quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Crítica Amazon Prime - Apresentando os Ricardos (2021)

Título: Apresentando os Ricardos ("Being the Ricardos", EUA, 2021)
Diretor: Aaron Sorkin
Atores principais: Nicole Kidman, Javier Bardem, J.K. Simmons, Nina Arianda, Tony Hale, Alia Shawkat, Jake Lacy
Nota: 7,0

Lucille Ball recebe uma boa homenagem, mas poderia ser melhor

Apresentando os Ricardos, produção original Amazon Prime, conta a história dos casal de artistas Desi Arnaz (Javier Bardem) e Lucille Ball (Nicole Kidman), um dos maiores fenômenos da TV estadunidense de todos os tempos. O nome vêm dos personagens que ambos tinham na sitcom que atuavam, I Love Lucy, onde formavam o casal Ricky e Lucy Ricardo.

O filme se apresenta no formato de documentário - ainda que de documentário não tenha nada já que 100% das cenas são com atores - e conta sobre a suposta semana "mais importante da vida de Desi e Lucille", ocorrida em 1952, onde a dupla tem que resolver nada menos que três enormes crises pessoais com reflexos imediatos em suas carreiras.

Apresentando os Ricardos conta com direção e roteiros de Aaron Sorkin, e como sempre vemos em seus roteiros temos um filme com muitos diálogos inteligentes, rápidos e bem humorados. A escolha de Javier Bardem e Nicole Kidman receberam críticas nos EUA pois ambos não lembram fisicamente o Desi e Lucy reais (e eu concordo com estas críticas), porém o carisma e as ótimas atuações de ambos são um ponto muito forte do filme, e é prazeroso vê-los na tela.

Além das "três crises" o filme traz alguns flashbacks sobre a vida do casal, e assim conhecemos outros momentos de sua história. Algumas (poucas) cenas clássicas de I Love Lucy são regravadas em preto-e-branco, com considerável perfeição, e é outra adição bem vinda. Seja no ano de 1952, ou nos flashbacks, o design de produção é muito bem feito, ainda que não seja algo especialmente impressionante.

Claro que a grande maioria dos diálogos do filme são inventados, mas os fatos trazidos pelo filme não... eles são bem reais (com exceção da ligação de J. Edgar Hoover, essa é uma enorme mentira). Porém o grande problema de Apresentando os Ricardos é seu desleixo com a cronologia: embora as "3 crises" enfrentadas pelo casal tenham acontecido, elas não aconteceram ao mesmo tempo, tiveram intervalo de anos entre elas. Até mesmo o letreiro com as explicações finais, citando a data de 1960, é muito mal interligado ao filme já que ele não cita data nenhuma além desta, tornando seu acréscimo algo confuso e inútil.

Como tributo a Desi Arnaz e Lucille Ball, o filme consegue mostrar o quanto ambos foram grandes, talentosos e revolucionários, e isso é muito bom. E não esqueceram de ressaltar que Lucille não era a "ingênua" que víamos em I Love Lucy, mas sim uma mulher que participava ativamente do processo criativo e dos negócios de sua empresa; e isso é muito bom também. Porém o filme também falha ao ignorar completamente as conquistas de Lucille Ball após se separar do marido... e não foram poucas. Eu já comentei sobre todas elas neste texto aqui, que vale muito a pena ler.

Em resumo, Desi Arnaz e Lucille Ball enfim receberam um filme para serem reapresentados para a geração atual. É um filme bom, divertido e agradável. Mas poderia ter sido maior e melhor. Nota: 7,0

sábado, 15 de janeiro de 2022

Crítica - King Richard: Criando Campeãs (2021)

Título: King Richard: Criando Campeãs ("King Richard", EUA, 2021)
Diretor: Reinaldo Marcus Green
Atores principais: Will Smith, Aunjanue Ellis, Jon Bernthal, Saniyya Sidney, Demi Singleton, Tony Goldwyn, Mikayla Lashae Bartholomew, Daniele Lawson, Layla Crawford
Nota: 7,0

História da "família Williams" é inspiradora e real, porém maquiada

King Richard: Criando Campeãs estreou nos cinemas brasileiros em Dezembro de 2021, e cerca de um mês depois estreou em nosso país via HBO Max. Como o título do filme não esconde, trata-se da história de como Richard Williams (Will Smith) moldou as suas filhas Venus (Demi Singleton) e Serena Williams (Demi Singleton) de uma infância pobre para duas das melhores tenistas de todos os tempos.

A história mostra a vida da família Williams, dando foco em primeiro lugar em Richard, em segundo lugar em Venus, em terceiro lugar na mãe Oracene (Aunjanue Ellis), e só em quarto lugar, com pouco destaque, à Serena. Em linhas gerais, vemos um Richard que sofreu muito ao longo da vida, devido ao racismo e a pobreza, a se transformar em alguém muito obcecado em transformar suas duas filhas com Oracene na salvação financeira da família.

Muitas vezes filmes que contam histórias de personagens reais costumam ser um pouco fantasiosas... e no caso de King Richard: Criando Campeãs isso não acontece. Aqui, felizmente, a história contada é bastante real. Cada evento, em linhas gerais, aconteceram como descrito, o que apenas reforça como a história da família Williams é emocionante e inspiradora.

Há apenas duas "distorções" nos fatos que considero relevante citar... o episódio em que Richard pega uma arma para se vingar dos jovens que o surraram é exagerada (mas aconteceu), e o discurso dele de que Venus e Serena seriam inspiração para as jovens afrodescendentes do mundo. Não é verdade: Richard entrou nisso apenas pelo dinheiro.

Mas o que realmente prejudica a história de King Richard: Criando Campeãs não é o que ela conta, e sim, o que ela não conta. Se tudo o que vimos é "verdade", ao mesmo tempo só vemos o lado "bom" de Richard e de seu relacionamento com suas filhas. O pai Williams era absurdamente duro com Venus e Serena (elas não tinham direito a ter namorados, por exemplo), mas nenhum momento a vemos sofrer ou reclamar com os excessos do pai... parecem estarem felizes o tempo todo. Além disso, Richard tinha vários problemas de humor e de comportamento; possuía várias relações extraconjugais e com isso chegou a ter mais de uma dezena de filhos... sendo que só se importava com Venus e Serena. O filme não mostra nada disso... e em dado momento há um diálogo em que Oracene diz que só não abandonou Richard por causa das filhas. Oras, pelo que o filme mostrou o diálogo nem faz sentido... mas pelo que não é mostrado, tudo ganha novo significado.

