Se o filme anterior pecou pela falta de originalidade, felizmente não podemos dizer o mesmo deste francês As Ladras. O filme, que traz um grupo de assaltantes para fazer seu "roubo da vez", mistura ação, humor, aventura, mas foge do comum por ter como protagonistas um grupo de mulheres. O filme é mais voltado para o público feminino, e também traz algumas cenas mais tocantes; a troca de homens por mulheres é realmente bem vinda, com piadas e situações engraçadas e curiosas.
Bem vindo ao Cinema Vírgula! Com foco principal em notícias e críticas de Cinema e Filmes, este blog também traz informações de Séries de TV, Quadrinhos, Livros, Jogos de Tabuleiro e Videogames. Em resumo, o melhor da Cultura Pop.
quarta-feira, 15 de novembro de 2023
Dupla Crítica Filmes Netflix - O Assassino (2023) e As Ladras (2023)
Se o filme anterior pecou pela falta de originalidade, felizmente não podemos dizer o mesmo deste francês As Ladras. O filme, que traz um grupo de assaltantes para fazer seu "roubo da vez", mistura ação, humor, aventura, mas foge do comum por ter como protagonistas um grupo de mulheres. O filme é mais voltado para o público feminino, e também traz algumas cenas mais tocantes; a troca de homens por mulheres é realmente bem vinda, com piadas e situações engraçadas e curiosas.
quinta-feira, 2 de novembro de 2023
A Sete Palmos, uma das melhores séries de todos os tempos, agora está na Netflix (junto com outros 5 seriados da HBO)
domingo, 22 de outubro de 2023
Crítica Netflix - A Queda da Casa de Usher (minissérie)
Mike Flanagan é "o cara" das séries de terror da Netflix. Como diretor, produtor e roteirista, ele fez para a empresa de streaming: A Maldição da Residência Hill (2018), A Maldição da Mansão Bly (2020), Missa da Meia-Noite (2021), e agora este A Queda da Casa de Usher.
Destes, assisti apenas A Maldição da Residência Hill, que é realmente muito bom. Aliás, foi mesmo um trabalho tão bom e impressionante que garantiu a Flanagan ser, no ano seguinte, o diretor e roteirista do filme Doutor Sono (2019), continuação de O Iluminado (1980).
Mais do que qualquer coisa, este A Queda da Casa de Usher, que conta com 8 episódios com cerca de uma hora cada, é uma grande homenagem aos trabalhos do escritor estadunidense Edgar Allan Poe (1809 – 1849). Em teoria a série é uma adaptação do conto de mesmo nome, porém, o conto de Poe é curto, de algumas poucas páginas, e embora reproduzido com alguma fidelidade, toda uma nova trama foi criada para esta série de modo a preencher tantos capítulos.
É aí, então, que entra a tal homenagem que disse anteriormente. Literalmente todos os personagens do seriado têm seu nome retirados de algum conto de Edgar Allan Poe. E com exceção do primeiro episódio, os demais têm como título o nome de algum conto do escritor, sendo que a trama de cada capítulo também segue levemente os acontecimentos da obra original de mesmo nome. Os nomes dos episódios/contos são: A Máscara da Morte Rubra, Os Assassinatos na Rua Morgue, O Gato Preto, O Coração Delator, O Escaravelho de Ouro, O Poço e o Pêndulo, e O Corvo.
Como fio condutor de tudo isto, temos a trama da série, que são as mortes que estão acontecendo com a família Usher. A história mostra os milionários irmãos Madeline Usher (Mary McDonnell) e Roderick Usher (Bruce Greenwood), donos da gigantesca empresa farmacêutica Fortunato vendo os filhos de Roderick morrendo em estranhos acidentes, um a um. Há mais dois personagens muito importantes na trama: o procurador da justiça Auguste Dupin (Carl Lumbly), e uma mulher que se apresenta como Verna (Carla Gugino), que aparenta estar por trás de todas as mortes. Desde o começo fica claro que ambos possuem um passado com os irmãos Usher, e vamos entendendo, através de flashbacks ao longo da série, tudo o que aconteceu.
