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domingo, 25 de fevereiro de 2024

Faltam 2 semanas para o Oscar 2024!! Conheça mais sobre os principais indicados aqui no Cinema Vírgula!


Estamos a exatas 2 semanas para o início da cerimônia do Oscar 2024, que será daqui dois domingos, em 10 de março de 2024. Abaixo segue a lista dos 10 filmes indicados ao prêmio de Melhor Filme, ordenado pelo número total de indicações. Corre que ainda dá tempo de assistir vários deles! Muitos ainda se encontram em cartaz nos cinemas, e alguns outros podem ser assistidos nas plataformas de streaming:

Basta clicar no nome dos filmes acima para (re) ler a crítica que fiz para cada um deles. Ainda não vi Ficção Americana e Anatomia de uma Queda, mas vou assistir a ambos e também publicar aqui a crítica deles dois antes da cerimônia do dia 10/03. Portanto, continue ligado no Cinema Vírgula nos próximos dias!

Ah! E quanto aos outros filmes com mais de uma indicação (mas não de Melhor Filme), e que também tiveram a crítica publicada aqui no Cinema Vírgula: Napoleão (3 indicações), Missão: Impossível - Acerto de Contas - Parte Um (2 indicações), e A Sociedade da Neve (2 indicações).



E como sempre... alguns comentários:

Dados os indicados ao Oscar 2024, há um aspecto que vejo como bem positivo: sua diversidade. Afinal, se percorrermos pelos 10 indicados aos melhor filme, veremos que há temas como o empoderamento feminino, violência contra indígenas, tratamento aos afro-americanos, um filme francês, e um filme que embora estadunidense, mostre bastante da cultura sul-coreana. Mas, claro, temos também dois filmes sobre a Segunda Guerra Mundial... é impressionante como a Academia não se cansa deles...

Porém tirando o elogio inicial, fiquei decepcionado com várias indicações. E as principais causas destas decepções são dois nomes: Barbenheimer e Bradley Cooper.

Primeiro quanto ao Barbenheimer. Eu entendo perfeitamente que o Oscar é um evento comercial, e então não só compreendo que Barbie e Oppenheimer estejam entre os 10 indicados a Melhor Filme, e que ambos recebam múltiplas indicações, como ficaria indignado se isso não acontecesse! Afinal, com suas grandes bilheterias, eles salvaram os cinemas em 2024!

Mas dito isso, não eram pra receber tantas indicações assim. 13 para Oppenheimer? Jamais. E indicações para Barbie como as para Melhor Roteiro Adaptado e de Melhor Atriz Coadjuvante para America Ferrera são muito forçadas, para não dizer outra coisa... mesmo a indicação para Ryan Gosling eu entendo ser um exagero... se tivesse que indicar um ator ou atriz por Barbie, esse nome só poderia ser Margot Robbie, que está excelente. Mas ela não recebeu a indicação... é mesmo revoltante. Em resumo, toda a tal diversidade que elogiei para o Oscar de Melhor Filme morreu lá mesmo, porque com 21 indicações somadas, o Barbenheimer "tomou" lugar de várias outras pessoas e filmes que poderiam (e mereciam) ter maior reconhecimento.

E finalmente... Bradley Cooper com seu terrível Maestro. Como pode a Academia, em pleno 2024, ainda dar tanto espaço para uma obra tão presunçosa, e tão egocêntrica? Se tem uma coisa que vou fazer neste Oscar é torcer para se repita a cena em que ele perde o Globo de Ouro de melhor ator para Cillian Murphy, e faz uma carinha de gol contra (ver abaixo).

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Lembrando que semanas antes do Globo de Ouro, Cooper em entrevista a um talk show, estava comentando / se gabando de ter estudado por cerca de seis anos para atuar como Leonard Bernstein: "É preciso uma tremenda preparação para atuar. Não foi como se você recebesse uma ligação e, em seis meses, você tivesse que fazer o filme. Isso teve que levar anos…". Como Cillian Murphy levou exatamente seis meses para fazer o físico Oppenheimer, em teoria isto teria sido uma indireta para ele...


Se você chegou até aqui, uma dica para quem têm Netflix: dos 5 indicados ao Oscar de Melhor Curta, dois deles se encontram lá. Bora assistir... são rapidinhos! São eles: e Depois? e A Incrível História de Henry Sugar. Aproveitem!

sábado, 24 de fevereiro de 2024

Crítica - Pobres Criaturas (2023)

TítuloPobres Criaturas ("Poor Things", EUA / Hungria / Irlanda / Reino Unido, 2023)
Diretor: Yorgos Lanthimos
Atores principaisEmma Stone, Mark Ruffalo, Willem Dafoe, Ramy Youssef, Christopher Abbott, Kathryn Hunter, Jerrod Carmichael, Kathryn Hunter, Hanna Schygulla, Margaret Qualley, Suzy Bemba
Nota: 8,0

Emma Stone foi uma escolha perfeita para este Frankenstein atualizado e feminino

Depois de conseguir alguma fama e algumas indicações ao Oscar com seus filmes sempre estranhos, como O Lagosta (2015) e A Favorita (2018), parece que agora é mesmo a grande chance do diretor e roteirista grego Yorgos Lanthimos, já que este seu Pobres Criaturas está indicado a 11 estatuetas, e dentre elas a de Oscar de Melhor Filme.

Na história, temos a jovem Bella Baxter (Emma Stone), que aparentemente é trazida de volta à vida pelo cientista e médico cirurgião Dr. Godwin Baxter (Willem Dafoe). Porém, por motivos que entenderemos depois, é como sua mente estivesse vazia, e ela tivesse nascido pela primeira vez. Ingênua e muito curiosa, ela acaba fugindo com o mal intencionado advogado Duncan Wedderburn (Mark Ruffalo) em uma turnê pelo mundo, onde faz diversos aprendizados.

Lembrando que não temos aqui uma história original, e sim, a adaptação de um livro de mesmo nome, publicado pelo escritor escocês Alasdair Gray, em 1992. Como curiosidade, há várias diferenças entre o livro e este filme, e se tiver interessado nelas, leia o P.S. do final deste artigo. Há também uma considerável diferença estética... Yorgos Lanthimos retira a história original do século XIX "real" e o coloca em um mundo mais "fantasioso", estilizado... Isso garante a Pobres Criaturas belíssimas fotografias, figurinos e design de produção; não a toa o filme também recebeu indicação ao Oscar nestas três categorias.

Emma Stone e sua Bella Baxter são fascinantes. É difícil imaginar uma outra atriz que viveria tão bem este papel. Emma está incrível, e apenas acompanhar a jornada de descobrimento e empoderamento de sua Bella neste Pobres Criaturas já é um excelente e curioso entretenimento. E não é só ela que brilha na atuação. A lista de atores que participam da produção é grande e de boa qualidade. Mas destaco especialmente Mark Ruffalo e Willem Dafoe, que estão muito bem também.