Essa "passada de pano" no lado ruim de Richard tem dupla explicação... a primeira é que as irmãs Venus e Serena são produtoras do filme; e a segunda é que isto torna King Richard: Criando Campeãs uma obra bem mais agradável para assistir e para todos os públicos. Soma-se a isso o já famoso grande carisma de Will Smith e mais uma de suas grandes atuações (pela qual ele acaba de receber o Globo de Ouro), e o resultado é um filme que irá divertir uma grande variedade de público. Nota: 7,0

domingo, 9 de janeiro de 2022

Crítica Netflix - A Filha Perdida (2021)

Título: A Filha Perdida ("The Lost Daughter", EUA / Grécia, 2021)
Diretora: Maggie Gyllenhaal
Atores principais: Olivia Colman, Jessie Buckley, Dakota Johnson, Ed Harris, Peter Sarsgaard, Paul Mescal, Dagmara Dominczyk, Jack Farthing, Oliver Jackson-Cohen
Nota: 7,0

Suspense sobre maternidade e relacionamentos é uma boa estréia de Maggie Gyllenhaal

Atriz famosa e conhecida por dezenas de filmes, dentre eles Donnie Darko, Secretária, Batman: O Cavaleiro das Trevas e FrankMaggie Gyllenhaal faz uma dupla estréia em cinemas como roteirista e diretora com o filme A Filha Perdida, que adapta o livro de mesmo nome da escritora italiana Elena Ferrante.

E Maggie vai muito bem: em termos de direção, ela consegue com sucesso montar um clima de suspense e drama que prende o espectador; suas opções para enquadramento e trilha sonora fogem do óbvio e também chamam a atenção. Já em termos de roteiro, é dito que o livro (que não li) ser muito psicológico, com muito das ações passando na mente da protagonista; portanto, ela fez um bom trabalho de adaptação, já que conseguimos entender de maneira natural e eficiente o que a protagonista está pensando através de suas ações e imagens.

Na história, acompanhamos Leda Caruso (Olivia Colman), uma professora de meia idade que resolve passar as férias na Grécia. Ao conhecer na viagem a jovem mãe Nina (Dakota Johnson) e sua filha pequena de 3 anos Elena, Leda começa a se comportar de maneira errática, ao mesmo tempo que começa a lembrar de vários momentos tensos de seu passado. Trata-se de uma história bem diferente sobre a maternidade, pois além de mostrar o lado belo e maravilhoso de ser mãe, também mostra o quanto isto pode ser uma verdadeira prisão. E a conclusão de Leda sobre tudo isso, após seus quase 50 anos de experiência de vida, também foge dos clichês.

Há uma segunda parte da história que foca em relacionamentos, casamentos. O fato dela se envolver com uma família "perigosa", e o próprio nome do filme (quem é a "filha perdida"?) aumentam o elemento suspense, indo além dos traumas psicológicos de Leda.

Olivia Colman, como ótima atriz que é, está muito bem no filme, assim como sua contraparte mais jovem, a atriz Jessie Buckley, que faz Leda nos vários flashbacks. As duas certamente ajudaram Maggie Gyllenhaal a tornar A Filha Perdida uma adaptação bem interessante e bem sucedida.

E por falar em adaptação, é ainda neste assunto que cito a única coisa que não gostei nesse A Filha Perdida: embora seja bastante fiel ao livro, o desfecho do filme é um bocado dúbio, o que não acontece na obra original. Para mim, isto foi uma escolha errada, e se quiserem mais detalhes, leiam o PS no final deste artigo. De qualquer forma, A Filha Perdida é um ótimo filme de drama e suspense, bem acima da média dos filmes originais Netflix. Nota: 7,0.


PS: Sobre o final de A Filha Perdida (a partir daqui teremos um grande spoiler, leia por conta e risco): tanto o livro quanto o filme são parecidos, porém o que faz a grande diferença entre eles é o seu começo. Tanto o filme quanto o livro começam com uma Leda deixando o carro ferida e caindo desmaiada à beira da praia; porém se no filme já pulamos para o começo da história da viagem dela na Grécia, no livro imediatamente após o desmaio ela acorda em um hospital, sã e salva, e aí sim passa a contar a historia de sua viagem, que a levou até ali. Isto faz toda a diferença: no livro, então, temos a certeza de que Leda está viva; mas no filme isto é inconclusivo. Há muitos elementos dizendo que ela está bem na vida real, mas há alguns poucos outros que não... como por exemplo, a laranja que brota magicamente entre suas mãos: isso pode ser um delírio, uma metáfora, ou simplesmente, algo "provando" que ela está já no pós-morte. O filme é, portanto, inconclusivo... não há resposta correta se Leda terminou o mesmo viva ou não.

PS 2: Como curiosidade, Maggie Gyllenhaal é a irmã mais velha de Jake Gyllenhaal, e Peter Sarsgaard, que faz no filme o Professor amante de Leda, é seu esposo na vida real, com quem tem duas filhas.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Retrospectiva Cinema Vírgula 2021: O melhor e o pior do Cinema e da TV, e a lista de filmes assistidos


Feliz 2022! Mantendo a tradição do Cinema Vírgula, começamos o novo ano revendo o que aconteceu no ano que se passou.

Ao contrário do que o mundo esperava, a pandemia de Covid-19 ainda não nos deixou, e embora os Cinemas tenham sido reabertos, tudo ainda acontece com muita restrição. As produções continuam limitadas e reduzidas, shows e eventos proibidos. Como resultado, 2021 foi um ano bem abaixo da média, tanto em qualidade quanto quantidade, e tanto na TV quanto nos cinemas.