Assim como tem sido constante em seus trabalhos em termos de produção - e principalmente fotografia - A Queda da Casa de Usher é excelente. Porém, como terror a obra falha. Sim, temos várias cenas de corpos em pedaços, ou outras coisas desagradáveis... mas a série não consegue gerar tanta tensão. Um dos motivos é que para cada uma das diversas mortes que acontecem, temos que Roderick Usher visualiza os mortos antes... o que não deixa de ser um desanimador spoiler do que acontecerá mais para a frente naquele episódio. Achei uma decisão muito ruim de roteiro esta.
Outra coisa que A Queda da Casa de Usher não alcança é a empatia com seus personagens, pois todos eles são seres humanos terríveis, pavorosos... mas isso na verdade não deixa de ser uma qualidade... afinal, que ótimo elenco temos aqui! E eles conseguem nos "convencer" que são detestáveis. Aliás, vários dos atores aqui também estão presentes em todas as outras séries de Mike Flanagan na Netflix, como por exemplo a própria (e sempre excelente) Carla Gugino, mas também Henry Thomas (o eterno menino Elliott, de E.T.), Rahul Kohli, Katie Parker e Kate Siegel. Esta última aliás é casada com Flanagan na vida real. E uma participação bastante relevante, que não posso deixar de citar, em seu primeiro trabalho com Mike, é nosso Luke Skywalker, Mark Hamill, que aqui faz um papel bem diferente, como um sinistro advogado da família Usher.
Kate Siegel e Mike Flanagan |
Resumindo meu sentimento com A Queda da Casa de Usher: o primeiro episódio é bastante instigante, mas depois a série perde bastante em termos de suspense e terror. Não demora muito para percebermos que cada capítulo terá uma morte cuja surpresa é "estragada" rapidamente com a visão premonitória de Roderick Usher. Mesmo assim, a série continua prendendo seu interesse, seja pelas boas atuações, ou principalmente, porque você quer entender o passado dos Usher, que é contado aos poucos. Agora, se você der sorte de conhecer os contos originais de Poe, aí sim terá um prazer extra, que é observar, a cada episódio, como ele foi alterado para os tempos modernos.
Mas A Queda da Casa de Usher deixa seu melhor para o fim, que é realmente muito bom! O último episódio junta todas as pontas soltas de maneira muito satisfatória, além de fazer críticas sociais, políticas, comportamentais... e emocionar. Aliás, é também principalmente neste último episódio em que a grande maioria do conto A Queda da Casa de Usher é "de fato" adaptado.
Dentre todos os trabalhos de Mike Flanagan na Netflix, só posso comparar A Queda da Casa de Usher com A Maldição da Residência Hill, e neste caso a Residência Hill continua insuperável. É que esta última é bem melhor principalmente nos quesitos terror / suspense e trilha sonora. Ainda assim, A Queda da Casa de Usher é uma ótima produção que vale a pena ser assistida, principalmente se você pensar nela como drama / suspense e não terror; ou ainda, se você for grande entendedor de Edgar Allan Poe. E se eu não assisti os demais trabalhos de Flanagan na Netflix, no Imdb neste momento A Queda da Casa de Usher aparece com a segunda melhor nota dentre seus trabalhos, ficando atrás apenas da A Maldição da Residência Hill. Outro indício de sua boa qualidade.
segunda-feira, 9 de outubro de 2023
Dupla Crítica Filmes Netflix - O Conde (2023) e Camaleões (2023)
Com uma tradução de título muito infeliz (Reptile, no original, faz mais sentido), Camaleões é um filme de investigação policial de roteiro ficcional, embora seja baseado muito levemente em um assassinato real, a da corretora de imóveis canadense Lindsay Buziak.
segunda-feira, 2 de outubro de 2023
Crítica Netflix - A Maravilhosa História de Henry Sugar (2023) e outros curtas de Roald Dahl
domingo, 10 de setembro de 2023
Curiosidades Cinema Vírgula #018 - Popeye e Shrek existiram na vida real!
