseph McCarthy, o principal líder do "caça-as-bruxas contra o comunismo".
O filme traz os bastidores do "antes" e do "depois" da famosa transmissão, e a própria entrevista (incluindo cenas da transmissão real). Como bônus, o filme é em branco-e-preto com uma fotografia maravilhosa, e ainda traz inserções de comerciais de TV reais da época... é cada coisa absurda que anunciavam...
Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças (2004)
Esta caótica e surpreendente história, cheia de reviravoltas, mistura romance, drama e ficção científica. A trama acompanha Joel (Jim Carrey), que contratou uma empresa para apagar algumas de suas memórias, e agora começa a ficar perturbado e curioso a respeito do que foi removido.
O filme traz os protagonistas principais Carey e Kate Winslet com atuações espetaculares, além de também proporcionar uma fotografia belíssima e colorida. E, algo que me cativou bastante, é que apesar de todo caos e desespero, o filme consegue ser uma belíssima (e até inocente) história de amor.
A Bruxa de Blair (1999)
Não sou fã de filmes de terror, mas este aqui eu gosto... e muito. Sendo uma produção praticamente caseira (com orçamento de ridículos US$ 60.000),
A Bruxa de Blair causou frisson no mundo do cinema devido ao boato de que suas imagens eram mesmo reais, ou seja, que eram as últimas imagens de pessoas que haviam desaparecido/morrido de verdade. Tudo mentirinha... era tudo atuação, mas a "propaganda" foi muito bem feita, com os atores propositalmente se escondendo do público por meses após a exibição nos cinemas.
Filmado em branco e preto por câmeras "na mão", o filme não é fácil de assistir, principalmente em seu primeiro terço, onde basicamente só temos entrevistas desinteressantes. Por isto mesmo a maioria das pessoas que conheço NÃO gosta do filme. Porém conforme a história vai se aproximando do final, o clima de tensão e desespero é marcante e assustador. Sempre falo que os últimos 5 minutos deste filme foram uma das experiências mais fortes de tensão que já tive nos cinemas.
Corra Lola, Corra (1998)
Filme alemão, pouco conhecido, mas que me divertiu muito. A história do filme é basicamente a seguinte: Lola (Franka Potente) precisa ir correndo do local A para o local B em 30 minutos, caso contrário seu namorado morre. Parece chato? Pois é... mas o bacana é COMO esta história é contada.
Primeiro, o filme é contado em "tempo real", com Lola literalmente correndo pelas ruas sob músicas eletrônicas bem bacanas e agitadas. Mas - você pode perguntar - se o filme é em tempo real ele só tem 30 minutos? É nisto que está a genialidade do filme: são 3 versões de 30 minutos da mesma história! Dependendo das decisões que Lola toma em cada uma das versões, vemos consequências diferentes acontecendo... e estas mudanças incluem os personagens com que Lola interage: em uma das versões você julga que um personagem é de um jeito, mas nas outras, você vê que é completamente diferente do esperado. Um tapa na cara de quem julga apenas pela aparência. Genial!
Os Excêntricos Tenenbaums (2001)
Wes Anderson é outro de meus diretores favoritos (aliás, você já leu este
meu post de 2014, onde listei meus diretores preferidos naquele momento?), e portanto tem que estar nesta lista também. Não é "o" meu filme preferido dele, porém é o que lhe tornou famoso, e também é bom!
Como sempre nos filmes de Wes, ele conta com uma enorme quantidade de atores e atrizes famosos - vários deles comediantes - e com uma fotografia e enquadramento de imagem bem peculiares. Basicamente aqui temos uma boa comédia, que é história de uma família bastante esquisita e disfuncional... até que eles precisam se unir para superar uma crise. Cada personagem é bastante "esquisito e perturbado", e chega a ser bonito e comovente ver que mesmo dentro de tanta falta de contato e normalidade, quando o problema é realmente grave, os familiares conseguem se ajudar entre eles.
Filhos da Esperança (2006)
Muito antes de Alfonso Cuarón ficar mundialmente famoso com os espetaculares planos-sequência de
Gravidade (2013), e receber merecidamente vários Oscars por isto, ele fez este brilhante
Filhos da Esperança.