Isso em parte justifica o porquê de que 2021 foi de longe o ano em que menos assisti filmes desde que iniciei esse blog há quase 10 anos atrás: foram apenas 50, contra uma média superior a 100 filmes por ano até então. Também assisti menos filmes porque dediquei mais do meu tempo a eventos esportivos (tivemos os Jogos Olímpicos por exemplo), seriados (alguns já antigos) e à leitura de livros e HQs.

Portanto, com material "reduzido" assistido, segue o que eu vi de melhor e pior na TV e nos Filmes em 2021.


Melhores e piores da TV - Seriados
Infelizmente não assisti até agora dois dos maiores sucessos da Netflix em 2021, as séries Maid e Round 6. Mas pelo menos pude assistir e ser surpreendido positivamente com a segunda temporada de The Witcher, que ainda falha ao não explicar direito as relações políticas entre os reinos da série, mas que melhorou bem em relação a já boa temporada anterior e está se tornando uma das minhas séries favoritas da atualidade. Outra série estreante em 2021 que não assisti e está altamente recomendada é Arcane, que certamente assistirei no começo de 2022. E ainda em animes, assisti Demon Slayer, que embora seja de 2019, estreou no Brasil só em 2021 e é excelente. Outra das melhores coisas que vi no ano que passou.

Mas se não assisti muitas séries novas na Netflix, aproveitei para assistir algumas séries "antigas", como as excelentes minisséries de investigação policial Criminal, a qual já fiz uma matéria explicando em detalhes (clique para relembrar). E encerrando os melhores seriados que assisti neste canal de streaming destaco Marte, que infelizmente até já saiu de catálogo. Misturando ficção com documentário, é uma das melhores obras sobre o futuro da exploração humana no planeta vermelho que já assisti até hoje.

No Amazon Prime, não foi este ano que tivemos a terceira temporada de The Boys, porém eles estrearam outro título de super-heróis "para maiores de 18 anos", a animação Invincible, que gostei e aprovo, mesmo que tenha sido muito mais violenta e de qualidade inferior aos respectivos quadrinhos. Também assisti e gostei de Solos, outra tentativa da Amazon de "copiar" o sucesso da concorrente Black Mirror. Deixem nos comentários se quiserem que eu escreva mais sobre esta série. E também aproveitei para enfim conhecer e maratonar a antiga e multi-premiada Fleabag, que embora seja menos engraçada e mais inverossímil do que eu esperava, também recebe meu selo de aprovação.

E encerrando a lista das melhores séries do ano destaco a quinta temporada de Rick and Morty, que se infelizmente ainda não chegou na Netflix, se encontra há tempos disponível na HBO Max. Após uma 4a temporada não tão boa, eles voltaram a melhorar e o mais importante: voltaram a surpreender muito, com um episódio final de temporada que muda (mais uma vez) a maneira com que percebemos os personagens principais do título. Pelo jeito "o" melhor desenho dos últimos anos ainda tem fôlego para mais algumas ótimas temporadas.

Já em termos dos piores do ano, nada se compara ao lixo que foi Mestres do Universo - Salvando Eternia (que também já escrevi a respeito aqui). Mas também tive outras decepções: o live-action de Cowboy Bebop, a temporada final de Outra Vida, e a segunda temporada de Into The Night (que elogiei ano passado) foram bem abaixo do que eu esperava.


Melhores e piores da TV - Filmes
Nem daria para ser outro nome: o grande destaque de "filmes para TV" vai para o tão badalado e tão pedido Liga da Justiça de Zack Snyder, da HBO, que para minha surpresa, foi bem acima do que eu esperava.

Em segundo lugar vêm Dois Estranhos, vencedor do Oscar 2021 de Curta Metragem. Infelizmente a maior parte dos grandes lançamentos ficaram acumulados para o final do ano, então ainda não tive tempo para assistir vários deles... Imperdoável e Tick, Tick.. Boom! e 7 Prisioneiros são três destes exemplos. Aliás este último se trata de um filme nacional que, por algumas semanas, ficou entre o "top 10" dos filmes "não-EUA" mais assistidos no mundo. Dos que assisti, Não Olhe para Cima, The Witcher: Lenda do Lobo, Relatos do Mundo e Oxigênio, todos da Netflix, foram os que mais me agradaram. Aliás, me surpreende a quantidade de pessoas que falaram mal de Oxigênio... mais um filme injustiçado por ser diferente.

No Amazon Prime aproveitei para assistir de uma vez só os 4 filmes da série Rebuild of Evangelion, sendo que apenas o quarto e último deles, intitulado "Evangelion: 3.0+1.01: A Esperança" foi lançado neste ano de 2021. E olha... foi uma experiência surpreendente... aguardem para um artigo sobre estes filmes em breve.

E como sempre acontece nos filmes para TV, a lista de "piores" costuma superar a de melhores. 2021 não foi diferente, mas vou tentar maneirar nas críticas. Na Netflix, entre as piores coisas que vi entram Esquadrão Trovão e O Informante; já no Amazon Prime entre as maiores decepções temos Em Guerra Com o Vovô e Um Príncipe em Nova York 2.

Porém os dois piores filmes para TV de 2021 foram os fraquíssimos America: The Motion Picture (Amazon Prime) e Army of the Dead: Invasão em Las Vegas (Netflix). Ou seja: Zack Snyder conseguiu marcar seu nome no melhor e no pior filme do ano nesta categoria.


Melhores e piores dos Cinemas
Pelo segundo ano consecutivo tivemos um ano bem pobre de lançamentos nos cinemas, com os melhores filmes estreando no começo do ano (aqueles indicados ao Oscar), um grande "vazio" de lançamentos no meio de 2021, e os grandes blockbusters todos acumulados para serem lançados nos meses finais, onde (em teoria) mais salas de cinema estariam disponíveis e mais público estaria vacinado.

O melhor filme de 2021 para mim foi Meu Pai, que não apenas recebeu uma das notas mais altas da história do site, como pela primeira vez aqui no blog recebeu um texto extra, de uma psicóloga, contando sua visão sobre o filme.

Ainda sobre os melhores, na sequencia listo os também muito bons Nomadland, O Som do Silêncio e Duna. Sobre este último, estava bem ansioso por assistí-lo, e fiquei bastante satisfeito com o que vi. Que esta bela franquia consiga ser bem sucedida o suficiente para nos brindar com pelo menos uma trilogia nos cinemas.