Apesar de ser um ótimo filme, e certamente marcante, nem tudo é perfeito. Uma desvantagem é que os filmes de Yorgos Lanthimos são tão bizarros que acabam passando do ponto, e este efeito acaba por "diminuir" boa parte da reflexão ou questionamento social / moral presente na história, que aliás estão lá, é claro. Bella Baxter é sem dúvida uma formidável e destemida heroína contra o mundo do patriarcado. O excesso do "bizarro" infelizmente desvia um pouco do foco às críticas contra o machismo, e contra a soberba da alta sociedade, e está não só nos exageros dos personagens caricatos, mas até no modo que o diretor filma. Por exemplo, muitas das cenas são filmadas com ângulos estranhos ("tortos"), ou com efeito "olho de peixe"... e no começo, isto sempre tem relação com "confusão", "confinamento" ou "olhar de uma criança", e faz todo o sentido. Porém conforme o filme vai passando, estas cenas "estranhas" continuam a aparecer, mas já sem ter contexto nenhum, me parecendo ser um simples capricho estético.

Outra desvantagem é que em determinados momentos o filme acaba "amenizando" demais as situações, tornando-o bem inverossímil, especialmente durante o segmento em Paris. E reafirmo a existência desta "suavização" mesmo com a considerável quantidade de cenas de sexo (sim, corretamente o filme é apenas pra maiores de 18 anos). Tanto é verdade que ela existe, que há críticas de que o filme romantiza a prostituição (o que já neste caso, não concordo).

É muito interessante a conclusão que se pode fazer comparando esta adaptação de Pobres Criaturas com o livro de Frankenstein, sua óbvia inspiração. Aqui temos uma clara atualização / reinvenção da obra de Mary Shelley, inclusive atualizando sua narrativa com toda a tragédia e pessimismo que vivemos atualmente. E então temos uma curiosa inversão: no Frankenstein literário o mundo era mais belo, fervendo em idéias, mas o "monstro" era um infeliz pessimista; já em Pobres Criaturas é o mundo que é terrível, e o "monstro" é otimista, feminino e triunfante. E no meio de tantas notícias ruins atuais, talvez seja esse o exemplo e a heroína que precisemos. Nota: 8,0.




P.S.: Diferenças entre o filme e livro (fortes spoilers a partir daqui, leia por conta e risco).

São várias diferenças, porém irei focar nas duas principais. A primeira dela se refere ao narrador. No romance original, é como se ele fosse na verdade um livro de memórias do personagem de Max McCandles (Ramy Youssef), e ainda, em anexo às "memórias", um também fictício editor do livro encerra a obra anexando no final um texto com observações escritas por Bella, onde em geral ela conta que "tudo o que foi escrito é invenção de seu marido, que tinha imaginação muito fértil...". Já no filme, embora não tenhamos um narrador "de fato", na maioria do tempo a história é contada sob o ponto de vista de Bella.

A segunda grande mudança é o final das histórias. No livro, ao serem confrontados no casamento de Bella com McCandles pelo seu primeiro marido, ao contrário do filme, os homens acabam brigando, mas no final o antigo esposo vai embora e eles retomam o casamento. E, alguns meses depois, é McCandles quem morre, por ter saúde frágil. Então o livro se encerra abruptamente, dando espaço para as tais notas finais de Bella - que irão negar a história de seu marido - que citei no parágrafo anterior.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

Você PRECISA conhecer Supergirl: Mulher do Amanhã (e tem Brasileira envolvida!)


Tom King é um dos principais escritores de quadrinhos da DC Comics da última década. E na minha opinião, bastante irregular... já que entregou trabalhos sensacionais como a minissérie Senhor Milagre (2017), ou lixos completos como por exemplo a também minissérie Heróis em Crise (2018). Também em 2018 ele tentou fazer sua HQ space opera com o Superman, em Superman: Para O Alto e Avante, que é legalzinha, mas não trouxe nada de especial...

... mas três anos depois, ele voltou a tentar uma space opera, agora com a Supergirl... e o resultado foi espetacular. Supergirl: Mulher do Amanhã é uma HQ excelente, tão boa que foi uma das obras indicadas ao Eisner Award (o "Oscar" dos Quadrinhos) de Melhor Minissérie de 2022, e que merece ser conhecida por todos.

A história, que é uma aventura pelo espaço, 100% fora do planeta Terra, é narrada por Ruthye, uma jovem que teve seu pai camponês covardemente assassinado, e então contratou a Supergirl para matá-lo em vingança. Ué... mas não faz sentido que ela aceitasse esse tipo de missão... verdade, por isso você precisará ler para entender rs.

Deixando claro, Supergirl: Mulher do Amanhã é uma história emocionalmente pesada (ou seja, não é nada infantil), e é sim uma história de super-herói (ou seja, com bastante aventura e ação), mas dito tudo isso, também é uma história sobre (muita) compaixão, coragem e força feminina. Tom King acaba propondo o seguinte... e se todo o universo fosse machista? Bem, aí ser uma mulher e ser a prima do Superman torna as coisas tudo muito mais complicadas...

E não é só isso. Supergirl: Mulher do Amanhã acaba também recontando uma origem para a Supergirl que faz dela uma das personagens de passado mais dramático de todo o Universo DC. Isso acaba a tornando uma das personagens mais fortes e admiráveis que você já leu. De "defeitos", a história acaba tendo uns "furos" nas leis da Física, mas dá pra relevar rs.

E toda esta bela e emocionante história é brilhantemente ilustrada por uma brasileira! Trata-se da paulistana Bilquis Evely, que aliás já há alguns anos vêm brilhando na DC Comics, como por exemplo  também em Mulher Maravilha e Sandman. Os traços de Bilquis (que você pode ver nas imagens deste artigo) acabam combinando muito bem com Supergirl: Mulher do Amanhã. Sua Supergirl é ao mesmo tempo delicada e forte; suas paisagens, ao mesmo tempo "alienígenas" e cinematográficas. E contribuindo com seus desenhos, a colorização é feita pelo também brasileiro Matheus "Mat" Lopes, e é excelente. Principalmente as cenas sob os céus dos planetas alienígenas são incríveis, parece que você está mesmo no espaço. Deslumbrante!

Para quem é fã de quadrinhos, principalmente fã da DC, Supergirl: Mulher do Amanhã é imperdível. Já pelos temas e personagens envolvidos, e por ser uma minisérie de história completa e fechada, é uma ótima sugestão para mulheres entrarem no mundo dos quadrinhos.


Supergirl: Mulher do Amanhã nos cinemas!

Sim! Outra "prova" de que a história de Supergirl: Mulher do Amanhã é boa é que recentemente, mais precisamente neste 29 de Janeiro, James Gunn - o atual chefão dos filmes da DC - anunciou que Milly Alcock, a moça da foto acima e conhecida por interpretar a Rhaenyra Targaryen na série A Casa do Dragão (HBO), foi a escolhida para ser a Supergirl do futuro filme... Supergirl: Mulher do Amanhã (!). O filme será sim baseado na história dos quadrinhos e, embora não tenha data prevista para lançamento, deverá ser lançado, segundo Gunn, "cerca de dois anos após o novo filme do Superman".