A vida imita a Arte ou a Arte imita a vida? Bem... nestes casos foi a Arte quem imitou a vida! Claro, existe uma lista enorme de personagens da ficção cuja aparência foi baseada em algum humano real, mas quis trazer aqui Popeye e Shrek pois ambos são visualmente bastante incomuns.
Sobre Popeye, criado pelo cartunista E. C. Segar na década de 1920, o personagem foi baseado em Frank "Rocky" Fiegel, um imigrante polonês nascido em 27 de janeiro de 1868, que após trabalhar algumas décadas como marinheiro, se estabeleceu na pequena cidade de Chester, Illinois (EUA) - cidade de infância de Segar - onde o autor o conheceu.
Na época, o já aposentado marinheiro trabalhava como uma espécie de "garçom / segurança" de um bar local, ou seja, em caso de confusões, era ele quem colocava os briguentos para fora. Frank era valentão, se envolvendo com frequência em brigas e por isso acabou ficando com um olho deformado, o que o fez ganhar o apelido de Pop-eye. Note que ele tinha um rosto muito parecido com o Popeye dos desenhos, incluindo o uso do característico cachimbo.
Segundo o criador do personagem, apesar da aparência um pouco intimidadora, Frank era "amigável" e tinha uma simpatia especial por crianças. Além de defender as crianças mais fracas de "valentões", também adorava ficar contando para elas as suas aventuras do passado. Tudo isto fez que o então jovem E. C. Segar visse Frank como uma espécie de "herói", e o inspirasse para suas obras no futuro.
Uma curiosidade, a foto que temos do VERDADEIRO Frank Fiegel é a foto que aparece acima, no título deste artigo. A pessoa que aparece na foto abaixo NÃO é Frank, e embora sendo reproduzida de maneira errada em muitos sites, a foto abaixo, tirada em 1940, é de um marinheiro inglês de identidade desconhecida, mas cujo apelido era justamente Popeye.
Não se deixe enganar! Só aqui no Cinema Vírgula você aprende que esta foto NÃO é a do Popeye verdadeiro! |
Já o simpático ogro Shrek teve seu visual baseado em um antigo lutador francês de nome Maurice Tillet. Ou melhor... mais ou menos, já que os criadores de Shrek, a DreamWorks Animation, nunca admitiram esta inspiração (mas também nunca negaram).
De qualquer forma, Maurice nasceu na Rússia em 1903, onde seus pais franceses moravam na época. Porém, com o estouro da Revolução Russa, a família voltou para a França, onde Maurice chegou a ser poeta e ator. Porém a partir dos 17 anos o jovem passou a sofrer de acromegalia, uma rara doença em que os ossos das mãos, pés e face passam a crescer de maneira anormal.
Shreks? |
Em pouco tempo seu corpo já estava bastante deformado, e em busca de se adaptar a ele, Tillet mudou-se para os Estados Unidos em 1937, onde passou a ganhar a vida como atleta de Luta Livre, fazendo muito sucesso.
Para as lutas, as chamadas para atrair o público diziam que ele era “um monstro feroz", que "não era um ser humano", e Maurice inclusive se divertia urrando para o público (lembra do Shrek?). E por outro lado, ironicamente, seu nome de lutador era "The French Angel", ou, "O anjo Francês", apelido dado pela mãe.
Apesar da sua aparência, Maurice Tillet era considerado uma pessoa muito gentil e generosa (sabe aquilo de ser um "monstro de bom coração"? este é mais um argumento de que Tillet foi inspiração para Shrek), e de inteligência acima da média: também foi engenheiro e falava 14 idiomas.
Maurice Tillet sofreu mais com sua doença em seus últimos anos de vida, e faleceu em 1954, com 50 anos, após um ataque cardíaco, horas depois de saber do falecimento de seu grande amigo e treinador Karl Pojello. Os dois foram enterrados juntos: "Amigos que nem a morte conseguiu separar".
segunda-feira, 4 de setembro de 2023
Crítica Netflix - One Piece: A Série - Primeira Temporada
Em geral as adaptações live-action ocidentais de mangás são verdadeiros lixos. Portanto, fiquei bastante resistente ao me arriscar em assistir a este One Piece: A Série da Netflix, adaptação de One Piece de Eiichiro Oda, um dos mangás de maior sucesso da atualidade e de todos os tempos.