Aqui temos uma ficção-científica pós apocalíptica bem pessimista, onde todas as mulheres humanas, por motivo desconhecido, pararam de gerar filhos. A história do filme é boa, vale a pena ser assistida, mas não é espetacular.... O que se destaca mesmo são 3 grandes planos-sequência de ação, que são incríveis, dignos de aplaudir em pé. Depois deste filme tivemos vários filmes premiadíssimos abusando de planos sequencia, como por exemplo o próprio
Gravidade,
Birdman e
1917. Mas na minha modesta opinião, esta tão bem vinda e recente "modinha" começou aqui.
Fonte da Vida (2006)
Para mim é a obra máxima do ótimo Darren Aronofsky, e um filme que entra no meu top 10 da vida. Com poucos minutos de filme o espectador já ficará boquiaberto com as belíssimas e coloridas imagens, seja do espaço, ou de praias e florestas. Porém a história de
Fonte de Vida consegue a façanha de ser ainda melhor que seu visual.
A trama traz 3 histórias em paralelo, em 3 épocas bem distantes no tempo: uma no tempo das grandes navegações, outra no tempo "presente", e outra em um futuro distante, no espaço sideral. Todas as histórias têm em comum a busca por encontrar a vida eterna, no caso através de uma árvore "mágica" que aparenta dar esta propriedade à quem consumi-la.
Se prepare para uma emocionante e tensa jornada que discute nossa mortalidade e o sentido da vida como um todo.
O Grande Truque (2006)
Esqueçam a trilogia
Batman, o filme
A Origem, ou mesmo o filme
Interestelar: pois de todos os filmes até agora de Christopher Nolan, este aqui é certamente o melhor, sua obra-prima.
A história, que se passa na Londres de 1890, mostra uma doente disputa entre o Wolverine e o Batman... ou melhor, entre dois famosos mágicos: Robert (Hugh Jackman) e Alfred (Christian Bale). A rivalidade entre eles vai além do mundo profissional, chegando até a questões familiares.
O Grande Truque mistura drama e ficção cientifica com alguns poucos fatos reais, traz muita coisa interessante sobre o "mundo dos mágicos", chegando por exemplo a revelar como é feito alguns de seus truques. Contando com uma fotografia espetacular, e algumas reviravoltas simplesmente estarrecedoras, o roteiro é simplesmente genial, mas não posso contar o porquê aqui para não dar spoilers rs.
Herói (2002)
Desde 2001, quando
O Tigre e o Dragão (2000) surpreendeu e levou nada menos que 10 indicações ao Oscar, os filmes chineses de artes marciais - cujos personagens são especiais e podem inclusive voar em curtas distâncias - passaram a ser conhecidos no Ocidente, principalmente na primeira década deste século. De todos os filmes do gênero que chegaram até nós, o que mais gostei foi esse
Herói.
Herói conta uma história ocorrida na China ha quase 2000 anos atrás. Nela, o guerreiro Sem Nome (Jet Li) solicita uma audiência com o Rei da província de Qin, para informá-lo que ele conseguiu matar os assassinos Broken Sword, Flying Snow e Moon, trio que recentemente tentou assassinar o governante e estava foragido. Curioso, mas ainda incrédulo, o Rei permite que Sem Nome se aproxime e lhe conte sua história. O filme então passa a ser, portanto, a narrativa de Sem Nome explicando cada um dos três duelos fatais.
Herói traz fotografia e coreografia nas batalhas superiores a
O Tigre e o Dragão, mesmo sendo uma produção mais "barata", com menos cenários e tomadas mais fechadas. Belíssimo! E ainda, de quebra, traz um desfecho muito surpreendente.
Mestre dos Mares - O Lado Mais Distante do Mundo (2003)
Ainda que tenha recebido merecidas 10 indicações ao Oscar (pois é um filmaço),
Mestre dos Mares é um grande injustiçado no sentido que é pouco conhecido pelo grande público. A história é focada em personagens da marinha britânica, e ambientado durante as Guerras Napoleônicas: trata-se de uma mistura de 3 livros (de uma coleção total de 20 volumes) do escritor Patrick O'Brian.