E caso você tenha chegado aqui e ainda não tenha se decidido a ler este quadrinho, seguem mais duas imagens como golpe de misericórdia. ;)


Bilquis Evely e um pouco de sua obra

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Crítica - Os Rejeitados (2023)

TítuloOs Rejeitados ("The Holdovers", EUA, 2023)
Diretor: Alexander Payne
Atores principaisPaul Giamatti, Dominic Sessa, Da'Vine Joy Randolph, Carrie Preston, Brady Hepner, Andrew Garman, Naheem Garcia
Nota: 7,0

Com filme agradável, Payne continua suspirando pelo passado

Após trabalharem juntos em Sideways - Entre Umas e Outras, de 2004, o diretor Alexander Payne e o ator Paul Giamatti voltam a parceria com este Os Rejeitados. E é muito comum na obra de Payne termos um protagonista com mais idade, lembrando com saudosismo dos tempos em que tudo era mais direto e simples. Porém aqui ele dá um passo além ao nos transportar duplamente a este passado - pois estamos em 1970 - e o personagem principal, o professor de história Paul Hunham (Paul Giamatti) é um apaixonado por um passado ainda mais distante, a antiguidade, especialmente os clássicos gregos.

Na história, Paul é um impopular professor de um internato estadunidense, que é forçado a ficar como "babá" de alguns alunos que não tinham para onde ir durante as festas de Natal. Neste contexto, algumas situações acabam aproximando ele do aluno Angus Tully (Dominic Sessa), e da cozinheira-chefe e recém enlutada Mary Lamb (Da'Vine Joy Randolph). E o filme acaba contando um pouco da interação e vida do trio.

Os Rejeitados chega a fazer algumas interessantes criticas sociais em seu começo, mas não se aprofunda. Aliás, apesar de mostrar os dramas pessoais dos três protagonistas, em nenhum momento o filme chega a ser "pesado"... dificilmente vemos qualquer conflito e tudo acaba sendo um... "bola pra frente". Isso certamente torna Os Rejeitados mais leve, quase um filme Natalino (ainda que não seja de fato um filme feliz, ou uma comédia). Ainda assim, não me sai da cabeça que esta "solução" apresentada tantas vezes (a de deixar quieto e seguir em frente) é bem como se fazia nos anos que o diretor tanto tem saudade.

Entretanto, deixo claro que apesar do meu parágrafo anterior, Os Rejeitados não ignora os sentimentos de seus personagens e também, apesar de unir temas comuns de filmes de Natal e de "perdedores", felizmente foge bastante de clichês.

Os Rejeitados recebeu 5 indicações ao Oscar, incluindo a de Melhor Filme, o que considero um exagero. É sim um bom filme, e agradável para assistir, mas peca por falta de força crítica, e também não entra entre os meus 10 melhores filmes produzidos pelos estadunidenses em 2023. Acho que das 5 indicações, manteria as duas dada aos atores e só. Nota: 7,0

sábado, 27 de janeiro de 2024

Dupla Crítica Filmes Netflix - A Sociedade da Neve (2023) e Maestro (2023)


Hoje vamos de dois lançamentos da Netflix, que somados têm NOVE indicações ao Oscar 2024. Mas será que apesar do prestígio entre os críticos, eles são mesmo assim tão bons? Confira a seguir!


A Sociedade da Neve (2023)
Diretor: J.A. Bayona
Atores principais: Enzo Vogrincic, Matías Recalt, Agustín Pardella, Felipe González Otaño, Luciano Chatton, Valentino Alonso, Francisco Romero, Agustín Berruti, Andy Pruss

A história (real) do avião de passageiros uruguaio, que 1972 caiu na Cordilheira dos Andes e mesmo assim deixou alguns sobreviventes é inspiradora. E exatamente por isto já inspirou alguns filmes, documentários, e séries de TV. O mais famoso deles até então fora produzido por Hollywood, trata-se de Vivos, de 1993, com direção de Frank Marshall (Congo) e Ethan Hawke (Antes do Amanhecer) como principal protagonista.

Agora, via Netflix, temos pela primeira vez uma adaptação desta história com produção de apenas países de língua espanhola (no caso Espanha, Chile e Uruguai) que conseguiu alcançar fama mundial. Na direção temos a presença de J. A. Bayona, diretor espanhol que já dirigiu filmes famosos (e Hollywoodianos) como O Impossível (2012) e Sete Minutos Depois da Meia-Noite (2016).

A Sociedade da Neve é bem feito tecnicamente, e se não temos efeitos especiais "espetaculares" ou cenas de ação "grandiosas", ao menos todas elas são bem críveis. O roteiro é bom, e a própria história real do acidente ajuda, pois é uma história incrível de amizade, cooperação, coragem, generosidade e superação.

Porém há um ponto famoso da história deste acidente do Força Aérea Uruguaia 571 que sempre causa divisões, e aqui também ele trouxe prós e contras. É a questão de que, para sobreviver, as pessoas tiveram que se alimentar dos restos dos falecidos. E o lado positivo disso em A Sociedade da Neve é que isso é comentado de maneira bastante respeitosa, nada sensacionalista, e o impacto psicológico deste ato nos personagens não é ignorado (e nem poderia, dado sua importância). O lado negativo é que em nome desse "respeito" as consequências desse problema / dilema foram atenuadas, diminuindo sua carga dramática. Alguns debates religiosos que ocorreram durante e após o acidente, que entendo serem histórica e culturalmente relevantes, foram completamente ignorados. Em suma, o filme foi alterado para ficar mais "leve" para o público em geral.

E claro, mesmo sendo "amenizado", este A Sociedade da Neve continua sendo uma história pesada, mas ao mesmo tempo inspiradora, e certamente que o fará refletir. Para quem gosta deste tipo de filme, é uma ótima pedida. Recebeu indicações aos Oscar de "Melhor Filme Estrangeiro" e de "Melhor Maquiagem e Penteados". Nota: 7,0.



Maestro
 (2023)
DiretorBradley Cooper
Atores principais: Bradley Cooper, Carey Mulligan, Matt Bomer, Vincenzo Amato, Greg Hildreth, Sarah Silverman, Maya Hawke

Maestro deveria contar a biografia de Leonard Bernstein (1918 – 1990), que ao assumir a direção da Filarmônica de Nova York, conseguiu se tornar o primeiro maestro estadunidense a receber reconhecimento mundial, além de também ser um prolífico e famoso compositor.

E o filme até faz isso, mas o deixa em segundo plano duplamente. Primeiro, porque aqui o que mais se mostra da vida de Leonard (Bradley Cooper), são seus relacionamentos, em especial a sua tumultuada relação com sua esposa Felicia Montealegre (Carey Mulligan). E segundo porque Maestro não foi feito realmente para contar a história de Bernstein, e sim, para que o egocêntrico Bradley Cooper pudesse se exibir imitando Leonard Bernstein.

Sendo também produtor e diretor do filme, Bradley Cooper também quis se exibir na parte técnica do filme: Maestro é exibido o tempo todo no formato 4:3, o formato mais "quadradão" que tínhamos nos cinemas até a década de 50 e nas TVs de tubo. Além disso, os 50 primeiros minutos, onde temos o Bernstein "jovem", são em branco-e-preto. Depois, há um corte, e pulamos para os anos 70, onde vemos um Leonard "cinquentão" e o filme passa a ser colorido (porém bastante carregado nas cores, também tentando imitar os filmes da respectiva época), e vamos assim até o final.