Nami e Arlong |
A Kaya dos mangás e a da série (Celeste Loots) |
Com um design de produção muito bom e bastante vivo e colorido, faltou, entretanto, um bocado de cores no navio Going Merry... |
sábado, 2 de setembro de 2023
Conheça o muito interessante What's My Line? / Adivinhe o Que Ele Faz
Mas o programa que quero apresentar para vocês hoje não vai ao ar desde a década de 70 rs, portanto, certamente quase nenhum de vocês conhecem. E o achei bastante interessante.
Trata-se do programa estadunidense What's My Line?. Ele funcionava da seguinte forma: um grupo fixo de 4 pessoas (artistas e jornalistas) ficavam sentadas atrás de uma mesa, tentando adivinhar a profissão de pessoas comuns, que iam ao programa e ganhavam dinheiro pela sua participação (o nome do programa vinha de algo como "qual minha linha de atuação?... qual minha linha de trabalho?").
O jogo funcionava com o quarteto fazendo perguntas aos convidados, com os mesmos só podendo responder "sim" ou "não"; só que a cada vez que a resposta era "não", o convidado ganhava 5 dólares. O jogo parava até alguém adivinhar a profissão do convidado, ou quando o valor atingisse 50 dólares, onde nesse caso os artistas da mesa "perdiam" e era revelado à eles a profissão "secreta".
Além disto, no final do programa, sempre havia um "convidado misterioso", que era uma celebridade trazida ao show. Neste caso então, as quatro pessoas da mesa tinham seus olhos vendados, e com isso a brincadeira se tornava mais descobrir a identidade da pessoa famosa do que qualquer outra coisa.
E.. olha só, o Brasil também copiou What's My Line?. Infelizmente não tenho muitos detalhes para dar do programa por aqui, já que não encontrei informações na Internet, e não há também imagens sobreviventes do show. Mas posso afirmar que o programa estreou em 1953 na TV Tupi, sob o nome de Adivinhe o Que Ele Faz, e era apresentado pela ex-bailarina Madeleine Rosay. E que anos depois migrou para a TV Record, também sob o nome de Adivinhe o Que Ele Faz, onde foi apresentado entre 1956 a 1959 por Blota Jr..
Madeleine Rosay e Blota Jr. |
What's My Line? - Colonel Sanders; Alan King; Martin Gabel [panel] (Dec 1, 1963)
O terceiro vídeo eu só escolhi por ter como convidada a genial Hedy Lamarr, então com 43 anos. Era muito comum que os atores/atrizes iam ao programa para promover um filme que seria lançado em breve, porém Hedy resolveu participar do show por um motivo bem diferente...
What's My Line? - Hedy Lamarr (Mar 31, 1957)
E por fim, escolhi também este curioso episódio, onde aparece Wilt Chamberlain. Desta vez os integrantes do programa são vendados quando ele chega, mas não porque ele é uma "celebridade", e sim, porque sendo ele muito alto, se o vissem sua profissão ficaria muito óbvia. Ou seja, mais um caso para nos deixar chocados com o conceito de quem é famoso ou não rs. Notem então que em 1961 a NBA estava bem longe de ter a fama que tem hoje em dia. E continuando as surpresas deste vídeo, após os 4 integrantes do programas retirarem as vendas dos olhos, dois deles o reconhecem... porém a atriz Arlene Francis reconhece Wilt não como atleta da NBA, mas como jogador do Harlem Globetrotters (onde ele de fato jogou de 1958 a 1959).
What's My Line? - Wilt Chamberlain; Joan Crawford; Joey Bishop [panel] (Jan 8, 1961)
E finalmente, assistir a estes vídeos antigos de What's My Line? vai além das curiosidades com celebridades. São verdadeiras aulas de História e sociedade. Algumas das profissões que aparecem são das mais surpreendentes, além de muitas vezes ensinar a não julgar pelas aparências; fora que as imagens também trazem as propagandas de TVs da época. Algumas são bizarras!