Outro filme que gostei bastante mas que ninguém falou nada a respeito aqui no Brasil foi À Espera dos Bárbaros, filme de guerra estrelando Mark Rylance e Johnny Depp, que é um filme leeeeeeeento, contemplativo, mas bem marcante. Sobre os filmes de super-heróis da Marvel, acabei assistindo apenas um, Eternos, e não achei ruim não... dou a ele uma nota 6,5; ainda não assisti o Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, tido como o melhor filme do gênero em 2021, mas o assistirei muito em breve. E, é claro, você terá a crítica aqui no Cinema Vírgula.

E finalmente, falamos sobre os piores do ano, vamos a outro filme de super-heróis... Mulher-Maravilha 1984. Ok, ele foi lançado em 17 de Dezembro de 2020, porém só o assisti em 2021, ano em que ele ainda estava em cartaz nos Cinemas. E ele é tão ruim que merece então esta "licença poética" para entrar na minha lista de piores de 2021. Mulher-Maravilha 1984 tem um roteiro tão ruim, e tão desalinhado com o mundo atual que - repito o que escrevi em sua crítica - parece ter sido escrito por algum rival para ser propositalmente péssimo.


Top 5: os mais lidos do Cinema Vírgula em 2021
Os artigos mais acessados deste ano, para minha surpresa, são de temas que representam o passado, revelando o lado saudosista dos meus leitores. Vejam quais foram:
Lista dos filmes que assisti em 2021
Finalizando, segue a lista de todos os filmes que assisti em 2021; novos ou antigos, sendo a primeira vez que os vi ou não. Como disse anteriormente, neste ano foram apenas 50.

Abaixo segue a lista. Os filmes em laranja negrito e com um (*) são aqueles a que dou uma nota de no mínimo 8,0 e portanto, recomendo fortemente.

007 - Sem Tempo Para Morrer ("No Time to Die", EUA / Reino Unido, 2021)
2021 Nunca Mais ("Death to 2021", EUA, 2021)
Alerta Vermelho ("Red Notice", EUA, 2021)
Ataque dos Cães ("The Power of the Dog", Austrália / Canadá / EUA / Nova Zelândia / Reino Unido, 2021)
America: The Motion Picture (idem, EUA, 2021)
Army of the Dead: Invasão em Las Vegas ("Army of the Dead", EUA, 2021)
Bela Vingança ("Promising Young Woman", EUA / Reino Unido, 2020)
Cruella (idem, EUA / Reino Unido, 2021)
Cry Macho: O Caminho para Redenção ("Cry Macho", EUA, 2021)
Demon Slayer - Mugen Train: O Filme ("Kimetsu no Yaiba: Mugen Ressha-Hen", Japão, 2020)  (*)
Dois Estranhos ("Two Distant Strangers", EUA, 2020)  (*)
Druk - Mais Uma Rodada ("Druk", Dinamarca / Holanda / Suécia, 2020)
Duna ("Dune: Part One", Canadá / EUA, 2021)  (*)
Em Guerra Com o Vovô ("The War with Grandpa", Canadá / EUA / Reino Unido, 2020)
À Espera dos Bárbaros ("Waiting for the Barbarians", EUA / Itália, 2019)
A Escavação ("The Dig", Reino Unido, 2021)
O Esquadrão Suicida ("The Suicide Squad", Canadá / EUA / Reino Unido, 2021)
Esquadrão Trovão ("Thunder Force", EUA, 2021)
Eternos ("Eternals", EUA / Reino Unido, 2021)
Evangelion: 1.11 Você (Não) Está Sozinho (Evangerion Shin Gekijoban: Jo, Japão, 2007)
Evangelion: 2.22 Você (Não) Pode Avançar (Evangerion Shin Gekijoban: Ha, Japão, 2009)  (*)
Evangelion 3.33: Você (Não) Pode Refazer (Evangerion Shin Gekijoban: Kyu, Japão, 2012)  (*)
Evangelion: 3.0+1.01: A Esperança (Shin Evangerion Gekijoban:||, Japão, 2021)
Fuja ("Run", Canadá / EUA, 2020)
O Informante ("The Informer", Canadá / EUA / Reino Unido, 2019)
Kate (idem, EUA, 2021)
Liga da Justiça de Zack Snyder ("Zack Snyder's Justice League", EUA / Reino Unido, 2021)  (*)
Um Lugar Silencioso: Parte II ("A Quiet Place Part II", EUA, 2020)
Mank (idem, EUA, 2020)
Meu Pai ("The Father", França / Reino Unido, 2020)  (*)
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite ("Midsommar", EUA / Suécia, 2019)
As Mortes de Dick Johnson ("Dick Johnson Is Dead", EUA, 2020)
Mulher-Maravilha 1984 ("Wonder Woman 1984", Espanha / EUA / Reino Unido, 2020)
A Mulher na Janela ("The Woman in the Window", EUA, 2021)
Mussum: Um Filme do Cacildis (idem, Brasil, 2019)
Não Olhe para Cima ("Don't Look Up", EUA, 2021)
Nomadland (idem, Alemanha / EUA, 2020)  (*)
Oxigênio (Oxygène, EUA / França, 2021)
Pelé (idem, Reino Unido, 2021)
Um Príncipe em Nova York 2 ("Coming 2 America", EUA, 2021)
Quem Não Corre, Voa ("The Cannonball Run", EUA / Honk Kong, 1981)
Relatos do Mundo ("News of the World", China / EUA, 2020)
Rosa e Momo ("La Vita Savanti a Sé", Itália, 2020)
O Segredo ("The Secret", Austrália / EUA, 2006)
O Som do Silêncio ("Sound of Metal", EUA, 2020)  (*)
Soul (idem, EUA, 2020)
Tempo ("Old", EUA / Japão, 2021)
The Witcher: Lenda do Lobo ("The Witcher: Nightmare of the Wolf", Coréia do Sul / EUA, 2021)
Untold: Briga na NBA ("Untold: Malice at the Palace", EUA, 2021)
Viajantes - Instinto e Desejo ("Voyagers", EUA / Reino Unido / República Checa / Romênia, 2021)

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Dupla Crítica Filmes Netflix - Ataque dos Cães (2021) e Não Olhe para Cima (2021)


Encerrando a safra de críticas de filmes 2021 do Cinema Vírgula em dose dupla: mais dois lançamentos da Netflix, ambos de Dezembro, e ambos repletos de estrelas Hollywoodianas. Mas será que as obras resultantes valeram a pena de todo o investimento feito pela empresa do logotipo vermelho? Confiram!