Sim, apesar das próteses no nariz e nas orelhas, a atuação de Bradley Cooper está muito boa, de fato. Ele se esforça para imitar os mesmos trejeitos e gestos, e até mesmo o timbre de voz do Leonard Bernstein real. Ainda assim, não considero uma imitação perfeita: ao imitar a voz mais grave do Bernstein "velho", Cooper acaba falando como se estivesse "com o nariz entupido" - coisa que o verdadeiro Leonard não fazia - prejudicando a dicção do personagem, e o tornando muito irritante.

Outra limitação na atuação de Cooper é que ela praticamente não varia, as emoções são sempre as mesmas, não variam. O mesmo não pode ser dito de Carey Mulligan, está sim o grande e único brilho de Maestro, ela consegue variar entre a menina fofa apaixonada e a mulher desesperada de maneira brilhante e convincente.

Com uma carreira extremamente bem sucedida, vencedor de dezenas de prêmios importantes, uma personalidade narcisista porém carismática e popular, a história de Leonard Bernstein deveria ser naturalmente interessante de se ouvir. Porém Bradley Cooper e seu ego conseguiram a enorme façanha de torná-la insuportavelmente chata. E pior, via filme não aprendi praticamente nada da obra deste artista... basicamente, o roteiro me ensinou que ele foi "um cara famoso por coisas que não vi, e que maltratou bastante a esposa com seus casos extraconjugais". Será que esse deveria ser o legado para Bernstein nesta suposta "homenagem"?

Maestro está concorrendo ao Oscar em 7 indicações, dentre elas a de Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Filme e Melhor Roteiro. Sendo que para mim estas duas últimas estão mais para uma piada. Nota: 4,0.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Bomba! Bomba! A História do Mundo - Parte I terá continuação, e estréia agora em Março!


Apresentando aos mais jovens, Mel Brooks (o moço da foto acima) já foi um dos maiores nomes do humor estadunidense entre os anos 60 e 80, seja como produtor, diretor, roteirista ou ator. É dele, por exemplo, o seriado Agente 86; e também grandes filmes da comédia nonsense, como por exemplo Banzé no Oeste (1974), O Jovem Frankenstein (1974) e S.O.S. - Tem um Louco Solto no Espaço (1987).

Mas há outro filme muito engraçado e curioso feito por Mel Brooks, tema deste artigo. Trata-se de A História do Mundo - Parte I, de 1981.

A História do Mundo - Parte I é dividida em cinco capítulos (e totalmente independentes entre eles) de eras famosas da História humana. São elas: Idade da Pedra, "Antigo Testamento", Império Romano, Inquisição Espanhola e Revolução Francesa. E o objetivo, claro, é zoar ao máximo com os envolvidos de cada época.

Pode-se verificar pelos temas que uma das características de Mel Brooks foi de nunca ter medo de fazer piadas com religiões (uma das mais famosas do filme é justamente quando Moisés recebe 3 tábuas com os "15 Mandamentos", tropeça, quebra uma delas, e então anuncia ter recebido "10 Mandamentos").

Sim! Originalmente tínhamos 3 tábuas!

Outra característica de Brooks é que ele adora musicais, e portanto, praticamente todo o segmento da Inquisição Espanhola é uma apresentação musical, o que pra mim se torna de longe a parte mais fraca e chata do filme.

Mas apesar de conter um "Parte 1" no nome, e inclusive encerrar o filme com um (falso) trailer anunciando o A História do Mundo - Parte II, Brooks já confessava nas entrevistas da época do lançamento da produção que nunca pensou em fazer uma continuação... esta história de "Parte 1 e Parte 2" era mais uma de suas piadas malucas.

Mas eu, como bom fã de suas loucuras, sempre sonhava que ele mudasse de idéia e este Parte II fosse um dia realizado...

... e eis então que este dia chegou!


A História do Mundo - Parte 2 (a Série)

E não é que 43 anos depois do filme, e agora com 97 anos de idade, o "jovem" Mel Brooks nos presenteia com A História do Mundo - Parte 2, e ainda trabalhando como ator, co-produtor e co-roteirista?

Só que não será um filme, e sim uma série de TV, sendo que a primeira temporada, composta de 8 episódios, tem estréia marcada no Brasil para 6 de Março no Star+.

A lista de atores e comediantes que aparecem em A História do Mundo - Parte 2 é gigantesca. Dentre alguns nomes, posso citar: Wanda Sykes, Nick Kroll, Will Sasso, Danny DeVito, Jack Black, Kumail Nanjiani, Florence Pugh, Taika Waititi, Zazie Beetz, David Duchovny, J. B. Smoove, Seth Rogen, Sarah Silverman, Josh Meyers, Jason Alexander e Timothy Simons.

Abaixo você pode conferir o trailer da produção (e ora, ora... nele temos piadas com religião e musicais... é mesmo um Mel Brooks!). Mesmo apresentando vários trechos um bocado específicos da história estadunidense, estou bem empolgado. E vocês, o que acharam da novidade?



PS: Lembram que na crítica de Tar, eu comentei que a espetacular Viola Davis tinha acabado de se tornar a 18ª pessoa na História a se tornar um EGOT (ou seja, vencedora de pelo menos um prêmio Emmy (TV), Grammy (Música), Oscar (Cinema) e Tony (Teatro))? Pois bem, Mel Brooks foi o 8º ser humano a atingir este feito, em 2001. ;)

sábado, 13 de janeiro de 2024

DOZE filmes que estou esperando para assistir em 2024


Muito bem, se no post anterior falei de 2023, agora é hora de falar do futuro! Segue a lista de 12 filmes que estou bem curioso para assistir em 2024. A ordem apresentada é a data prevista de lançamento no Brasil.

Anotem aí na sua agenda as datas e vamos a eles! (ah, e recomendo que você não perca meu PS ao final do texto)

Anatomia de Uma Queda (25 de janeiro nos Cinemas)

Filme francês bastante premiado - inclusive levou a Palma de Ouro no Festival de Cannes 2023 - e certamente estará presente com indicações no Oscar. Mistura elementos de filme de suspense com de tribunal, e conta a história onde uma escritora tenta provar sua inocência na morte do marido.


Pobres Criaturas (1º de fevereiro nos Cinemas)

Filme de fantasia e ficção científica do diretor Yorgos Lanthimo (de O Lagosta), ele conta a história de Bella Baxter (Emma Stone), uma jovem trazida de volta à vida pelo cientista Dr. Godwin Baxter (Willem Dafoe). Em outras palavras, uma reinvenção do clássico Frankenstein. O filme levou o prêmio máximo do Festival de Veneza, e já ganhou os Globos de Ouro tanto de "Melhor Filme - Musical ou Comédia" e "Melhor Atriz". Certamente também receberá múltiplas indicações ao Oscar.


O Menino e a Garça (22 de fevereiro nos Cinemas)

Nada menos que o primeiro Anime a vencer o Globo de Ouro de Melhor Filme de Animação, este filme dos Estúdios Ghibli é outro anunciado como sendo "o último" do mestre Hayao Miyazaki (só que talvez dessa vez seja mesmo). A história mostra a jornada de um menino que encontra uma estranha garça que o leva a um mundo mágico.