E aí, você conhecia este programa? Se interessou pelo artigo? Assistiu pelo menos os vídeos que trouxe aqui? Escreva nos comentários!
sexta-feira, 31 de março de 2023
Crítica Netflix - Mistério em Paris (2023)
Diretor: Jeremy Garelick
Atores principais: Adam Sandler, Jennifer Aniston, John Kani, Kuhoo Verma, Dany Boon, Mark Strong, Mélanie Laurent, Jodie Turner-Smith, Adeel Akhtar, Enrique Arce
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=FDcsfr7bsE8
Nota: 4,0
sábado, 18 de fevereiro de 2023
Crítica Netflix - Nada de Novo no Front (2022)
Nada de Novo no Front é um filme baseado em um livro de 1929 de mesmo nome, do alemão Erich Maria Remarque. Curiosamente, esta não é a primeira adaptação desta obra, que virou filme já em 1930 (e inclusive foi o vencedor do Oscar de Melhor Filme naquele ano) e também foi lançado para a TV dos EUA em 1979. Em sua terceira versão para as telas, esta é a primeira vez que ela é feita por alemães.
A história acompanha as aventuras do jovem soldado alemão Paul Bäumer (Felix Kammerer), em batalhas pelo último ano da Primeira Guerra Mundial. O filme (assim como o livro), mostra os terrores e a completa falta de sentido do conflito.
A nova versão de Nada de Novo no Front começa com cenas fortes e violentas em pleno combate, e vemos de maneira chocante como tudo na guerra é tratado como se fosse uma linha de produção, de maneira industrial, e com completa indiferença dos chefes militares pela vida humana. Com literalmente cerca de um século de filmes sobre guerra sendo feitos por aí, eu mesmo não me animo quando surge outra produção do gênero, e então, o que um filme de guerra poderia acrescentar aos dias de hoje são eventuais visões diferentes. Este paralelo com uma linha industrial é uma delas (e bem vinda). Ao longo do texto comentarei sobre outras.
É só depois destas primeiras cenas de violência que nosso protagonista Paul Bäumer aparece, e ele só alista para a guerra devido a um misto de inocência com despeito aos pais. No filme a propaganda feita pelo governo/exército alemão convocando os jovens para a batalha aparece apenas de maneira bem sutil, uma diferença em relação ao livro que inspirou ao filme.
Aliás, esta adaptação de Nada de Novo no Front não é tão fiel ao livro, ela até segue boa parte das ocorrências principais, porém, se destaca por duas grandes mudanças: uma ausência e uma adição. A ausência é que no livro temos um trecho onde a o soldado Bäumer volta para casa em meio ao conflito, e lá fica por algumas semanas, em período de folga. É quando percebe que não só não tem a recepção que gostaria, como também, o mundo cotidiano passou a ser algo totalmente alienígena perto de tudo o que ele passou nas vidas em batalhas. Por outro lado, para compensar, temos um arco completamente novo, onde vemos Matthias Erzberger (Daniel Brühl) negociando a rendição da Alemanha para colocar fim a guerra. Ao contrário da grande maioria dos personagens do filme, Erzberger foi uma pessoa real, o político de fato nomeado pelos germânicos para negociar a paz.
Com o acréscimo das partes de Erzberger, a história é montada de um jeito onde podemos ver que mesmo sabendo que a derrota era inevitável, e que a rendição seria assinada em questão de dias, o alto escalão do exército alemão continuava a mandar seus soldados para morrer inutilmente na guerra. Sim, isso são fatos que sabemos pela História que aconteceram, mas vê-los de uma maneira bem explicitada pela montagem das cenas faz diferença, o impacto e a revolta é bem maior.
Por falar em História, o roteiro não se preocupa em nenhum momento em contextualizar o espectador historicamente com o que está acontecendo. Certamente os alemães e até mesmo os estadunidenses sentirão bem menos falta disso que nós, brasileiros. Saber em que dia a Primeira Guerra acabou, e quem estava lutando contra quem antes de ver o filme, ajudará o seu entendimento.
