Já vi dezenas de listas sobre os "melhores consoles de todos os tempos", e nenhuma ficou muito próxima da minha. Talvez por que quem escreve estes rankings não acompanhou o mercado de videogames desde o começo, quando "tudo era mato", como eu tive oportunidade de fazer? rs. Não sei. Enfim, seguem aqui os 10 consoles de videogame que mais admiro (não inclui os portáteis, apenas consoles "de mesa"). Eles estão listados abaixo em ordem cronológica de lançamento, mas se quiserem ver o ranking numerado com a minha preferência, só vão encontrá-lo no final do artigo.
Atari 2600 (EUA, 1977, 2ª geração)
Por mais "toscos" que seus jogos possam parecer nos dias de hoje, o
Atari 2600 não só foi o primeiro videogame que joguei, mas também foi o primeiro videogame de dezenas de milhões de jogadores em todo o mundo. Foi o primeiro console "para se jogar em casa" que se tornou verdadeiramente popular, e seu modelo de negócio é base de toda a indústria de videogames atual. Por exemplo, foi o
Atari 2600 (originalmente lançado como
Atari VCS) quem popularizou os cartuchos ROMs que seriam usados por consoles posteriores por décadas.
O
Atari 2600 foi certamente o responsável por inserir videogames na casa das pessoas do Ocidente; e se não o fez no Oriente (que o
Atari não alcançou), pelo menos ele foi a fagulha que proporcionou à Nintendo a coragem de lançar seu primeiro "home" console alguns anos depois, o
NES.
Os maiores sucessos do console vieram dos fliperamas, como por exemplo Pac-Man, Space Invaders, Frogger e Asteroids. Mas a grande popularidade deste videogame exigia novos lançamentos de jogos constantes, e com isto a Atari precisou ir bem além dos arcades e contou com a ajuda de outras desenvolvedoras, principalmente a Activision.
Com limitadíssimas capacidades de gráfico, cores, som e armazenamento, restou aos desenvolvedores de jogos do Atari abusarem da criatividade, criando para este console alguns jogos inovadores e memoráveis, como por exemplo: Adventure, Atlantis, Pitfall!, H.E.R.O., River Raid, Enduro, Keystone Kapers, Yars' Revenge e Solaris.
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O jogo Adventure e o primeiro easter egg mundialmente famoso |
Adventure, por exemplo, não só é considerado o primeiro jogo de ação-aventura da história, como também teve o primeiro
easter egg a se popularizar, onde seu criador Warren Robinett, deixou seu nome escrito em uma sala secreta.
Nintendo Entertainment System (Japão, 1983, 3ª geração)
Lançado como Family Computer, ou "Famicom" no Japão, demorou dois anos para que ele fosse completamente remodelado e lançado como NES nos Estados Unidos. Se o Atari 2600 foi o console que trouxe os videogames para dentro da casa das pessoas no Ocidente, este foi o papel do Famicon (ou NES) no Oriente. E tão importante quanto, quando o mercado estadunidense de videogames "quebrou" em 1983, foi a entrada do NES na América que salvou esta indústria. Sem o "Nintendinho", talvez o mercado ocidental dos videogames não tivesse ressurgido na década de 80, e toda a história da humanidade seria diferente...
Trazendo um console bem superior ao Atari 2600 em imagem, som e capacidade de memória, a Nintendo não só pôde trazer com mais qualidade para o consumidor adaptações dos arcades de seus personagens, como Mario e Donkey Kong, como também pôde inaugurar diversas franquias de sucesso que existem até hoje, como por exemplo The Legend of Zelda, Metroid, Final Fantasy, Mega Man e Castlevania.
Diferentemente da Atari, que dependia muito de si e de parcerias para lançamentos de jogos, a Nintendo criou um modelo totalmente novo, de "terceirizar e licenciar" os jogos para o NES, o que lhe garantia um catálogo maior e de qualidade de games com muito mais rapidez. Ao mesmo tempo, a Nintendo "obrigava" as desenvolvedoras de software a assinarem um contrato de exclusividade com ela, o que não só gerava um eticamente questionável monopólio, como deixava algumas empresas desconfortáveis. Por exemplo, Konami, Capcom, Taito e Namco aceitaram as exigências de exclusividade; já a Activision, Electronic Arts e Epyx, não. De qualquer forma, esta estratégia agressiva da Nintendo funcionou, e este acordo de restrição obtido com várias produtoras de jogos foi mais um enorme obstáculo para suas concorrentes (que perderiam a "batalha comercial" da época).