Duna: Parte 2 (29 de fevereiro nos Cinemas)

Continuando a ótima Parte 1 lançada em 2021, Duna 2 tem tudo para ser ainda melhor que o primeiro, por não ter que "gastar" tanto tempo apresentando o próprio universo, e focar mais na história em si, que no caso desta franquia, trata-se do arco inicial do personagem Paul Atreides. É torcer para que o diretor Denis Villeneuve continue fazendo um ótimo trabalho, e que o filme tenha bilheteria suficiente para animar seu estúdio a lançar um futuro Duna 3 (que iniciaria outro arco de história).


Ghostbusters: Apocalipse de Gelo (28 de março nos Cinemas)

Continuação direta do muito bom Ghostbusters: Mais Além (2021), ao contrário do filme anterior, o desafio agora é que a franquia abandone um pouco da nostalgia e parta para uma trama totalmente inédita. Isso será crucial para o sucesso ou fracasso desta que é uma de minhas franquias favoritas na cultura Pop. Mais uma vez "clássico" retorna ao lado do elenco "novo".


Furiosa: Uma Saga Mad Max (23 de maio nos Cinemas)

Filme derivado do espetacular Mad Max: Estrada da Fúria (2015), agora contando a história das origens da personagem Imperatriz Furiosa, estava ansiosíssimo para ver o novo capítulo da franquia Mad Max. Porém, quando seu primeiro trailer saiu, fiquei bastante decepcionado e preocupado: primeiro porque a atriz Anya Taylor-Joy, embora excelente, não pareceu lembrar a Furiosa interpretada por Charlize Theron no filme de 2015; mas principalmente, porque as imagens mostraram efeitos especiais em excesso e malfeitos. É torcer para que a má impressão não se concretize, e o diretor George Miller nos surpreenda positivamente mais uma vez.


Um Lugar Silencioso: Dia Um (27 de junho nos Cinemas)

Longe de ser uma franquia brilhante ou inovadora, ao menos os dois primeiros filmes de Um Lugar Silencioso entregaram uma mistura de ficção científica com suspense / terror de bastante respeito. Por isso, é natural que me interesse por mais filmes deste universo. Desta vez, entretanto, só os produtores dos primeiros filmes permaneceram, o resto é tudo novo: diretor, personagens e atores. Pouco se sabe da trama, apenas que se trata do "dia um" da invasão alienígena, ou seja, será um filme cronologicamente anterior aos dois primeiros.


Deadpool 3 (25 de julho nos Cinemas)


Deadpool 1 e 2 foram muito bons, engraçadíssimos, e tenho bastante esperança que a qualidade se mantenha para o filme 3. Afinal, a produção teve um tempo bem grande para desenvolvimento, além de que desta vez Ryan Reynolds terá pela primeira vez alguém para co-estrelar ao seu lado, Hugh Jackman, o eterno Wolverine, que já mostrou que também é bom em comédias.



Os Fantasmas Se Divertem 2 (5 de setembro nos Cinemas)


Besouro Suco! Besouro Suco! Está aí algo que ninguém esperava. Depois de mais de 35 anos, eis que surge uma continuação de Os Fantasmas Se Divertem (1988). O diretor Tim Burton está de volta, juntamente com dois dos atores mais importantes da franquia (Michael Keaton e Winona Ryder). A novidade foi trazer para o filme a atriz Jenna Ortega, atualmente ultra popular devido o seriado Wandinha.



Um Tira da Pesada 4: Axel Foley (entre julho e setembro, na Netflix)


Aqui temos outra franquia dos anos 80 sendo ressuscitada, e não deixa de ser bacana (e um pouco surpreendente) conseguirem trazer de volta boa parte de seus principais atores depois de tanto tempo. Eddie Murphy foi genial e uma grande estrela no passado, mas há muito tempo não consegue ser engraçado. Porém encaro esse filme como a oportunidade ideal para ele mudar isso. E um "vai ou racha" pra mim, e exatamente por isto estou bem ansioso para ver qual será o resultado.



Coringa 2 (3 de outubro nos Cinemas)


Sabe-se tão pouco a respeito deste novo Coringa, que ainda nem temos seu nome oficial para o Brasil. No original o filme se chama Joker: Folie à Deux, e por aqui não sabemos como isso será traduzido. Basicamente só se sabe que teremos a volta de Joaquin Phoenix como Coringa e a estréia de Lady Gaga como Arlequina. E aí que as coisas se complicam, pois junto com o anúncio da chegada de Lady Gaga, foi dito que o filme seria um musical. Se por um lado, musicais estão longe de ser um dos meus gêneros favoritos, por outro, não deixa de ser uma escolha bastante inusitada (que desperta minha curiosidade), além de que o primeiro Coringa foi tão bom, que não dá pra deixar de ver sua continuação.



O Auto da Compadecida 2 (em dezembro, nos Cinemas)

Sim! Chicó e João Grilo estão de volta 25 anos depois de protagonizarem um dos melhores filmes de comédia nacionais já feitos. Lembrando que o primeiro filme era uma adaptação de uma peça de teatro de mesmo nome, escrita por Ariano Suassuna, e que agora temos uma história totalmente inédita. Mas O Auto da Compadecida 2 conta com o mesmo Diretor / Roteirista do primeiro filme (Guel Arraes), e também com o aval da família de Suassuna, portanto, tenho esperança de que veremos coisa boa.



PS: por essa vocês não esperavam, certo?? Se você chegou até aqui, agora viu que os 4 filmes que aparecem na foto-título deste artigo NÃO estão na minha lista do top 12 de desejados do ano! Ainda assim, trouxe a imagem deles só para vocês saberem que eles existem, transformando meu top 12 em uma lista de 16. Em ordem, na imagem lá do topo, temos da esquerda para a direita: Guerra Civil (25 de abril), Planeta dos Macacos: O Reinado (23 de maio), Divertida Mente 2 (13 de junho) e Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa (27 de junho).

domingo, 7 de janeiro de 2024

Retrospectiva Cinema Vírgula 2023: confira os Melhores e Piores filmes e séries do ano que passou!


Feliz 2024! Feche os olhos, respire fundo, e antes de encarar mais um novo ano que vem pela frente, vamos relembrar o que tivemos de melhor e pior em 2023 em termos de filmes e seriados. Lembrando que o critério para entrar neste artigo são as produções lançadas no Brasil no ano passado, e que eu assisti, é claro.


Os filmes de 2023

Melhores: acabei escrevendo a crítica de apenas um do meu "Top 5" de 2023: Guardiões da Galáxia 3. Os demais foram: Os Banshees de Inisherin, Homem-Aranha: Através do Aranhaverso, Assassinos da Lua das Flores e Pinóquio (do Guillermo del Toro). Preciso comentar sobre os últimos dois.