Em geral, este Nada de Novo no Front também é muito bom tecnicamente. Ótima fotografia, ótimo som, tudo realmente excelente e digno das indicações do Oscar recebidas. Entretanto, em comparação, na parte técnica ele fica abaixo do espetacular e recente filme 1917, também sobre a Primeira Guerra.
Nada de Novo no Front traz muitas cenas de ação violentas, realistas e bem feitas, porém como no livro original, seu forte é criticar a estupidez e inutilidade dos conflitos bélicos. Portanto as cenas mais marcantes acabam ocorrendo em situações nada heroicas, e muitas delas não presentes no livro, foram criadas para esta adaptação. Comparando novamente Nada de Novo no Front com 1917, o segundo é melhor. Mas ainda assim, não só o primeiro ainda é muito bom, como também pode ser assistido de sua casa sem perder muito de sua experiência, o que não acontece com 1917. Nota: 8,0
sábado, 11 de fevereiro de 2023
Dupla Crítica Séries Netflix - O Mundo Por Philomena Cunk (1ª temporada) e That' 90s Show (1ª temporada)
Analisando duas séries de comédia que estrearam bem recentemente na Netflix, e que no mínimo já servem para dar alguns sorrisos. Mas será que elas vão além disto? Leia sobre cada uma delas aqui abaixo! ;)
O Mundo Por Philomena Cunk - 1ª temporada
O Mundo Por Philomena Cunk é um mocumentário de 5 episódios que tenta, de maneira bem resumida, contar a historia da humanidade. Ele é protagonizado e narrado pela personagem Philomena Cunk (Diane Morgan), que seria uma jovem repórter dos dias de hoje, porém absurdamente desinformada sobre todos os assuntos... como se tudo que ela "soubesse" ou "pensasse" viesse das mídias sociais.
Cunk acaba sendo bem engraçada, e seu nonsense somado a absoluta seriedade com que lida as situações mais absurdas (o que me faz lembrar John Cleese em Monty Python) torna o programa uma ótima indicação pra quem curte humor britânico e História.
Curiosamente, este não é o primeiro seriado em que o personagem de Philomena aparece. Ela surgiu no programa humorístico Charlie Brooker's Weekly Wipe (2013-2015), que ironizava / comentava notícias e programas da TV britânica. Depois surgiram o filme Cunk on Shakespeare (2016), e a séries Cunk na Grã-Bretanha (2016) e Cunk & Other Humans on 2019 (2019), tudo isso nos canais de TV da BBC.
Gostei bastante de O Mundo Por Philomena Cunk, e torço para que os outros materiais da personagem também cheguem à Netflix. Alías, isso meio que já aconteceu, pois nos mocumentários de final de ano 2020 Nunca Mais e 2021 Nunca Mais, Diane Morgan apareceu em ambos com a personagem Gemma Nerrick, que é a mesma coisa que Cunk, com a diferença que ao invés de ser uma repórter, ela é apresentada como a "cidadã britânica comum".
That' 90s Show - 1ª temporada
A série That' 70 Show, uma sitcom que estreou em 1998 e teve 8 temporadas, foi um enorme sucesso. Ela mostrava o cotidiano de 6 amigos nos anos 70, em uma cidade fictícia no estado de Wisconsin, e acabou tornando famosos vários atores, como por exemplo Topher Grace, Mila Kunis, Ashton Kutcher, Debra Jo Rupp e Kurtwood Smith. Eu mesmo coloco That' 70 Show entre os melhores seriados dos anos 2000.
Tentando repetir seu sucesso, em 2002, os produtores de That '70s Show tentaram emplacar um novo projeto, e lançaram That '80s Show, contando com elenco totalmente novo. O resultado, uma verdadeira porcaria que todos odiaram, e durou apenas 1 temporada e 13 episódios. Portanto, foram mais duas décadas para que os teimosos produtores se arriscassem mais uma vez, agora com That' 90 Show.