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Contra e Teenage Mutant Ninja Turtles 2, dois sucessos produzidos pela Konami |
Ironicamente, dentre os muitos sucessos do NES, um dos jogos mais famosos e revolucionários foi desenvolvido pela própria Nintendo, trata-se de Super Mario Bros., de 1985 (ver foto acima). Resultado de três anos de desenvolvimento, sua ótima jogabilidade, precisão nos movimentos, fluidez no rolamento lateral de tela, ótima trilha sonora, tudo isso fizeram o game ser até hoje colocado pelos especialistas na lista dos melhores jogos de todos os tempos. Já o primeiro The Legend of Zelda, quando chegou ao EUA em Agosto de 87, se tornou o primeiro jogo em cartucho a ter bateria interna para gravar jogos salvos. The Legend of Zelda foi outro jogo original da Nintendo que entrou para o hall de melhores jogos de todos os tempos, pois no remoto 1986, impressionou ao já trazer um mundo aberto para se explorar, além da curiosa união de RPG com ação.
O NES conta com uma biblioteca de quase 1400 jogos, e apesar de nunca ter chegado oficialmente ao Brasil, graças a seus consoles "clones" como o Top Game da CCE, o Dynavision II da Dynacom, e o Phantom System da Gradiente, o "Nintendinho" também fez a alegria dos brasileiros com seus jogos divertidíssimos.
Sega Master System (Japão, 1985, 3ª geração)
Ainda no mundo dos consoles de 8 bits, o
Master System tinha um hardware bem superior ao seu rival "Nintendinho" (
NES). Entretanto, graças a algumas decisões comerciais e de marketing ruins, a um concorrente já muito consolidado no mercado, e somado ao fato de que a Nintendo tinha a exclusividade nos jogos da maioria das produtoras de games da época, este brilhante console da SEGA ficou bem atrás das vendas do
NES, principalmente nos EUA.
Azar dos EUA, que perderam a oportunidade de jogar algo superior e igualmente empolgante: jogos como
Phantasy Star,
Alex Kidd in Miracle World,
Wonder Boy 3 e
5, e vários jogos da franquia Disney, como por exemplo
Land of Illusion Starring Mickey Mouse eram muito superiores em gráficos e som do que qualquer jogo do
NES (ver imagem mais abaixo). Outra diferença gritante entre o
Master System e o
Nintendinho eram as cores: o console da SEGA possuía cores mais claras e vivas; aliás a paleta de cores do
Master é uma das melhores que já vi.
O quase "monopólio" da Nintendo para distribuir jogos de empresas terceiras acabou gerando algo positivo: obrigar a SEGA a desenvolver seus próprios jogos, muitos deles excelentes, o que acabou gerando franquias inéditas de games que futuramente colocariam a SEGA no mesmo patamar de vendas da Nintendo. Em resumo o
NES tinha uma biblioteca de jogos muito maior que a do
Master, e também, claro, tinha ótimos jogos. Porém os melhores jogos do
Master System eram superiores graficamente aos melhores jogos do
NES e ponto final.
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Wonder Boy 5 e Land of Illusion |
Os principais acessórios deste console da SEGA, a pistola Light Phaser e os Óculos 3D, também eram bem superiores em qualidade comparando com as versões dos consoles rivais. Os tais óculos aliás eram quase revolucionários, porém tiveram vida curta: poucos jogos compatíveis (apenas oito), e com a entrada para uso já removida para todas as versões seguintes do console, a partir do
Master System II internacional (
Master System 3 no Brasil). A se lamentar o fato de que apenas os
Master System japonês e coreano receberam em suas placas o chip de som FM, um componente que acrescentava uma enorme qualidade no som do sistema, possibilitando os videogames caseiros com melhores sons já vistos (e incluo nisto os jogos de computadores pessoais), até o surgimento do
PC Engine pela 4ª geração.
O legado do console em termos de jogos é maior do que a imprensa especializada costuma relembrar. Além de jogos que marcaram história no mundo dos videogames como os já citados Phantasy Star e Alex Kidd in Miracle World, o Master System foi o único console até hoje que portou alguns arcades da SEGA como Alex Kidd: The Lost Stars e Shadow Dancer; o jogo Wonder Boy é melhor e maior que a versão do arcade, por possuir checkpoints, fases extras e fases bônus (por isso mesmo ele foi lançado no Japão como Super Wonder Boy). Outros exemplos nem envolvem fliperamas: lançado em dezenas de consoles, inclusive para consoles da 4ª geração, a versão do Master para California Games (nosso Jogos de Verão) é de longe a melhor dentre todas em todos os tempos.
O brilhante trabalho da TecToy fez com que o
Master System se tornasse o mais "brasileiro" dentre todos os consoles que já pisaram por aqui: jogos portados exclusivamente para o Brasil (e também alguns jogos 100% brasileiros, como por exemplo o
Castelo Rá-Tim-Bum), jogos traduzidos para o Português (algo simplesmente inimaginável para consoles na época), programa diário com dicas na TV aberta... e tudo isto culminou em um recorde: o velho
Master é o videogame de maior longevidade de todos os tempos, e ele continua em produção aqui no Brasil até hoje.