Ataque dos Cães 
(2021)
Diretora: Jane Campion
Atores principais: Benedict Cumberbatch, Kirsten Dunst, Jesse Plemons, Thomasin McKenzie, Kodi Smit-McPhee

Elogiado pela crítica especializada e apontado como futuro candidato a várias indicações ao Oscar, Ataque dos Cães tem de fato algumas qualidades que atraem a Academia, como o tema, a fotografia e algumas atuações. Mas confesso ter esperado bem mais do filme, já que ele causou tanto burburinho.

A trama, baseada em um livro de mesmo nome, se passa em 1925 em um rancho no Oeste estadunidense, administrado pelos jovens irmãos Burbank. George (Jesse Plemons) se encanta e se casa com a viúva Rose (Kirsten Dunst); por sua vez Phil (Benedict Cumberbatch) rejeita fortemente à esta união, pois enxerga Rose como uma aproveitadora em busca do dinheiro de sua família. As implicâncias de Phil também recaem em cima de Peter (Kodi Smit-McPhee), filho de Rose vindo do casamento anterior, o qual possui comportamento frágil e afeminado. O drama praticamente é todo sobre os confrontos entre Phil, Rose e Peter.

Só há uma coisa em Ataque dos Cães que receberá meus altos elogios: as atuações de Kodi Smit-McPhee e Benedict Cumberbatch. Aliás este último está realmente muito bem, praticamente sem demonstrar seu sotaque britânico (o que comprometeria seu personagem). Cumberbatch levou seu papel tão a sério que optou por de fato fumar cigarros o tempo todo durante as filmagens (o que o levou ao hospital por três vezes por intoxicação), não tomar banho na vida real, e também evitar se encontrar com Kirsten Dunst fora das cenas, para não desenvolver amizade.

Mas apesar de sua atuação, o personagem de Cumberbatch no filme tem seus defeitos. Primeiro porque apesar de não gostar de tomar banho, ou de limpeza em geral, note que ele nunca aparece em cena "sujo", ou com a barba mal feita, ou ainda, com as roupas em mal estado. Para mim é incoerente. Outro ponto é a revelação do porquê Phil ser tão homofóbico e misógino: chega a decepcionar de tão clichê.

Outro ponto costumeiramente elogiado pela crítica é o estudo dos personagens, no qual também vejo alguns defeitos. Por exemplo, apesar de passar bastante tempo "explicando" a vida de Phil e Peter, não fica claro o motivo por qual Phil resolve se aproximar do garoto. Seria apenas outra maneira de irritar Rose? Seria porque ele via em Peter seu passado? Ou seria apenas uma maneira de "comprá-lo"? Não sabemos... e tempo para explicações houve de sobra.

Por outro lado, é um acerto que Ataque dos Cães consiga no geral ser bem eficiente em nos explicar os sentimentos e ações dos quatro personagens principais de maneira sutil, sem didatismo, prestigiando apenas o espectador mais atento. Temos vários duelos "psicológicos" interessantes e tensos ao longo do filme.

Em resumo, o conflito entre os quatro protagonistas não traz nada de novo, mas o filme se mantém interessante o tempo todo graças às atuações, principalmente para Phil e Peter. E como bônus, o final é um bocado surpreendente. Nota: 6,0.

PS: Jesse Plemons e Kirsten Dunst são um casal na vida real, já tendo dois filhos juntos, e foram chamados para a produção "de última hora", substituindo outros atores. Kirsten não aparecia em filmes desde 2017, embora continuasse atuando em séries de TV.



Não Olhe para Cima
 (2021)
Diretor: Adam McKay
Atores principais: Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Meryl Streep, Cate Blanchett, Rob Morgan, Jonah Hill, Mark Rylance, Tyler Perry, Timothée Chalamet, Ron Perlman, Ariana Grande, Kid Cudi, Himesh Patel, Melanie Lynskey, Paul Guilfoyle

Lançado mundialmente em 24 de Dezembro, como último grande lançamento do ano da Netflix, e com enorme elenco de estrelas (é só conferir a lista resumida dos nomes na linha anterior), Não Olhe para Cima é obviamente, e mais do que qualquer coisa, um ataque ao negacionismo científico e uso da mesma pelos políticos.

Na trama, a universitária Kate Dibiasky (Jennifer Lawrence) e seu professor, o cientista Dr. Randall Mindy (Leonardo DiCaprio) acabam descobrindo que um cometa de tamanho maior do que causou a extinção dos dinossauros está em rota certa de colisão com a Terra. Ao levar o problema para a Presidente Orlean dos EUA (Meryl Streep), e ao perceber que a mesma não deu atenção ao fato, a dupla leva o alerta à mídia, que supreendentemente também não liga muito para o que foi dito, comportamento imitado pelo público em geral.

Se os ataques - repito - são principalmente aos políticos negacionistas e reacionários de direita, o roteiro também disparara sua metralhadora às redes sociais, à futilidade das celebridades, ao sensacionalismo e parcialidade da imprensa, aos gênios empreendedores como Steve Jobs e Elon Musk... enfim, à sociedade ocidental atual.

E é desanimador constatar que o roteiro é muito bom em suas denúncias... de fato vivemos momentos lastimáveis como sociedade. Hoje vivemos em um mundo tão perdido que todos os absurdos mostrados em Não Olhe para Cima são tão cotidianos que nem fazem rir... Sim, o filme tenta ser uma comédia, mas apesar do bom roteiro e de algumas boas piadas e ironias, acaba sendo mais um documentário que registra os tempos atuais.