Porém, desta vez, os criadores da franquia foram mais espertos e arriscaram bem menos. Para começar, eles tiveram o apoio da gigante Netflix no desenvolvimento; e além disto, resolveram trazer quase todo o elenco do seriado original de volta. Aliás, Debra Jo Rupp (como Kitty Forman) e Kurtwood Smith (como Red Forman) fazem parte do elenco principal de That' 90 Show, cuja história é focada em um novo grupo de jovens encabeçado pela neta Leia Forman (Callie Haverda), filha, claro, de Eric e Donna, que fazem breves aparições. Também fazem aparições nos episódios: Fez, Leo, Jackie, Kelso, Bob e Fenton... ou seja, quase a turma toda.
E é aí que temos o dilema de That' 90 Show: sua força está nos seus atores do seriado original e na nostalgia que eles trazem; nenhum dos novos integrantes se destaca. Alguns até não são ruins... são razoáveis, mas ainda assim, longe se serem atrativo suficiente para a série. E para piorar, a série também comete alguns outros deslizes, como por exemplo, o uso excessivo (e muito irritante) de claques.
Em resumo, That' 90 Show está bem abaixo de That' 70 Show (embora seja uma cópia do mesmo), mas muito acima de That' 80 Show, e enquanto eles conseguirem trazer os personagens do seriado antigo, a série será um passatempo aceitável. A dúvida é se eles vão conseguir fazer isso na segunda temporada (que já está confirmada)... Descobriremos em breve.
domingo, 15 de janeiro de 2023
Dupla Crítica Filmes Netflix - O Pálido Olho Azul (2022) e Glass Onion: Um Mistério Knives Out (2022)
Sendo o segundo filme da franquia iniciada com o interessante Entre Facas e Segredos (2019), este Glass Onion: Um Mistério Knives Out é um ótimo exemplo de filme cuja propaganda é melhor que o produto. Após gastar uma fortuna para poder fazer 2 novos filmes "Knives Out", a Netflix aproveitou para divulgar bastante seu lançamento e também, além de contratar um elenco estrelado, trazer várias personalidades para pequenos papéis: Hugh Grant, Natasha Lyonne, Kareem Abdul-Jabbar e Serena Williams, dentre outros. E antes do filme chegar no Brasil, vi que a crítica internacional elogiava a produção, dizendo que ela era "certamente" melhor que o filme original. Pois bem: não é.
sábado, 31 de dezembro de 2022
Retrospectiva Cinema Vírgula 2022: confira meu Top de melhores e piores filmes e séries do ano!
Meu resumo do ano trará tanto para as categorias "Filmes" e "Séries" quatro categorias: os melhores, os piores, "a" surpresa, e "a" decepção. Note que este último não necessariamente significa que foi ruim... pode até ser bom... apenas ficou longe das minhas expectativas. Vamos então aos nomes!
Os filmes de 2022
Melhores: vou de um "Top 5": Batman, O Beco do Pesadelo, Top Gun: Maverick, Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo e Elvis. Como já escrevi a crítica dos 4 primeiros aqui (só clicar no link em cada um dos nomes para ler), comento agora só sobre o último: ainda que com uma história muito mais leve do que deveria ser, Elvis é excelente tanto visualmente quanto musicalmente, além de conseguir condensar bem a vida inteira do famoso artista em 2h40min de exibição.
Piores: Spiderhead - esse filme da Netflix que conta com Chris Hemsworth e Miles Teller como protagonistas é simplesmente horroroso, o pior que vi no ano. Como menções honrosas, trago também mais dois filmes cortesias da péssima Disney: Lightyear (da sua subsidiária Pixar), e Thor: Amor e Trovão (da sua subsidiária Marvel).
A surpresa: O Predador: A Caçada - confesso que não esperava que em pleno 2022 esta franquia poderia ser ressuscitada com um filme bom. E com direito a homenagens aos nativos norte-americanos. Clique aqui para ler a crítica.
A decepção: não poderia ser outro nome. É de todo ruim? Não. Mas Matrix Resurrections prova de uma vez por todas que no espectro entre genialidade e picaretagem, as Wachowski estão mais para este último.