Mega Drive / Genesis (Japão, 1988, 4ª geração)
Pegue o já excelente Master System e o melhore muito em tudo. Faça o primeiro console com processamento verdadeiramente em 16 Bits do mundo (o PC-Engine era 16 Bits apenas no processador gráfico). E mais ainda, faça tudo isso um ano e meio antes da gigante única dos videogames, a Nintendo. Tudo isto é o sensacional Mega Drive (ou SEGA Genesis nos EUA), que seria o primeiro grande console daquela que considero a maior dentre todas as gerações de consoles.
A evolução dos jogos comparando com a geração anterior era enorme: era um deleite jogar em casa as adaptações de clássicos arcade da SEGA como Altered Beast, Alien Storm, Bonanza Bros., ESWAT, Gain Ground, Galaxy Force, Golden Axe, Out Run, Super Monaco GP, etc. E o fato da SEGA lançar um produto de grande qualidade bem antes da Nintendo fez com que enfim ela competisse com a gigante rival em vendas. Se a empresa do Mario conseguiu quase 50% do mercado da 4ª geração, a SEGA a seguiu de perto, com quase 40%.
Uma enorme contribuição do Mega Drive para o mundo dos videogames foi seu foco em jogos de esportes, em parceria com a desenvolvedora Electronic Arts. Seguindo o plano de marketing dos presidentes da Sega of America (Michael Katz até metade de 1990, e Tom Kalinske após ele), o Mega Drive foi quem efetivamente colocou jogos de esportes de qualidade dentro dos consoles caseiros, e dava um banho no rival SNES neste gênero. Os primeiros jogos de esportes, da era Katz, eram exclusivos do console e eram associados aos maiores esportistas do momento: Pat Riley Basketball, Arnold Palmer Tournament Golf, James 'Buster' Douglas Knockout Boxing, Joe Montana Football, Tommy Lasorda Baseball; mas os melhores jogos viriam depois, já sob Kalinske: a série John Madden Football, a série FIFA, a série NHL, a série NBA. Embora estes jogos não fossem mais exclusivos (eles também eram lançados no SNES), no Mega Drive / Genesis eles sempre chegavam às lojas alguns meses antes do que no videogame rival.
Outro marco importante foi o lançamento do jogo Sonic the Hedgehog, em 1991, e que se tornaria o mascote oficial da SEGA a partir de então. Criado para ser algo "novo e descolado", e que desfrutasse do máximo da capacidade de processamento do Mega Drive, o game cumpriu seu propósito e mostrou gráficos de qualidade com uma velocidade de movimento jamais visto na história dos videogames.
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Streets of Rage 2 foi um dos melhores e mais aclamados Beat 'em up de sua geração |
Na concorrência contra o SNES, o Mega Drive também acabou produzindo alguns ótimos clássicos exclusivos bem "diferentões", como por exemplo Comix Zone, Ecco the Dolphin, Gunstar Heroes, Kid Chameleon e ToeJam & Earl.
Com o objetivo de aproveitar ao máximo das enormes vendas do console, a SEGA ainda lançou dois adicionais ousados e caros: o Sega CD (1993) e o 32X (1994). O 32X recebeu ótimos jogos, que aproximaram o
Mega Drive mais do que nunca dos
arcades; já o Sega CD trouxe entre seus cerca de 200 jogos, muitos que só eram possíveis em computadores, como por exemplo, games de
adventure e
RPG mais longos, e/ou jogos que tivessem cenas de
full motion vídeo.
Porém, a SEGA América dava bem mais atenção ao 32X; e a SEGA Japão dava ao Sega CD. A concorrência interna prejudicou ambos dispositivos, que tinham desenvolvimento e marketing divididos. Para piorar, o lançamento de novos jogos para ambos durou apenas alguns anos, já que em paralelo já estava surgindo a 5ª geração de consoles. A decepção de quem investiu dinheiro nestes aparelhos foi um dos vários fatores que justificaram o fracasso do console seguinte da empresa, o SEGA Saturn. As constantes divergências e rivalidade entre SEGA América e SEGA Japão foi outro fator, este ainda mais determinante.
Super NES (Japão, 1990, 4ª geração)
Se nos 8 bits o console da Nintendo era inferior tecnicamente do que o da SEGA, na geração dos 16 bits a empresa do Mario deu o troco. O Super NES tinha uma capacidade bem maior do que o rival Mega Drive, e após alguns meses com vendas mornas, ganhou o gosto do público e foi um enorme sucesso, sendo o console mais vendido da geração.