Mesmo não fazendo rir muito, Não Olhe para Cima vale a pena pelo que nos faz refletir - além de nos divertir com seu elenco estrelar. Eu até daria uma nota maior ao filme se ele fizesse rir mais... e tenho uma teoria de que isso não acontece porque ele foi lançado "tarde demais"... Já estamos vivendo há 2 anos na pandemia de Covid-19, Trump nem é mais o presidente dos EUA... só restou Bolsonaro, que aliás é uma versão piorada e mais irresponsável do próprio ex-governante estadunidense que o filme procura ridicularizar. Em outras palavras, talvez uma piada de 2 anos não tenha mais tanto efeito... mas pelo menos ela sempre nos fará pensar. Nota: 7,0.

PS: Há duas cenas pós créditos em Não Olhe para Cima. Vá até o fim e não perca nenhuma delas ;)

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Crítica - 007 - Sem Tempo Para Morrer (2021)

Título: 007 - Sem Tempo Para Morrer ("No Time to Die", EUA / Reino Unido, 2021)
Diretor: Cary Joji Fukunaga
Atores principais: Daniel Craig, Rami Malek, Léa Seydoux, Christoph Waltz, Ralph Fiennes, Naomie Harris, Rory Kinnear, Ben Whishaw, Jeffrey Wright, Ana de Armas, Lashana Lynch, David Dencik, Dali Benssalah, Billy Magnussen
Nota: 6,0

Daniel Craig encerra seu ciclo com algumas surpresas

Depois de longa espera (o filme estava pronto para ser lançado no começo de 2020 porém foi adiado diversas vezes devido ao surto de Covid-19), 007 - Sem Tempo para Morrer foi enfim lançado no final de Setembro de 2021. Trata-se do 25º filme oficial do espião James Bond, e a 5ª e última vez onde o mesmo é interpretado pelo ator britânico Daniel Craig.

A história é uma continuação direta do filme anterior, 007 Contra Spectre (2015), com o casal Bond (Daniel Craig) e Madeleine (Léa Seydoux) aposentado e ainda juntos. Porém, em uma viagem para encontrar o túmulo de sua primeira paixão, a espiã Vesper Lynd (do filme de 2006, Casino Royale),  James volta a enfrentar Blofeld (Christoph Waltz) e a SPECTRE, assim com um novo e misterioso vilão com um plano para matar não apenas os dois rivais, como de quebra boa parte do mundo.

Ou seja, mais uma vez o novo filme de James Bond relembra seus filmes passados, e em tudo ele é muito parecido com 007 Contra Spectre: um filme longo, repleto de cenas de ação em ambientes externos e internos variados, perseguições de carro gratuitas, roteiro clichê, personagens caricatos, etc, etc.. Também aqui temos uma sequência de ação cinematograficamente bem acima de média: se no filme anterior ela acontecia dentro de um trem, aqui ela acontece no subterrâneo alagado de uma fábrica, onde temos um plano-sequência muito impressionante.

Porém 007 - Sem Tempo para Morrer é melhor que o filme anterior em alguns pontos. A começar pelos atores, Daniel Craig e Léa Seydoux, que estão melhores em cena. Outro ponto positivo são pequenas surpresas, como uma incomum mistura de gêneros de roteiro dentro da própria trama - algumas vezes ele abandona completamente o tema de espionagem, ora parecendo um filme de ação estilo Rambo, e ora parecendo um filme de romance - ou ainda vermos que a agência britânica MI6 já tem seu novo 007 em operação, uma jovem negra e competente chamada Nomi.

E, claro, a maior dentre todas as surpresas, o polêmico desfecho que dividiu opiniões. Eu vou dizer o que acontece no final, mas não aqui, e sim em um "PS" após o texto para quem não se importa com spoilers.

Daniel Craig encerra seu ciclo como James Bond de modo um pouco decepcionante, mas ainda assim, satisfatória. Ele iniciou sua participação na franquia da melhor maneira possível: afinal, para mim seu Casino Royale é o melhor filme do 007 de todos os tempos. Depois vieram o fraco Quantum of Solace, o bom Operação Skyfall, o fraco Contra Spectre, e agora este aceitável Sem Tempo para Morrer. Meu maior lamento é que os três últimos filmes mais referenciam o passado da franquia do que inovações, que vimos aos montes em Casino Royale. Mas pelo menos, essas "homenagens" ao passado foram feitas de modo respeitoso e digno. Nota: 6,0



PS: sobre o final de 007 - Sem Tempo para Morrer - spoiler gigantesco a partir daqui, fica o alerta. Pela primeira vez na história da franquia James Bond morre. E embora não o vemos "morrendo", todos os envolvidos pela produção (inclusive diretor) afirmam categoricamente que Bond morreu. E para mim tudo bem, pois ele morreu de uma forma bacana e heróica. Fica a dúvida de como será o futuro da franquia a partir de agora... embora eu imagino que seja um reboot com um James Bond começando sua carreira (novamente) do zero. Sim, não há dúvidas que James Bond vai voltar (no final dos créditos é dito que James Bond Will Return), até porque se trata de uma franquia muito lucrativa; por exemplo, este filme foi nada menos que o segundo de maior bilheteria nos Cinemas em 2021, com cerca de US$ 800 milhões de arrecadação, só perdendo para Homem-Aranha: Sem Volta para Casa.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

The Witcher: Lenda do Lobo é bom, e precisa ser assistido por quem é fã do seriado


Quando a animação The Witcher: Lenda do Lobo chegou à Netflix nem dei muita bola... mas para quem não leu os livros, nem conhece os jogos de videogame - que é meu caso - isto foi um erro.

Afinal, The Witcher: Lenda do Lobo ajuda a explicar vários pontos do universo da franquia, e que fazem diferença para quem está assistindo a segunda temporada, que estreou nesta sexta-feira: a história conta as origens do bruxo (witcher) Vesemir e termina mostrando como ele conhece o futuro protagonista Geralt de Rivia. De quebra, ainda aprendemos um pouco sobre o elfo Filavandrel e finalmente "vemos" como um bruxo é "criado" - algo que na série apenas é explicado através de breves diálogos. Ressalto que tanto Vesemir quanto Filavandrel são personagens importantes e frequentes da 2a temporada de The Witcher, mas que aparecem por lá sem muitas explicações. Por isso a importância de assistir este desenho.