As séries de 2022
Melhores: o trio de séries que mais gostei em 2022 disparadamente foi Wandinha (Netflix - 1ª temporada), Sandman (Netflix - 1ª temporada) e Pacificador (HBO - 1ª temporada). Sobre Wandinha, eu escrevi este texto aqui; sobre Sandman, confesso que não esperava que a obra fosse tão fiel aos quadrinhos originais de Neil Gaiman como foi; e sobre Pacificador, ele empata com Guardiões da Galáxia 1 e 2 entre as melhores produções já feitas por James Gunn.
Em um quarto lugar, coloco Lakers: Hora de Vencer (HBO - 1ª temporada), embora esta divertidíssima série quase foi minha escolha para estar na categoria de "surpresa" do ano. Ah, e faço questão de dizer que embora The Boys (Amazon Prime - 3ª temporada) e Rick and Morty (6ª temporada) também mereçam estar na lista dos melhores, a dupla quase não entrou aqui esse ano, porque embora ambos continuam bons shows, suas histórias se repetiram muito mais do que eu gostaria.
Piores: Boneca Russa (Netflix - 2ª temporada) - tudo que eu AMEI na 1ª temporada foi jogado fora aqui, em uma trama cansativa que não leva a lugar nenhum. Se antes tínhamos um loop temporal ao estilo Feitiço do Tempo, agora temos os protagonistas viajando décadas no passado dentro de corpos de outras pessoas (??!!), uma bela porcaria.
Outra série que não gostei foi Sexo, Sangue & Realeza (Netflix - 1ª temporada): esta mistura de documentário com novela conta a história de Ana Bolena e sua relação com o rei Henrique VIII. Repleta de diálogos piegas e trocadilhos remetendo a sexo (também com várias cenas de beijo sob trilha sonora de soft porn), e com direito a constantes quebras da quarta parede, o formato escolhido mais me constrangeu do que qualquer outra coisa, dada a baixíssima qualidade do roteiro (e olha que gosto de História e, neste sentido, até aprendi um bocado com o que assisti).
E finalmente, comecei Homem x Abelha - A Batalha (Netflix - 1ª temporada) mas achei o primeiro episódio tão chato que nem continuei assistindo. A série melhora depois? Não sei e nem quero saber.
A surpresa: Inside Man (Netflix - 1ª temporada) - depois de nos deixar órfãos do seriado Mindhunter, a Netflix trouxe esta pequena obra (são apenas 4 episódios) de suspense policial que me fez lembrar da mesma. Criada por Steven Moffat (o mesmo que criou o seriado Sherlock, da BBC), a trama possui alguns exageros e falhas... mas me deixou tenso e curioso o tempo todo. Gostei e aguardo pelo próximo ano.
A decepção: O Pentavirato, mini-série da Netflix criada e estrelada por Mike Myers é até legalzinha... mas eu esperava muito mais de Myers após tanto tempo longe da função de criador / produtor. É uma espécie de Austin Powers mediano adaptado para os anos 2020.
- Crítica - Batman (2022)
- Crítica - Lightyear (2022)
- Crítica Netflix - A Filha Perdida (2021)
- Curiosidades Cinema Vírgula #013 - Surpreendente!!! Indiana Jones e Goonies em Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo (e saiba aonde mais em 2023)
- Curiosidades Cinema Vírgula #012 - Tudo o que você aprendeu sobre Frankenstein nos filmes, TV e quadrinhos está errado!!!
Abaixo segue a lista. Os filmes em laranja negrito e com um (*) são aqueles a que dou uma nota de no mínimo 8,0 e portanto, recomendo fortemente.
Crítica Netflix - I Am Mother (2019)
Título : I Am Mother (idem, Austrália, 2019) Diretor : Grant Sputore Atores principais : Clara Rugaard, Hilary Swank, Luke Hawker, R...
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Título : Elementos ("Elemental", EUA, 2023) Diretor : Peter Sohn Atores principais (vozes) : Leah Lewis, Mamoudou Athie, Ronnie de...
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Título : Barbie (idem, EUA / Reino Unido, 2023) Diretora : Greta Gerwig Atores principais : Margot Robbie, Ryan Gosling, America Ferrera, ...
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Título : Lightyear (idem, EUA, 2022) Diretor : Angus MacLane Atores principais (vozes) : Chris Evans, Keke Palmer, Keira Hairston, Dale Sou...