O "Nintendinho" trouxe vários ótimos jogos e franquias... mas ainda assim com baixa qualidade de som e imagem. Com o Super NES, franquias como Super Mario Bros, Metroid, Castlevania, etc finalmente ganharam visual e músicas que mereciam, e viraram jogos espetaculares.
Se o Mega Drive era superior em jogos de esportes, o Super NES era melhor nos jogos de RPG. Os exclusivos Final Fantasy, Zelda, Mario RPG e Chrono Trigger tinham uma qualidade incrível, tanto de jogabilidade quanto em história. Outro gênero que o SNES vencia era o de carros de corrida: F-Zero, Top Gear e Super Mario Kart foram franquias exclusivas e excelentes que estrearam neste console, sendo que os dois últimos permitiam jogos multi-jogador, e protagonizaram duelos divertidíssimos na casa dos jogadores.
Enquanto a SEGA focava o marketing de seus jogos nos adolescentes, a Nintendo tinha uma abordagem de fazer jogos para toda a família, dos meninos às meninas, dos pais aos filhos. Com um público alvo tão amplo, o SNES ultrapassou a marca de 1700 jogos em seu catálogo (cerca do dobro do Mega Drive) e também foi mais bem sucedida no licenciamento de outros produtos.
O controle do SNES, elegante, com 4 botões principais distribuídos entre eles na posição de um "X", e mais dois botões laterais L1 e R1 em seu topo/traseira, acabaram se tornando a base de todos os controles de videogames a partir de então.
Em 1993 a Nintendo lançou o chip Super FX, um adicional que permitiria melhor processamento de gráficos 3D. Junto a ele, veio o lançamento do bem impressionante jogo de naves Star Fox. Apesar do enorme sucesso de críticas e vendas do jogo que inaugurava o dispositivo, o Super FX foi ainda menos aproveitado que o 32X do Mega Drive (que aliás só surgiria 1 ano depois), e teve apenas 8 jogos compatíveis.
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Star Fox e Donkey Kong Country |
Um dos maiores motivos do "abandono" do Super FX veio provavelmente da competência da própria Nintendo. Em 1994 o SNES apresentaria ao mundo mais uma revolução, o jogo Donkey Kong Country, jogo de plataforma onde os personagens desta franquia apareciam pela primeira vez em 3D. Aproveitando-se ao máximo do console, a Nintendo ganhou muito dinheiro com a série Donkey Kong Country, e deixava claro que era possível continuar evoluindo seus jogos apenas com seu console base, sem a necessidade de incorporar outro chip gráfico ao seu produto.
Somando prós e contras do Super NES e do Mega Drive, ambos foram consoles incríveis, com extensas bibliotecas de jogos (muitos deles em comum), e para dizer qual dos dois foi melhor vai mesmo do gosto do jogador... enquanto eles "empatavam" em jogos de luta e plataforma, repito que o primeiro vencia no RPG e o segundo vencia em jogos de esportes. O que importa é que estes dois videogames foram tão bons que pra mim deixam a 4ª geração como a melhor de todos os tempos. E isso que nem falei de mais um console dela, que vem a seguir...
Neo Geo (Japão, 1991, 4ª geração)
O maior sonho de todo console dos anos 80 e 90 era se igualar as potentes máquinas dos fliperamas; e portanto, nada mais justo colocar na lista de melhores consoles aquele que foi o primeiro a verdadeiramente atingir este feito. Tanto é verdade, que quando o Neo Geo AES (o console caseiro) foi colocado à venda, ele rodava exatamente os mesmos jogos do Neo Geo MVS (a versão arcade, lançada um ano antes).
O Neo Geo era tão mais avançado que os demais consoles da 4ª geração, que há quem diga que ele deveria pertencer a uma geração a parte, ou seja, a geração "4,5". Seu fracasso comercial certamente veio devido seus altos preços. E curiosamente, de certa forma isso foi meio que "previsto" desde o início do console.
É que imaginando que um consumidor comum não teria dinheiro para comprar o
Neo Geo, ele inicialmente foi lançado apenas no Japão... para ser alugado(!). Funcionaria assim... as lojas de games compravam o console, e alugavam eles para os consumidores. Como o sucesso dos "aluguéis" e o pedido dos jogadores para lançar o produto nas lojas foram muito maiores do que o esperado pela SNK, a empresa resolveu então arregaçar as mangas, e entrar pra valer no mercado "padrão" de consoles.