É justamente esta mescla de aventuras que faz
Mestre dos Mares ser tão único: o filme mistura cenas que envolvem batalhas navais, discussões políticas, exploração em ilhas... um monte de assuntos diversos que ainda assim andam juntos de maneira bem coesa e divertida.
Contando com os atores Russell Crowe e Paul Bettany em atuações muito boas, o filme possui bela fotografia, ótima trilha sonora, e pra quem gosta de filmes de "piratas" (embora não haja piratas aqui) e/ou filmes de História,
Mestre dos Mares é uma excelente pedida!
Onde os Fracos Não Têm Vez (2007)
Sabe aquela lista dos meus diretores favoritos,
que já citei anteriormente? Pois os Irmãos Coen também fazem parte dela, e por isto, precisavam ter um filme deles nesta lista também. Indicado a 8 Oscars (inclusive ao de Melhor Filme, que venceu),
Onde os Fracos Não Têm Vez foi o filme que apresentou efetivamente o ator espanhol Javier Bardem para Hollywood, com seu assustador e inesquecível personagem, o assassino Anton Chigurh.
Como todo filme dos irmãos Coen, este é repleto de ironias, sarcasmo e violência. A história de
Onde os Fracos Não Têm Vez traz o cidadão "comum" Llewelyn (Josh Brolin) sendo perseguido por um assassino profissional de alto nível. O mais bacana deste filme é que ele consegue te colocar na pele de Llewelyn... é como você estivesse fugindo ao lado dele o tempo todo, com grande realismo! Muito impressionante!
Ah, um alerta para o público feminino: até hoje não conheci nenhuma mulher que tenha gostado deste filme. Fica o desafio pra vocês, meninas, quebrarem esta barreira. Ou não rs.
A Vila (2004)
Certamente
A Vila não é o melhor filme de M. Night Shyamalan, mas eu gosto bastante dele por dois motivos: primeiro porque ele quebra a fórmula padrão deste diretor, fazendo a "grande revelação bombástica" da trama não no final do filme, mas em seu meio. E segundo porque eu acho que a história entre os personagens principais Ivy (Bryce Dallas Howard) e Lucius (Joaquin Phoenix) é tão ingênua e inocente (no bom sentido) e heróica, que acabo me comovendo.
A Vila não agradou em nada a crítica especializada, mas se você não tem coração de pedra, recomendo dar uma chance para ele.
Wall-E (2008)
Ahhhhh os filmes maravilhosos da Pixar, em uma época que ela ainda não havia sido contaminada pela Disney...
Wall-E é realmente especial. Principalmente pela sua coragem em ter sua primeira metade inteira sem nenhum diálogo! E isto não é ruim não... é genial!!
Apenas com gestos e olhares (nem precisando do resto do rosto, já que o protogonista Wall-E só tem olhos e mais nada), o filme consegue contar sua história inicial de maneira brilhante, comovente, com muita sensibilidade. É como se tivéssemos os melhores momentos dos filmes de Charlie Chaplin trazidos pra cá. Maravilhoso!
Em sua segunda metade, Wall-E começa a interagir com humanos e com isto aparecem os diálogos... o filme cai de qualidade mas ainda assim permanece acima da média, e traz importantes alertas sobre ecologia e sociedade.
Zatoichi (2003)
Mais um filme oriental de artes marciais, porém este aqui é Japonês. Zatoichi é um personagem famoso na cultura pop japonesa, criado na década de 60, e desde então já protagonizou dezenas de filmes e algumas séries de TV. E o ápice artístico deste personagem é atingido neste espetacular filme de Takeshi Kitano, que por este trabalho venceu o Leão de Ouro do Festival de Veneza como diretor.
Lembram do filme
Kill Bill, que aliás eu adoro? Pois
Zatoichi chega a ser melhor, embora com abordagem diferente. O filme também mistura bastante humor com violência, mas também faz brincadeiras com a trilha sonora, incorporando sons ambientes em música e dança.
O personagem principal, Zatoichi, é um massagista cego que por sua vez é secretamente um espadachim do mais alto nível. Aqui ele já está velho, aposentado... porém ao chegar em um vilarejo devastado por duas gangues em conflito, ele resolver ajudar a indefesa população. Excelente pedida para quem gosta de artes marciais e filmes mais "artísticos".