Com seu Assassinos da Lua das Flores, Martin Scorsese mostra que mesmo com seus 81 anos ele ainda faz filmes tão bons quanto dos seus clássicos dos anos 70 a 90. E seu filme é muito atual e relevante para nós brasileiros, que em pleno 2024 continuamos com notícias diárias de crimes contra indígenas. O único problema é que assistir esta produção nos cinemas não faz mais sentido. Não há quem aguente 3h30 seguidas (e sem descanso) de crueldade em tela. Assim como fez para o seu bom O Irlandês (2019), Assassinos da Lua das Flores deveria ter saído direto pra TV, e melhor ainda se fosse no formato de minissérie.

Já Pinóquio (o Guillermo del Toro, não confundir com o novo Pinóquio da Disney e Tom Hanks, que saiu no mesmo ano), conseguiu ser diferente o suficiente de versões anteriores e me emocionar. Lembrando que o Pinóquio original veio de um livro de contos de 1883 do italiano Carlo Collodi. Esta animação de Pinóquio mistura coisas da obra original, com coisas da versão Disney, e com coisas totalmente novas.

Pioresum dos principais diretores dos filmes de terror atuais, Ari Aster foi bem com seu Hereditário (2018), melhor ainda com seu Midsommar: O Mal Não Espera a Noite (2019), mas esse seu Beau Tem Medo (2023) é de longe o pior filme que assisti em 2023. Por várias vezes eu pensei em parar e nem ir até o fim, mas acabei fazendo o sacrifício. Fechando o pódio de grandes porcarias do ano passado, cito Rebel Moon - Parte 1: A Menina do Fogo (para a surpresa de zero pessoas), e Pantera Negra: Wakanda Para Sempre (este sim uma surpresa pra mim, a Marvel não está em boa fase há tempos, mas não esperava um filme tão ruim vindo dela).

A surpresa: acho que a maior surpresa positiva foi ver um filme de Dungeons & Dragons bom. Trata-se de Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes, em que me diverti muito. O que me preocupa é que até agora nada foi anunciado para continuações...

A decepção: encerro os comentários de filmes trapaceando um pouco. Pois aqui vou citar Indiana Jones e a Relíquia do Destino. Ele foi uma "decepção" entre aspas. Porque é um filme legal, onde me diverti, e o principal: é certamente melhor que Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (2008), justificando então sua existência, já que torna a "despedida" final do herói bem melhor para seus fãs. Porém, a parte "decepção" é que já que seria a despedida, o roteiro poderia (e merecia) ser um pouco mais caprichado, e a parte comercial deveria ser mais trabalhada... Indiana Jones (assim como Missão Impossível 7) foram engolidos em marketing e bilheteria pelo Barbenheimer... o que custava lançar o filme alguns meses depois?



As séries de 2023

Melhores: não assisti muitas séries no ano que passou. Dito isto, duas delas se destacam como as melhores que vi, com certa folga: a engraçadíssima O Mundo por Philomena Cunk, da Netflix, e o ótimo drama pós-apocalítico The Last of Us, da HBO.

Como destaques, ainda vou citar o bom A Queda da Casa de Usher, da Netflix, e uma surpreendente comédia polonesa (que ainda estou na metade), de nome 1670. Se esta comédia continuar me divertindo até o final da temporada, ganhará um artigo próprio daqui algumas semanas.

Piores: após uma 2ª temporada empolgante, a 3ª temporada de The Witcher foi de doer. Com uma trama confusa e repetitiva, seus 8 episódios poderiam ser contados em 3 ou 4 no máximo. Sendo esta a última temporada de Henry Cavill na produção, estou desconfiado que a 4ª temporada de The Witcher vai ser ainda pior.

A surpresa: ainda que não tenha sido excelente, a adaptação live action de One Piece pela Netflix foi uma enorme e positiva surpresa. Já nasce brigando pelo título de uma das melhores adaptações de um Mangá/Anime feita pelo Ocidente em todos os tempos.

A decepção: e a minha decepção do ano foi com o derivado de The Boys, o Gen V, da Amazon Prime Video. A série não é ruim, é ok, mas faltou originalidade... digamos que ela é exatamente igual ao The Boys (com muita violência, loucura e genitálias), porém sem a parte do humor. E como é justamente o humor a maior qualidade de The Boys, fica complicado... 



Top 5: os mais lidos do Cinema Vírgula em 2023

Ah o Barbenheimer! Eu tinha certeza que eles iriam aparecer no meu Top 5 deste ano. Porém, achava que um deles dois seria o Top 1, e errei... e essa nem foi a maior surpresa. O número 4 da lista me surpreendeu MUITO. Até agora não entendo o motivo dele ter tantos cliques rs... mas o filme é bom, então vocês fizeram uma boa escolha! Segue a lista dos 5 artigos mais acessados neste ano que passou:

Lista dos filmes que assisti em 2023

E mantendo a tradição, como sempre segue a lista de todos os filmes que assisti no ano que passou; novos ou antigos, sendo a primeira vez que os vi ou não. No total foram 88.

Abaixo segue a lista. Os filmes em laranja negrito e com um (*) são aqueles a que dou uma nota de no mínimo 8,0 e portanto, recomendo fortemente.