Quando o console saiu nas lojas, ele era bem mais caro que os concorrentes (literalmente 2x ou 3x mais caro do que um
Mega Drive ou um
SNES), e isso nem era o pior: cada novo jogo, sozinho (em seus gigantescos cartuchos) custavam quase o preço de um console concorrente. Portanto residia nos caríssimos cartuchos de cerca de 300 MB o maior desafio comercial do
Neo Geo. Ah sim, e ainda tinha mais um problema: em seu ano de lançamento, o console tinha uma biblioteca de jogos muito pequena, já que as produtoras de jogos já estavam fechadas com a SEGA e principalmente com a Nintendo, o que obrigou a SNK a desenvolver seus próprios títulos.
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Uma das telas de Loading do Neo Geo CD |
A SNK Corporation até tentou salvar seu console comercialmente, lançando o Neo Geo CD em 1994, uma opção bem mais em conta principalmente na hora da compra dos jogos, pois a produção de CDs era muito mais barata. Porém o leitor de CD era de velocidade apenas 1x, muito lento para o que o console precisava, e o que deveria ajudar, pirou a imagem do Neo Geo, que ficou famoso pela demora com que os jogos de CD carregavam (havia loadings que demoravam cerca de 1 minuto). Meses depois, surgiu o PlayStation com seu leitor de velocidade 2x, e isso praticamente decretou o fim do Neo Geo (aliás, o PS1 massacrou toda a concorrência da época quando chegou).
A SNK até fez uma última tentativa em 1995, lançando o Neo Geo CDZ, agora com leitor de 2x, que diminuía o tempo dos loadings, mas não os eliminava. Porém já era tarde demais; os consoles de 5ª Geração já dominavam amplamente o mercado, com jogos bem mais avançados.
Ainda hoje dá para cravar que o Neo Geo foi o melhor console para jogos de luta de "um contra um" em 2D em todos os tempos: Art of Fighting, Fatal Fury, Samurai Shodown, The Last Blade, The King of Fighters são apenas algumas franquias que sugiram e tiveram vários títulos no Neo Geo. Só que toda esta qualidade gerou uma enorme injustiça: a fama de que este console só era bom para jogos de luta. Se engana em muito quem pensa assim, como veremos a seguir.
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Magician Lord e Super Sidekicks 3 |
Jogos de esporte? O
Neo Geo tinha os ótimos
Windjammers (vários mini jogos usando
frisbee),
Goal! Goal! Goal! e a franquia
Super Sidekicks (futebol),
Street Slam (basquete de rua), além de vários títulos para Futebol Americano e Baseball; Jogos de ação e plataforma? ele tinha a espetacular franquia
Metal Slug e outros jogos como
Magician Lord e
Top Hunter; Jogos
Beat 'em up?, havia a franquia Sengoku e o Mutation Nation; Jogos de "navinha"? haviam
Aero Fighters, Blazing Star, Last Resort, Prehistoric Isle 2 e Pulstar. Ou seja, jogos incríveis não faltavam, mas ainda assim sua pequena biblioteca (cerca de 160 jogos no total, já considerando cartuchos + CDs) é apontada como "defeito" deste console.
Em sua lista de "ausências", o Neo Geo não tinha jogos em 3D, o que lhe "impediu" de trazer jogos de simulação de corrida ou de tiro em primeira pessoa. Os RPGs também praticamente não existiam, ainda que se possa dar destaque para o bom Crossed Swords, e ao Samurai Shodown RPG (este saiu exclusivamente em CD no Japão e também foi portado para o Playstation e SEGA Saturn). Imagino que a escassez de RPGs ocorreu porque o Neo Geo era um console pensado nos fliperamas, e a grande maioria dos jogos do console eram feitos para serem rápidos e casuais. Ainda assim, o Neo Geo deixou um importante legado para os jogos "demorados": foi o primeiro console caseiro a ter um cartão de memória removível para jogos salvos. E vejam que curioso: o memory card do console era compatível com as máquinas de arcade! Ou seja, você poderia jogar um jogo na sua casa no seu Neo Geo AES, e posteriormente continuar a jogar em um fliperama, de onde parou, em um Neo Geo MVS (e vice-versa)!
Junto com o Master System, o Neo Geo é o console cujo destino comercial eu mais lamento. Ele merecia um sucesso muuuuito maior. É verdade que seu alto custo inviabilizou seu sucesso, mas entendo também ter existido erros na estratégia de vendas da SNK. Por exemplo: o Neo Geo CD não deveria ter nascido com um leitor 1x, e sim direto com um 2x; as versões CD do Neo Geo praticamente não foram vendidas fora do Japão... e sabem por quê? Porque quando a SNK enfim iniciou as vendas do Neo Geo CD nos EUA, o Neo Geo CDZ (velocidade 2x) já estava anunciado (então por que eu vou comprar algo já sabidamente inferior e famoso pela lentidão?).