De quebra, The Witcher: Lenda do Lobo traz uma história de "caça aos monstros" interessante, e cujo único defeito que aponto é o exagero dos poderes dos personagens durante as lutas. Sabe a vantagem que as animações possuem sobre os live-actions, de não possuírem limitações visuais? Pois bem, aqui isso não foi usado sempre de maneira positiva.

De qualquer forma, para quem curte a série do The Witcher e quer continuar se aprofundando em sua mitologia, The Witcher: Lenda do Lobo não pode ser ignorado. E a Netflix continuará expandindo o universo da franquia em spin-offs além da série principal: já está anunciada para 2022 o título The Witcher: A Origem, uma mini-série live-action de seis episódios que se passará 1200 anos antes das aventuras de Geralt, terá protagonistas todos elfos, e também promete contar a origem do primeiro Bruxo.

Para o futuro próximo, já foi confirmada a 3a temporada de The Witcher e o lançamento de um segundo filme de animação, aos moldes de The Witcher: Lenda do Lobo, cujo nome e trama ainda não foram revelados. Se preparem que vêm muitos Bruxos por aí ;)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Saibam o que achei das novas encarnações de Cowboy Bebop (o Live Action) e He-Man (Mestres do Universo - Salvando Eternia) da Netflix


Recentemente anunciei aqui no Cinema Vírgula as (então) estréias das primeiras temporadas de Cowboy Bebop (live action) e de He-Man Mestres do Universo - Salvando Eternia. Em ambos os casos relembrei as obras originais que as inspiraram e escrevi com alguma esperança de encontrar algo bom e novo.

Bem, agora que assisti ambas as produções, vou escrever o que achei e contar para vocês se meu leve otimismo valeu a pena... ou se é melhor ficar APENAS com as obras originais. 


Cowboy Bebop 

Assisti os 4 primeiros episódios do novo Cowboy Bebop da Netflix. Comparando-o com o Anime, nota-se que o universo da franquia está lá; a maravilhosa trilha sonora também (aliás, com o luxo de trazer Yoko Kanno e sua banda Seatbelts de volta para regravar as músicas da trilha sonora novamente, seja do modo clássico, ou com algumas modificações; ou ainda criar algumas composições totalmente novas para o seriado); visual e Design de Produção também não decepcionam. O problema são os personagens.

A Netflix pode até ter tentado trazer atores fisicamente parecidos com Spike, Jet Black, Faye Valentine, etc... Mas em termos de personalidade, os personagens que vemos neste Cowboy Bebop não são nem de longe parecidos com os da obra original. É simplesmente revoltante. Os verdadeiros Spike e Jet não ficariam se provocando e contando piadinhas o tempo todo; aliás, nem ficariam falando o tempo todo... são sujeitos caladões, sérios. A Faye da Netflix parece uma heroína animada com tudo, e não demonstra em nenhum momento a melancolia e comportamento decorrentes da triste história de sua vida do anime. Agora, nada é pior do que fizeram com a adaptação de Vicious...

Tudo em Vicious é péssimo: desde o ator escalado (que por ser um ocidental, parece um bocó), como pela personalidade totalmente oposta ao da série original. Onde já se viu mostrar Vicious com medo dos Anciãos? Com medo de qualquer coisa, aliás? Assim que vi suas primeiras cenas já imaginei que não iria aguentar ver a temporada até o fim. E não aguentei. Como fã incontestável da obra original, ter assistido Cowboy Bebop até o 4o episódio foi meu máximo... e só fui tão longe para poder escrever aqui no blog com mais propriedade.

Reconheço entretanto que para quem nunca assistiu o Cowboy Bebop original, a série da Netflix não é tão ruim. O problema é que eles deturparam todos os (ótimos) personagens originais, e optaram por recontar uma mesma história que originalmente era um space opera com várias camadas, drama e reflexão... e transformaram em uma história rasa de máfia misturando ação e comédia. Dá pra passar o tempo... mas é mais do mesmo. E um insulto à obra original.

Para o bem ou para o mal, a primeira temporada de Cowboy Bebop da Netflix foi abaixo do esperado tanto em crítica quanto em público, e portanto já foi cancelada.


Mestres do Universo - Salvando Eternia

Sendo bem direto, e indo diretamente contra várias matérias nacionais que li por aí, este seriado é um completo lixo. Se a primeira metade da temporada não foi tão ruim, a metade restante - exibida apenas meses depois - é uma das piores coisas que já vi. Para se ter uma idéia da porcaria desta segunda metade, nela descobrimos que o Príncipe Adam consegue se transformar em He-Man mesmo sem a espada (porém neste caso ele se transforma em um He-Man igual ao Incrível Hulk) e que por sua vez, a espada do He-Man é tão poderosa, mas tão poderosa, que ela pode instantaneamente eliminar TODAS as vidas do universo vivo E do universo do além vida (??!!). E mais, mesmo estando de posse de todo esse poder, Príncipe Adam, Esqueleto e Maligna (que conseguem controlar a espada ao longo da história) ao invés de derrotar seus inimigos com um simples "estalar de dedos" (parabéns Thanos por NÃO ser o personagem mais estúpido do universo), preferem fazer isso em briga corpo a corpo. Ah, tenham dó.

Isso sem contar a enorme coleção de frases piegas, clichês de auto ajuda, de como o poder corrompe, e de quebra, algumas piadas de cunho sexual. Nem em meus piores sonhos poderia imaginar algo tão ruim.

O que me leva a falar de Kevin Smith, criador, co-produtor e co-roteirista desta enorme porcaria. Kevin Smith teve sim sua importância nos anos 90, ao mostrar para Hollywood que nem todo nerd é esquisito e anti-social... eram tempos em que um adulto gostar de quadrinhos era visto universalmente com algo infantil e constrangedor. Ao ser um grande divulgador do mundo nerd e pop, seus filmes O Balconista (1994) e Barrados no Shopping (1995) foram precursores deste mundo de hoje onde falar de super-heróis é algo verdadeiramente cotidiano.