007 Contra Goldfinger ("Goldfinger", Reino Unido, 1964)
7 Dias no Inferno ("7 Days in Hell", EUA, 2015)
Air: A História Por Trás do Logo ("Air", EUA, 2023)
Amsterdam (idem, EUA / Japão, 2022)
Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu ("Airplane!", EUA, 1980)
Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu 2 ("Airplane II: The Sequel", EUA, 1982)
Assassinato por Morte ("Murder by Death", EUA, 1976)
O Assassino ("The Killer", EUA, 2023)
Assassinos da Lua das Flores ("Killers of the Flower Moon", EUA, 2023)   (*)
Aqua Teen Forever: Plantasm (idem, EUA, 2022)
Asterix & Obelix: O Reino do Meio ("Astérix & Obélix: L'Empire du Milieu", França, 2023)
Asteroid City (idem, EUA, 2023)
Avatar (idem, EUA, 2009)
Avatar: O Caminho da Água ("Avatar: The Way of Water", EUA, 2022)
Azul é a Cor Mais Quente ("La Vie d'Adèle", Bélgica / Espanha / França, 2013)
Babilônia ("Babylon", EUA, 2022)
A Baleia ("The Whale", EUA, 2022)
Os Banshees de Inisherin ("The Banshees of Inisherin", EUA / Irlanda / Reino Unido, 2022)   (*)
Barbie (idem, EUA / Reino Unido, 2023)
A Batalha de Natal ("Candy Cane Lane", EUA, 2023)
Batem à Porta ("Knock at the Cabin", China / EUA, 2023)
Beau Tem Medo ("Beau Is Afraid", Canadá / EUA / Finlândia / Reino Unido, 2023)
Between Two Ferns: O Filme ("Between Two Ferns: The Movie", EUA, 2019)   (*)
Camaleões (Reptile, EUA, 2023)
Certas Pessoas ("You People", EUA, 2023)
O Conde ("El Conde", Chile, 2023)
Creed III (idem, EUA, 2023)
Dark Star (idem, EUA, 1974)
O Detetive Desastrado ("The Cheap Detective", EUA, 1978)
Doutor Estranho no Multiverso da Loucura ("Doctor Strange in the Multiverse of Madness", EUA, 2022)
As Duas Faces de Zorro ("Zorro: The Gay Blade", EUA / México, 1981)
Duna ("Dune: Part One", Canadá / EUA, 2021)   (*)
Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes ("Dungeons & Dragons: Honor Among Thieves", Austrália / Canadá / EUA / Irlanda / Islândia / Reino Unido, 2023)
Encanto (idem, EUA, 2021)
Elementos ("Elemental", EUA, 2023)
Estranha Forma de Vida ("Extraña Forma de Vida", Espanha / França, 2023)
Explorando o Desconhecido: A Pirâmide Perdida ("Unknown: The Lost Pyramid", EUA, 2023)
Fantasmas do Abismo ("Ghosts of the Abyss", EUA / França, 2003)
A Fera do Mar ("The Sea Beast", EUA, 2022)
The Flash (idem, Austrália / Canadá / EUA / Nova Zelândia, 2023)
Fuga Para a Vitória ("Victory", EUA / Itália / Reino Unido, 1981)
O Gabinete do Dr. Caligari ("Das Cabinet des Dr. Caligari", Alemanha, 1920)   (*)
Guardiões da Galáxia Vol. 3 ("Guardians of the Galaxy Vol. 3", Canadá / França / EUA / Nova Zelândia, 2023)   (*)
Homem-Aranha: Através do Aranhaverso ("Spider-Man: Across the Spider-Verse", EUA, 2023)   (*)
Indiana Jones e a Relíquia do Destino ("Indiana Jones and the Dial of Destiny", EUA, 2023)
Isto é Spinal Tap ("This Is Spinal Tap", EUA, 1984)
Kung-Fu Futebol Clube ("Siu Lam Juk Kau", China / Hong Kong, 2001)
As Ladras ("Voleuses", França, 2023)
Leo (idem, Austrália / EUA, 2023)
Loucas em Apuros ("Joy Ride", EUA / Reino Unido, 2023)
O Mágico de Oz ("The Wizard of Oz", EUA, 1939)
A Maravilhosa História de Henry Sugar ("The Wonderful Story of Henry Sugar", EUA / Reino Unido, 2023)O Menu ("The Menu", EUA, 2022)
O Milagre ("The Wonder", EUA / Irlanda / Reino Unido, 2022)
Missão: Impossível - Acerto de Contas - Parte Um ("Mission: Impossible - Dead Reckoning Part One", EUA, 2023)
Mistério em Paris ("Murder Mystery 2", EUA, 2023)
O Mundo Depois de Nós ("Leave the World Behind", EUA, 2023)
Nada de Novo no Front ("Im Westen Nichts Neues", Alemanha / EUA / Reino Unido, 2022)   (*)
Napoleão ("Napoleon", EUA / Reino Unido, 2023)
O Natal do Pequeno Batman ("Merry Little Batman", EUA / Finlândia / Itália, 2023)
Nem Tudo é o Que Parece ("Layer Cake", Reino Unido, 2004)
A Noite das Bruxas ("A Haunting in Venice", EUA / Itália / Reino Unido, 2023)
A Noite do Jogo ("Game Night", EUA, 2018)
Noites Alienígenas (idem, Brasil, 2022)
One Piece: Aventura em Nebulândia ("One Piece: Adventure of Nebulandia", Japão, 2015)
Oppenheimer (idem, EUA / Reino Unido, 2023)
O Pálido Olho Azul ("The Pale Blue Eye", EUA, 2022)
Pantera Negra: Wakanda Para Sempre ("Black Panther: Wakanda Forever", EUA, 2022)
Paprika (idem, Japão, 2006)
Para Maiores ("Movie 43", EUA, 2013)
Pinóquio ("Guillermo del Toro's Pinocchio", EUA / França / México, 2022)   (*)
Pornhub: Sexo Bilionário ("Money Shot: The Pornhub Story", EUA, 2023)
Puro-Sangue ("Thoroughbreds", EUA, 2017)
Que Horas Eu Te Pego? ("No Hard Feelings", EUA, 2023)
Rebel Moon - Parte 1: A Menina do Fogo ("Rebel Moon: A Child of Fire - Part One", Dinamarca / EUA / Hungria / Reino Unido / Suécia, 2023)
Renfield - Dando o Sangue Pelo Chefe ("Renfield", EUA, 2023)
Resgate 2 ("Extraction II", EUA, 2023)
Retratos Fantasmas (idem, Brasil, 2023)
RRR: Revolta, Rebelião, Revolução ("RRR (Rise Roar Revolt)", Índia, 2022)
Ruído Branco ("White Noise", EUA / Reino Unido, 2022)
Sly (idem, EUA, 2023)
Super Mario Bros. - O Filme ("The Super Mario Bros. Movie", EUA / Japão, 2023)
Tár (idem, EUA, 2022)
Taylor Swift: Miss Americana ("Miss Americana", EUA, 2020)
Os Três Mosqueteiros: D'Artagnan ("Les Trois Mousquetaires: D'Artagnan", Alemanha / Bélgica / Espanha / França, 2023)
Triângulo da Tristeza ("Triangle of Sadness", Alemanha / Dinamarca / França / Reino Unido / Suécia, 2022)
Vingança & Castigo ("The Harder They Fall", EUA, 2021)
Viridiana (idem, Espanha / México, 1961)
X - A Marca da Morte ("X", Canadá / EUA, 2022)

domingo, 26 de novembro de 2023

Crítica - Napoleão (2023)

Título
Napoleão ("Napoleon", EUA / Reino Unido, 2023)
Diretor: Ridley Scott
Atores principaisJoaquin Phoenix, Vanessa Kirby, Tahar Rahim, Ben Miles, Ludivine Sagnier, Matthew Needham, Sinéad Cusack, Édouard Philipponnat, Rupert Everett
Nota: 6,0

Bastante irregular, filme consegue ser interessante nos pontos altos

Em 2004, com seu Alexandre, o diretor Oliver Stone entregou um épico longo, com muitos altos e baixos, escolheu um ator como protagonista que não combina muito com seu personagem principal, e como resultado final, mais desagradou que agradou os críticos. E em 2023 podemos fazer a mesma descrição para este Napoleão de Ridley Scott.

Apesar de ser um personagem bastante famoso e com farto material histórico, filmes sobre Napoleão não são tão frequentes, e este aqui opta por contar a história deste famoso líder francês a partir do início da Revolução Francesa. Vemos sua rápida ascensão: ainda um coronel do exército, mas que liderou o vitorioso Cerco de Toulon, e com o apoio do líder revolucionário Paul Barras (Tahar Rahim), Napoleão (Joaquin Phoenix) se catapultou a líder da França em poucos anos. E, antes mesmo de chegar ao topo do poder, iniciou seu relacionamento com a viúva aristocrata Joséphine de Beauharnais (Vanessa Kirby), com quem futuramente se casaria e seria o grande amor de sua vida.

A partir daí a relação entre Napoleão e Josephine acaba sendo o fio condutor da trama, e a história de Napoleão passa a ser, em sua grande maioria, ou sobre cenas do conturbado relacionamento do casal, ou com o estadista em batalhas, lutando com seu exército. As cenas de batalhas são todas excelentes, visualmente impressionantes, brutais, muito bem feitas, e que mostram o gênio estratégico-militar de Napoleão. Já as cenas dele com sua esposa alternam bons e maus momentos... e agora terei que falar dos atores.