De qualquer forma, por mais que a SNK tenha errado, sou muito grato a eles por esse brilhante console, que por seu design, qualidade e preço bem superiores (levando em conta a inflação, ainda hoje mantém o posto de console mais caro de todos os tempos) era visto como um produto segmentado, diferenciado, e por isto já foi comparado a uma "Ferrari", ou a um "Cadillac". Para mim ótimas comparações, pois todos eles são clássicos que não perdem o encanto com o passar do tempo.
PlayStation (Japão, 1994, 5ª geração)
No início dos anos 90, a Sony entendia que o CD era o futuro dos videogames, e queria uma parceria para entrar com essa tecnologia no mercado. Primeiro ela procurou a Nintendo, e foi rejeitada. Depois ela procurou a SEGA. Enquanto a SEGA América até demonstrou interesse, a SEGA Japonesa recusou a idéia veementemente. Então restou a Sony fazer seu próprio console. Pior para a Nintendo e para a SEGA, pois quando o PlayStation surgiu, não somente dominou em vendas a 5ª geração dos consoles, como em questão de poucos anos tornou a Sony a empresa líder de Videogames no mundo, posto que ela ocupa até hoje.
Mesmo não sendo a pioneira em jogos de CD (que já haviam aparecido em consoles da geração anterior), certamente foi o PlayStation o console que tornou esta mídia popular e verdadeiramente bem sucedida. Mas se o CD não pode ser considerado uma revolução sua, o mesmo não podemos dizer do seu controle. Seu controle original, trazia um número recorde de 10 botões (isso sem contar o direcional), 2 a mais que o controle do SNES, que o inspirou. Mas principalmente, trazia duas alças laterais para melhor segurá-lo. Ou seja, pela primeira vez um controle de videogame deixava se ser um "pequeno tablete". Em 1996 a Nintendo lançaria para seu Nintendo 64 um controle que tinha um pequeno direcional analógico extra, e um dispositivo de rumble (tremida) para se acoplar (se comprado extra). Então em 1997 a Sony lançou para seu PlayStation o controle Dual Shock, que continha todos os botões do controle inicial do console, mais dois direcionais analógicos bem grandes, e rumble já embutido: um controle realmente excelente, revolucionário, e pra deixar o do Nintendo 64 bem para trás. O Dual Shock continua sendo o "modelo" de controles das gerações posteriores de PlayStation.
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O controle original (esq.) e o Dual Shock (dir.) |
Como principal característica desta geração, o PlayStation foi o console que iniciou pra valer a troca dos jogos 2D para o 3D, e inaugurou franquias como Metal Gear Solid, Gran Turismo, Resident Evil, Crash Bandicoot, Tony Hawk e Tekken (na verdade este último surgiu 4 meses antes nos arcades).
O PlayStation também ajudou a popularizar outras franquias, como Tomb Raider e Final Fantasy. Esta famosa série de RPG da Square, aliás, deixou a Nintendo e encontrou no PlayStation a sua nova casa, sendo que até hoje, um novo Final Fantasy é lançado primeiro no PlayStation da geração atual, para só depois de alguns anos ser lançado nos demais consoles.
Para mim, Final Fantasy VII (1997) é o grande jogo do PlayStation, um dos melhores jogos que já joguei na vida, e um dos melhores jogos já feitos em todos os tempos: pela sua evolução gráfica, desafio, história, sensação de mundo aberto, mini-jogos... tudo. Não à toa ele continua até hoje recebendo remakes e derivados.
O PlayStation foi o primeiro console de mesa a ultrapassar, oficialmente, a marca de 100 milhões de cópias vendidas. Parte disto é explicado pela estratégia da Sony, que para ganhar o mercado, por muito tempo vendeu seu aparelho a um preço menor que seu custo, visando compensar as perdas com vendas nos jogos. A estratégia deu certo e aliás jogos para comprar não faltaram: foram mais de 4000 títulos diferentes para o PlayStation, outra marca muito superior a qualquer outro console até então, e que só foi possível graças a tecnologia do CD. A Sony estava certa, afinal.
PlayStation 2 (Japão, 2000, 6ª geração)
Embora eu tenha jogado bastante - e gostado - o
PlayStation 1, em geral eu não curto a 5ª geração de videogames, repleta de jogos 3D "quadradões". Mas quando o
PlayStation 2 chegou, não somente resolveu de vez esta limitação gráfica como trouxe uma evolução incrível em relação ao seu modelo anterior.
Fica até difícil explicar o quanto o
PS2 é bom... mas saibam que ele é até hoje o console mais vendido de todos os tempos, teve mais de 3800 jogos lançados, e também costuma ser eleito "o" melhor console de todos os tempos pela crítica especializada. E deixando claro que não se trata apenas de quantidade, mas também qualidade, o
PS2 é o único console que possui mais de 50 jogos com nota 90+ no Metacritic.