Dito isso, lembre-se... eram os anos 90. E mesmo naquela época, suas obras não eram excelentes... eram sim legais, mas eram diferentes... falavam do que ninguém falava, e é por isso que se destacavam. Trinta anos depois, Kevin Smith continua tendo espaço, continua tendo oportunidades, mas os tempos são outros... Super-heróis fora dos quadrinhos não são raridade, pelo contrário até existem em excesso. Portanto, ele não acrescenta mais nada hoje em dia; aliás deveria ter se aposentado há anos. 


Conclusão: respondendo o que questionei no segundo parágrafo, fique APENAS com as obras originais de Cowboy Bebop e He-Man.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Curiosidades Cinema Vírgula #007 - Sete jovens atores em ascensão com pais famosos que você não tinha idéia!


A lista de famosos com filhos que são atores/atrizes famosos é maior do que se imagina; porém, na lista que trago aqui, o foco é em atores/atrizes "da nova geração", e que ganharam reconhecimento mundial apenas nos últimos anos. Vamos a ela!


Margaret Qualley e Andie MacDowell

Começando com quem me inspirou a fazer esta lista, a bela e talentosa Margaret Qualley ficou verdadeiramente famosa no mundo inteiro meses atrás, ao encarnar a personagem principal do elogiadíssimo seriado Maid, da Netflix. O que poucos sabem é que Andie MacDowell (Feitiço do Tempo, Quatro Casamentos e um Funeral), que interpreta sua mãe na série é também a sua mãe na vida real. Antes de Maid, Margaret já havia chamado atenção em Era Uma Vez Em... Hollywood e no seriado The Leftovers.


Lily Collins e Phil Collins

A atriz Lily Collins fez seus primeiros sucessos ainda bem jovem, em comédias românticas como Espelho, Espelho Meu e Simplesmente Acontece; mas ela chamou mesmo a minha atenção com sua atuação no drama O Mínimo Para Viver, de 2017, onde é protagonista. Lily continua com uma carreira crescente, participando de filmes famosos recentes como Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal e o multi-indicado ao Oscar, Mank. Ela também é protagonista da série Emily in Paris, da Netflix, cuja segunda temporada estréia mundialmente em Dezembro deste ano.

Seu pai é o cantor Phil Collins, que apesar de não ser ator também teve uma participação bem relevante no mundo dos cinemas: foi ele o responsável por criar toda a trilha sonora do filme de animação da Disney Tarzan, de 1999. Inclusive, por este trabalho ele ganhou um Oscar, de Melhor Música Original por You'll Be In My Heart.


Zoë Kravitz, Lenny Kravitz e Lisa Bonet

Zoë Kravitz é provavelmente o nome menos conhecido da lista, ainda que ela já tenha feito várias pequenas participações em filmes relevantes, como por exemplo X-Men: Primeira Classe, Mad Max: Estrada da Fúria, e a série de filmes adolescentes Divergente. Hoje ela é mais reconhecida na TV, com participações maiores nos seriados Big Little Lies e Alta Fidelidade, porém a tendência é sua fama nas telonas aumentar cada vez mais, a começar pelo próximo ano, onde ela será a Mulher Gato no novo filme do Batman.

Zoë é a primeira desta lista a ter ambos os pais bem famosos: Lenny Kravitz, seu pai, é um famoso cantor e músico de rock, além de estar se arriscando nos últimos anos a fazer algumas pequenas aparições nos cinemas, como por exemplo nos filmes da saga Jogos Vorazes. Já sua mãe é Lisa Bonet, atriz que ficou bastante famosa na década de 80 interpretando a adolescente Denise no seriado The Cosby Show.


Dakota Johnson, Don Johnson e Melanie Griffith

Dakota Johnson era uma atriz praticamente desconhecida até alcançar fama mundial do dia pra noite ao estrelar a série de filmes da franquia de Cinquenta Tons de Cinza. Ela é outra da lista que possui os dois pais famosos - fato muito pouco conhecido pelo público - porem desta vez ambos são atores.

Sua mãe é Melanie Griffith, que era sex symbol nos anos 80 e cujo auge da carreira durou até o início dos anos 90. Ela é conhecida por filmes como Dublê de Corpo, Uma Secretária de FuturoA Fogueira das Vaidades e As Aparências Enganam. Já seu pai é Don Johnson, bem famoso nos anos 80 por ser um dos policiais da dupla da série Miami Vice, mas que continua na ativa fazendo participações em filmes recentes e relevantes, como por exemplo Django LivreEntre Facas e Segredos.


John David Washington e Denzel Washington


Se tem alguém nesta lista que está em alta, esse alguém é John David Washington, ator principal de filmes recentes com múltiplas indicações ao Oscar, como Infiltrado na Klan e Tenet; além de também co-estrelar o filme Malcolm & Marie, lançado este ano na Netflix.

Por ter uma carreira bem nova, muitos poucos sabem que ele é filho do grande ator Denzel Washington (eu também não tinha a menor idéia). Denzel foi a estrela de filmes como Malcolm X, Filadélfia, Dia de Treinamento, O Livro de Eli e Um Limite Entre Nós dentre vários sucessos.


Alexander Skarsgård, Bill Skarsgård e Stellan Skarsgård

Encerrando a lista, dois atores de uma vez só, os irmãos suecos Alexander e Bill Skarsgård. Alexander é bem mais conhecido pelos trabalhos na TV, onde teve destaque nas séries True Blood, e mais recentemente Big Little Lies. Já Bill ficou famoso nos cinemas há poucos anos atrás, interpretando muito bem o palhaço Pennywise nas recentes refilmagens de It: A Coisa.

Mas nem todos percebem que ambos são filhos de Stellan Skarsgard. Por enquanto o veterano ator é o mais famoso da família, fazendo parte de filmes como Gênio Indomável, Ninfomaníaca, e das franquias  Piratas do Caribe, Thor, Os Vingadores e o recém lançado Duna.



PS: Já viu as outras curiosidades do Cinema Vírgula? É só clicar aqui!

Crítica Netflix - I Am Mother (2019)

Título :  I Am Mother (idem, Austrália, 2019) Diretor : Grant Sputore Atores principais :  Clara Rugaard, Hilary Swank, Luke Hawker, R...