Não há dúvidas que Joaquin Phoenix é um ótimo ator, porém em sua carreira ele sempre brilhou mais interpretando personagens confusos, medrosos... aspectos que ele traz moderadamente para seu Napoleão. É aceitável que ele seja assim diante de Josephine (afinal, como se mostra nas cartas reais que temos dele para ela, Napoleão se mostrava apaixonado e dependente emocionalmente), mas não em público, ou em batalhas. Fora cenas em que Joaquin ri, ou faz algumas ações "inesperadas", que a meu ver são improvisos e estragam a credibilidade da cena. Somente nas cenas finais vemos um Napoleão com comportamentos mais condizentes do que se esperaria, o que mostra que Phoenix até teria capacidade de fazer um bom Bonaparte, porém, na prática, ele passou a maior parte do filme interpretando um Joaquin Phoenix. Por outro lado, Vanessa Kirby está excelente. Não apenas consegue transmitir muita credibilidade em seu papel, como "se vira" bem nas reações perante os imprevistos de Joaquin.

Em termos de design de produção, Napoleão não é perfeito, mas não deixa de ser muito bom, reproduzindo muito bem os figurinos, e principalmente, as locações da época. Porém, historicamente falando, o filme fica muito aquém. Primeiro pelas suas ausências. As cenas são "jogadas" rapidamente ao espectador, sem praticamente nenhum contexto, nenhuma explicação, e muita coisa importante da história de Bonaparte foi deixada de lado (basicamente, como dito anteriormente, só temos Josephine e batalhas). Mas o pior, é que mesmo do "pouco" que é contado, temos várias distorções e erros históricos. Minhas maiores revoltas estão para o segmento em que Napoleão está no Egito. Não, ele não atirou nas Pirâmides, e não, ele não voltou para casa devido às traições da esposa (aliás, ele estava lá com uma amante). Estas duas "mentiras" distorcem bastante a imagem do Napoleão real, infelizmente.

Ah, e a palavra "pouco" ganhou aspas no meu parágrafo anterior pois apesar de cortar tanto da história de Napoleão, ainda assim o filme tem extensas 2h e 38min de duração. Mas ao fazer um filme bem dinâmico e indo sempre "direto ao ponto" (até demais), pelo menos Ridley Scott faz com que o espectador passe por essas horas rapidamente.

Como resultado final, volto ao meu parágrafo inicial: Napoleão é uma obra grandiosa e interessante, porém irregular, assim como foi o Alexandre de Oliver Stone. Porém, entre estes dois filmes, prefiro levemente o último, por ser mais exótico e ter menos erros históricos. Nota: 6,0.


PS: se Ridley Scott "contou pouco" de Napoleão em sua versão para os cinemas (e isso foi proposital, pois segundo ele mesmo as pessoas começam a ficar desconfortáveis após 2h de projeção, "bum ache factor" nas palavras de Scott, algo como "fator de dor na bunda"), é sabido que existe uma versão de pouco mais de 4 horas do filme. O que ainda não foi confirmado é se ela vai sair na Apple TV+. Cá entre nós, acredito ser questão de tempo... imagino que eles só estão esperando o filme sair de cartaz dos cinemas para anunciarem oficialmente.

segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Crítica - A Noite das Bruxas (2023)

TítuloA Noite das Bruxas ("A Haunting in Venice", EUA / Itália / Reino Unido, 2023)
Diretor: Kenneth Branagh
Atores principaisKenneth Branagh, Tina Fey, Michelle Yeoh, Kyle Allen, Camille Cottin, Jamie Dornan, Jude Hill, Ali Khan, Emma Laird, Kelly Reilly, Riccardo Scamarcio
Nota: 5,0

Alguém precisa resgatar Agatha Christie...

Devido a uma vasta e interessante obra literária, sempre temos pessoas adaptando os trabalhos de Agatha Christie, seja para a TV, ou para os Cinemas. E a pessoa que resolveu retomar as histórias da "Rainha do Crime" em Hollywood mais recentemente foi o britânico Kenneth Branagh. Como produtor, diretor, roteirista e ator principal (fazendo o papel do detetive Hercule Poirot), Kenneth lançou em 2017 seu Assassinato no Expresso do Oriente, e ano passado, 2022, seu Morte no Nilo.

Como disse em minha crítica, Branagh foi bem conservador em Assassinato no Expresso do Oriente, sendo bem fiel ao livro, e ao mesmo tempo, parecendo mais estar adaptando o livro original para teatro do que cinema. Já para Morte no Nilo, Kenneth arriscou mais, enfim mudando mais coisas... mas para pior. Se agora ele corrigiu seus erros fazendo o novo trabalho ser "mais filme" e "mais aventuresco", errou absurdamente em centralizar estas mudanças em seu personagem, Poirot. Seu roteiro deturpa duplamente a mitologia do famoso detetive. Não vou citar aqui o que foi inventado, para não dar spoilers, mas considerei as escolhas feitas abomináveis. Em suma, Morte no Nilo foi pior que seu Assassinato no Expresso do Oriente.

E o que esperar então deste A Noite das Bruxas, que já pelo título original e trailer, sabemos antecipadamente ter ainda mais alterações em relação ao material original? Sim, pois embora na tradução para o português o filme e livro ficaram com o mesmo nome, em inglês o romance em que esta produção se baseia se chama Hallowe'en Party ("Festa da Noite das Bruxas"), mas o filme se chama A Haunting in Venice (algo como "Uma assombração em Veneza").

Se no romance escrito por Agatha Christie a história se passa em uma vila na Inglaterra, e a primeira morte é de uma criança, neste A Noite das Bruxas ele se passa em Veneza, e a primeira morte é de uma adulta. Na verdade, temos muitas alterações entre a trama do livro e filme. Muitas mesmo. Alguns personagens e algumas de suas motivações se preservaram, mas é só. E várias das alterações foram para pior.

E as alterações ruins não ficaram apenas no roteiro. Kenneth Branagh surpreendeu ao incorporar para dentro do filme muitos elementos dos gêneros de suspense e terror, indo portanto bem além do tradicional gênero policial. O problema é que ele o fez de maneira bem simplória, para não dizer outra coisa... Abusando de barulhos altos e repentinos para assustar o espectador, câmeras filmando com ângulos tortos o tempo todo, e com todo o filme mais escuro que deveria, ainda assim são poucos os momentos em que o diretor consegue, de fato, trazer alguma tensão ou medo; na maior parte o que sentimos é a frustração de presenciar alguém simular um filme de terror e não conseguir.

Ainda que não seja muito ruim, A Noite das Bruxas consegue ser pior que Morte no Nilo e o pior dos três filmes mais recentes de Agatha Christie nos cinemas. Alguém precisa tirar as adaptações das obras dela das mãos do fraco Kenneth Branagh antes que seja tarde demais. Nota: 5,0

Crítica Netflix - I Am Mother (2019)

Título :  I Am Mother (idem, Austrália, 2019) Diretor : Grant Sputore Atores principais :  Clara Rugaard, Hilary Swank, Luke Hawker, R...