O PlayStation 2 foi o primeiro console a rodar jogos em DVD, o que foi um enorme atrativo na época, já que ele também permita rodar DVDs de filmes e música. E ainda funcionava com os jogos em CD do PlayStation anterior, sendo o primeiro console de mesa "famoso" a ter retrocompatibilidade sem depender de algum acessório externo extra para isto (o único console a fazer isto antes dele foi o obscuro Atari 7800).
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Final Fantasy VII, do PS1 (1997) versus o Final Fantasy X, do PS2 (2001), exemplificando a evolução gráfica entre eles |
E por falar em jogar jogos "antigos", o PlayStation 2 foi o primeiro console de mesa a lançar grandes clássicos arcades exclusivos da SEGA (isso sem contar os próprios consoles da SEGA, claro), via série SEGA Ages 2500. O nome 2500 vem do preço dos jogos no Japão, lançados a 2500 Ienes. Alguns jogos são cópias do arcade original, mas a maioria das versões são remakes exclusivos atualizando-os para os gráficos da época. Foram 33 títulos no total, sendo alguns deles coletâneas. É verdade que alguns destes remakes não ficaram bons, mas outros ficaram bem aceitáveis... e digo mais, só a intenção e bom gosto de relançar os jogos da SEGA já vale muitos elogios para este console!!!
Franquias famosas e exclusivas como Grand Theft Auto, Final Fantasy e Metal Gear Solid alcançaram uma qualidade gráfica inimaginável com o PS2. O irônico é que jogos bons surgiram mesmo sem precisar de um espetáculo visual. É o caso da franquia Guitar Hero, que iniciou sua vida no PS2, simulava tocar uma guitarra, e foi um dos maiores sucessos de venda do console.
Ainda foi nele que surgiriam outras franquias excelentes, como God of War e Kingdom Hearts. Aliás, depois que eu vi rodando jogos como God of War (I e II), Shadow Of The Colossus e Okami, a conclusão que cheguei na época é que não seria mais necessário um videogame mais potente do que o PlayStation 2: graficamente ele já conseguiu atingir tudo o que eu desejava. Porém minha visão mudou com o avanço da tecnologia: a chegada das TVs planas em HD criou a necessidade para novas evoluções gráficas.
Xbox 360 (EUA, 2005, 7ª geração)
O
Xbox 360 foi o primeiro console da 7ª geração, revolucionando o mercado de games ao ser o primeiro console com gráficos HD (480 pixels verticais), e também, pelo enorme avanço que trouxe em sua rede Xbox Live (que já existia desde 2002): pela primeira vez na história os usuários podiam "de fato" comprar jogos e jogar contra outros jogadores pela internet com ótima qualidade. Sim... jogar pela internet via consoles caseiros começou a decolar na geração anterior, inicialmente com o
Dreamcast; porém foi só nesta geração que isto virou uma febre, e não é exagero dizer que o primeiro "culpado" foi o
Xbox 360. Ele foi o primeiro videogame a conseguir rodar jogos de última geração para múltiplos jogadores online a nível global, além de trazer conceitos competitivos inovadores como as Conquistas e o
GamerScore. Agora os jogadores poderiam ir atrás dos mais variados desafios - ao invés de apenas vencer os jogos - e se comparar com adversários do mundo inteiro.
Outro ponto que merece destaque é que a 7ª geração deu um salto de processamento de pelo menos 10x mais em relação à geração anterior. E o mais impressionante sobre todas as qualidades que disse sobre o Xbox 360 até aqui, é que ele fez tudo isso 1 ano antes de seu concorrente PlayStation 3 ser lançado! E, outra novidade: o Xbox 360 foi o primeiro console a vender controles sem fio junto com a versão padrão do videogame, embora também houvesse para venda a versão com controles de fios USB.
E mesmo já sendo um baita console por si só, ele também entrou na minha lista de melhores devido sua importância mercadológica: ele foi o primeiro (e até hoje único) videogame a se equiparar em vendas com o da rival Sony. Se o Xbox 360 não tivesse sido um sucesso de vendas e um real concorrente ao PlayStation 3, talvez hoje veríamos um completo monopólio da Sony no mercado, o que seria muito ruim para todo mundo.
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O Kinect |
O Xbox 360 também entra na minha lista por ter trazido o Kinect, o melhor controlador de movimentos de sua época. Mesmo que longe de ter respostas de movimentos perfeitas, ele foi superior aos seus concorrentes diretos de mesma geração - Wii Remote (Nintendo Wii) e PlayStation Move (PlayStation 3) - por dispensar o uso de qualquer controle físico, sendo necessário apenas o próprio corpo do usuário. Ironicamente o grande ponto positivo do Kinect é também seu principal ponto negativo, já que qualquer jogo mais avançado necessita pelo menos de um "botão" para funcionar melhor. Na prática, o Kinect foi o melhor aparelho porém com os jogos mais simplórios. Ainda assim, foi um marco tecnológico muito impressionante.
Este incrível console poderia ter sido ainda mais bem vendido, e estar mais presente na lista dos "melhores consoles de todos os tempos" dos especialistas se não fosse o lamentável problema do Red Ring of Death, onde o aparelho "travava" e 3/4 do anel de Led que envolve o botão de liga/desliga do console ficavam permanentemente acesos em vermelho, indicando um erro de hardware (em geral devido a superaquecimento), deixando como única opção desligá-lo. Oficialmente a Microsoft fez de tudo para "minimizar" o problema, mas nunca dizendo a porcentagem real de consoles com defeito, limitando a dizer que era próximo da taxa de falha aceita pela indústria. De qualquer forma, eles estenderam a garantia do produto e trocavam os consoles com problemas. Pela falta de dados oficiais, até hoje é difícil mensurar as falhas de hardware do Xbox 360. Porém as revistas especializadas citam números que entre 30 a 60% dos consoles fabricados nos dois primeiros anos apresentaram algum defeito de hardware... um valor assustador! A Microsoft chegaria a resolver o problema lançando posteriormente outros 2 novos modelos corrigidos/melhorados do próprio Xbox 360, mas sua reputação ficou irremediavelmente manchada.
PlayStation 4 (EUA, 2013, 8ª geração)
Embora os antecessores Xbox 360 e PlayStation 3 tivessem entregado em seus últimos anos alguns jogos que possuíam trechos com imagens em Full HD (1080 pixels, também conhecido com 2K), foi apenas nesta geração que os consoles rodaram 100% nesta qualidade gráfica.
Com os consoles da Sony e Microsoft cada vez mais parecidos entre eles (tanto em capacidade quanto em biblioteca de jogos), eu optei pelo PlayStation 4 ao invés do Xbox One pois o PS4 é levemente superior em hardware, e geralmente considerado vencedor entre eles numa comparação direta pela crítica especializada. Outro fato que me faz escolher esse console são seus jogos exclusivos; não apenas os jogos "novos" (nos quais me chamam a atenção principalmente as franquias The Last of Us e God of War), mas principalmente pelos remakes de clássicos do passado, como por exemplo Final Fantasy VII (PS1) e Shadow of the Colossus (PS2): para mim uma ideia excelente, esta, de adaptar estes grandes jogos para os gráficos excepcionais atuais.
Alguns anos depois, tanto a Sony quanto a Microsoft lançaram novas versões ainda mais potentes de seus consoles, dentro da própria geração (algo inédito na indústria de videogames): surgiram então o PlayStation 4 Pro e Xbox One X para rodar jogos na resolução 4k. Sinceramente? Para mim, este "velho saudoso" que escreve estas linhas, é algo desnecessário. Assim como eu já considerei o Playstation 2 como o "videogame definitivo", que não precisava de mais evoluções e só mudei de ideia após o lançamento das TVs HD, o mesmo acontece aqui: o mercado não precisava ter evoluído os consoles iniciais da 8ª geração e sequer ter criado a 9ª geração. E só vou mudar de ideia quando novamente surgir uma tecnologia totalmente diferente... seriam elas as máquinas de Realidade Virtual (VR)? Só o futuro dirá.
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Final Fantasy VII remasterizado no PS4 |
PS: no começo do artigo eu "fugi" da responsabilidade de ranquear o Top 10 dos videogames. Mas se você chegou até aqui, agora saberá qual é o meu Top 5 dos melhores consoles de todos os tempos: em quinto lugar fica o Master System (ainda que ele seja meu console "número 1" afetivamente); depois, em quarto lugar eu coloco o SNES, pra mim ainda o melhor console "de mesa" da história da Nintendo; o terceiro lugar vai para o Neo Geo, por ser o verdadeiro pioneiro a realizar o sonho de todo gamer da época, que era ter um fliperama de verdade em casa; a "prata" fica com o PlayStation 2 pelo seu inigualável sucesso de vendas, quantidade e evolução de jogos, e a primeira posição fica com o Mega Drive / Genesis, espetacular console da SEGA que continuo jogando seus jogos com prazer até hoje!
PS2: este artigo originalmente publicado em 2021 começou como um "top 7"; porém, em 2024 foi recebendo algumas revisões e ampliações, várias imagens, e agora em Outubro de 2024, estou publicando sua versão "final".